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Anemia ferropriva: saiba mais sobre!

anemia ferropriva

Definição e epidemiologia da anemia ferropriva

A anemia ferropriva é uma das condições clínicas mais comuns na prática médica. Trata-se de uma anemia microcítica e hipocrômica causada por deficiência de ferro, que pode ocorrer por diversos motivos. 

Atinge cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo e as populações que estão mais em risco para o desenvolvimento dessa doença são crianças pequenas, gestantes, atletas e populações subnutridas ou desnutridas. 

Fisiopatologia da anemia ferropriva

A hemoglobina é formada pelo grupo heme, que tem átomos de ferro em sua composição. Quando não há ferro suficiente para produção de hemoglobina, desenvolve-se então a anemia ferropriva. 

As causas de carência de ferro são diversas, podendo ser divididas em 5 grupos principais:

  1. Perdas sanguíneas: fluxo menstrual excessivo, hemorragias, doenças que acometem o trato gastrointestinal, como úlceras e neoplasias malignas, etc;
  2. Má-absorção do ferro: doença celíaca, cirurgia bariátrica, etc;
  3. Aumento da demanda: crescimento, gestação e lactação;
  4. Dieta: crianças pequenas, vegetarianos e idosos;
  5. Idiopática. 

Quadro clínico e diagnóstico da doença

Em diversos casos, a anemia ferropriva se instala de forma lenta e progressiva, de maneira que os pacientes são assintomáticos, devido à adaptação do organismo. Quando há sintomas, os principais são fadiga, perda de capacidade laboral, palpitações e dispneia aos esforços. Um sintoma característico da doença é a perversão alimentar – pica – com desejo de comer terra, tijolo, reboco de parede, gelo, entre outros. 

Como a deficiência de ferro tem uma causa-base que a justifique, é sempre preciso investigar quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da anemia que o paciente tem. 

Em mulheres, é preciso questionar acerca do fluxo menstrual e saber se a paciente é gestante ou está amamentando. Já em pessoas mais velhas, deve-se investigar neoplasias do TGI, com pesquisa de sangue oculto nas fezes ou colonoscopia. 

Quando não houver causas relacionadas a perdas sanguíneas, má-absorção do ferro ou aumento de demanda, é preciso questionar acerca da dieta do paciente, perguntando ativamente sobre o consumo de alimentos ricos em ferro, como carnes, ovos, leguminosas e vegetais verde-escuros.

No exame físico, poucos são os achados da doença. Alguns que podem ser encontrados são descoramento, taquicardia, queilite angular e alterações ungueais, como estrias longitudinais e unha em colher. 

O hemograma apresenta uma anemia hipocrômica e microcítica no hemograma, o perfil de ferro traz redução do ferro sérico, aumento da capacidade de ligação do ferro e redução da saturação de transferrina. Já a ferritina sérica encontra-se diminuída.

O diagnóstico diferencial deve ser feito com outras causas de anemias microcíticas, como talassemias, anemia sideroblástica congênita e anemia de doença crônica.

Tratamento da anemia ferropriva

O tratamento deve levar em conta a causa-base da deficiência de ferro, sendo que, quando possível de ser corrigido, a adequação deve ser feita o quanto antes. Também deve ser feita a reposição oral de ferro, que é a primeira escolha para complementar esse elemento. 

O composto mais usado para a reposição de ferro é o sulfato ferroso. A dose inicial é de 60mg de ferro elementar – aproximadamente 325 mg de sulfato ferroso – diariamente. O paciente deve ser orientado a tomar o medicamento com sucos cítricos – como laranja – a fim de melhorar a absorção da substância.

A administração de ferro parenteral pode ser feita em anemias graves ou que não respondem à terapia oral, entretanto pode haver efeitos adversos, como reações de hipersensibilidade, artralgia e mialgia.

Para avaliar a resposta ao tratamento, é necessário solicitar hemogramas para controle, com elevação de cerca de 1g/semana na hemoglobina até a normalização. A correção da anemia deve ocorrer em aproximadamente dois meses, de forma que se não correr como previsto, é preciso pensar em outras causas. 

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