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quinta-feira, 21 novembro
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Hipócrates – O Pai da Medicina Ocidental

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Quem foi Hipócrates?

Hipócrates nasceu por volta do ano 460 a.C. na Ilha de Kos, uma das ilhas gregas do Dodecaneso, localizado no leste do mar Egeu. Seus pais eram Heráclides e Fenareta, descendentes de Asclépio, o Deus grego da medicina e dono do cajado presente no símbolo da profissão.

Sua família possuía grande prestígio e se dedicou à prática da medicina e da magia durante muitas gerações. Porém Hipócrates rejeitava a superstição e as práticas mágicas e se dedicou ao caminho científico baseado na observação clínica, relacionando diversas doenças aos fatores climáticos, alimentares e ao ambiente que cercava os pacientes, por isso é conhecido como o “pai da medicina”.

 

hipócrates

 

 

Atividades médicas

Por volta de 430-429 a.C., a fama de Hipócrates começou a se espalhar devido ao momento que Atenas vivia com uma peste que estava arrasando sua população. Após observar que os artesãos, obrigados a se manterem próximos ao fogo devido à profissão, pareciam imunes à doença, Hipócrates ordenou que fossem acesas fogueiras por toda a cidade, dando fim à epidemia.

Entre seus conceitos terapêuticos, realizou também a diferenciação entre sintomas e doenças, detalhando que os sintomas eram somente as manifestações exteriores de algo que ocorria internamente no organismo.

O médico grego foi também o precursor da ectoscopia, onde é feito o primeiro contato com o paciente para avaliação e obtenção dos dados gerais, visto que ele dispensava grande atenção à aparência dos olhos e pele, temperatura corporal, entre outros aspectos. Além disso, Hipócrates insistia na importância de realizar anotações diárias a respeito do progresso do doente.

A evolução da medicina mostrou que Hipócrates estava correto em muitos de seus conceitos, embora outros tantos elementos anatômicos e fisiológicos fossem incorretos, como a Teoria dos quatro humores corporais. Porém há de se considerar que, na época, a dissecação era considerada um tabu, o que dificultava o estudo fiel do corpo humano, tendo este que ser restrito à observação da evolução dos diagnósticos dos pacientes.

 

 

Teoria dos quatro humores corporais

Em seu tratado “Da Natureza do Homem”, Hipócrates desenvolveu a tese de que o corpo humano era composto por quatro humores (líquidos corporais) correspondentes a cada uma das estações do ano e que, portanto, diminuíam ou aumentavam conforme essas estações:

  1. Fleuma – fria e úmida, predominante no inverno;
  2. Sangue – quente e úmido, predominante na primavera;
  3. Bile amarela – quente e seca, predominante no verão;
  4. Bile negra – fria e seca, predominante no outono.

Esses humores eram os responsáveis por manter o corpo humano saudável, quando estavam em equilíbrio, ou por ocasionar algum tipo de doença, quando havia falta ou excesso de um deles ou quando um deles se separava no corpo e não voltava a se unir aos demais. Para manter este equilíbrio, o paciente deveria modificar seu regime de acordo com a estação do ano.

 

 

Juramento de Hipócrates

Diz-se que Hipócrates foi quem elaborou o rigoroso código de ética que até hoje é repetido pelos médicos ao se formarem. No entanto, não há consenso sobre sua autoria, pois alguns estudiosos afirmam que o Juramento de Hipócrates foi escrito tempos depois de sua morte.

 

“Juro por Apolo, médico, por Esculápio, por Higéia e Panacéia,

por todos os deuses e deusas tomados como testemunhas,

que cumprirei, no limite de minhas forças e capacidade,

o seguinte juramento e compromisso: colocarei meu mestre no nível dos meus pais,

dividirei com ele o meu haver e proverei às suas necessidades,

quando for o caso. Terei seus filhos como irmãos e lhes ensinarei a medicina,

se o desejarem, sem remuneração ou recompensa.

Por preceitos, lições orais e todo outro meio de instrução,

transmitirei o conhecimento dessa arte a meus filhos,

aos filhos do meu mestre e a discípulos ligados por compromisso

e juramento segundo as leis da medicina mas a ninguém mais.

Seguirei o regime que for mais benéfico para os doentes,

segundo minhas luzes e meu critério, abstendo-me de todo mal

e injustiça. Não administrarei veneno a quem quer que me peça,

nem tomarei a iniciativa de sugerir seu uso; da mesma forma,

não darei a mulher alguma pessário abortivo. Viverei minha vida

e exercerei minha arte na pureza e na inocência. Não praticarei operações

para extração de cálculo, deixando-as aos que disso se ocupam.

Entrarei nas casas para o bem dos enfermos, preservando-me

de qualquer ato voluntário de maldade e corrupção, sobretudo

da sedução de mulheres e rapazes, livres ou escravos. No exercício da

minha arte ou fora dele, silenciarei sobre tudo o que vir e ouvir em sociedade e

que não precise tornar-se público, considerando sempre a discrição como

um dever. Que me seja dado gozar da vida e da profissão,

honrado entre os homens, se bem cumprir este voto; se o

violar e perjurar, que tenha a sorte adversa”.

 

 

 

 

 

Referências bibliográficas:

RODRIGUES, Cleiton. Humores e Temperamentos: considerações sobre a teoria hipocrática. Revista Páginas de Filosofia, v. 9, n. 2, p. 109-120, jul.-dez. 2020.

FIOCRUZ. Hipócrates. 

ALTMAN, Max. Hoje na História: 370 a.C. – Morre Hipócrates, considerado o “pai da Medicina”. Revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Casa Oswaldo Cruz.

 

 

 

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