A intervenção breve surge como uma estratégia promissora para abordar o uso abusivo de drogas de forma precoce e eficaz, e é sobre ela que vamos falar neste post.
Resumo
O uso abusivo de drogas é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Essa condição tem sérias consequências para a saúde física, mental e social dos indivíduos envolvidos. Por isso, a intervenção breve surge como uma ferramenta para tratar o abuso de drogas em um curto período de tempo.
O que é intervenção breve?
A intervenção breve é uma abordagem terapêutica baseada em evidências que visa identificar, avaliar e intervir nos padrões problemáticos de uso de drogas.
Nesse sentido, seu objetivo é promover mudanças comportamentais e reduzir o risco de desenvolvimento de problemas mais graves relacionados ao uso de drogas.
Além disso, uma excelente ferramenta quando se tem uma alta demanda no serviço, e tempos limitados de consulta.
Segundo um estudo publicado na revista “Drug and Alcohol Review” que avaliou a efetividade dessa abordagem em pacientes atendidos em serviços de saúde primários, a intervenção breve é capaz de reduzir o consumo de drogas, melhorar a adesão ao tratamento e promover mudanças positivas no estilo de vida dos pacientes (Smith et al., 2014).
Como aplicar a intervenção breve?
Essa abordagem baseia-se em seis passos fundamentais, que fornecem diretrizes claras para os profissionais de saúde no processo de intervenção. São eles:
1. Avaliação do uso de substância e devolutiva (feedback)
O primeiro passo é identificar pacientes em risco ou com evidências de uso abusivo de drogas. Através de uma avaliação cuidadosa, é possível compreender a extensão do problema, identificar as substâncias utilizadas e avaliar o impacto do uso na vida do paciente.
Para isso você pode utilizar questionários como o CAGE ou AUDIT, com retorno ao paciente, estimulando a reflexão do uso abusivo de substâncias, bem como as suas consequências.
2. Responsabilidades e metas (responsibility)
Neste passo, é importante fornecer informações claras e objetivas sobre os riscos associados ao uso abusivo de drogas. O paciente precisa compreender os efeitos negativos na saúde, ser estimulado a responsabilização sobre o próprio cuidado e estabelecer metas para as próximas consultas.
Essas metas devem ser específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo definido (critérios SMART). Elas auxiliam o paciente a visualizar os benefícios da mudança e a criar um plano de ação.
3. Aconselhamento (advice)
Neste passo o profissional deve fornecer informações precisas sobre as substâncias utilizadas, bem como relacionando-as ao que o paciente apresenta clinicamente. Deve-se evitar julgamentos, e preservar a autonomia e decisões do paciente.
Neste passo, o profissional de saúde auxilia o paciente no desenvolvimento de habilidades de enfrentamento e de estratégias para lidar com situações de risco. Portanto, isso inclui o manejo de gatilhos, a busca por suporte social, a adoção de estratégias de relaxamento e o fortalecimento da autoestima.
Implica construir um “menu” de opções que podem ser utilizadas para enfrentamento do problema.
5. Empatia (empathy)
Implica o fortalecimento de vínculo entre o profissional e o paciente, mostrando-se disponível para tirar dúvidas e fornecer suporte necessário.
6. Auto-eficiência (self-efficacy)
Por último, no 6º passo deve-se motivar o paciente, realizar reforço positivo enfatizando o progresso e oferecendo o suporte contínuo durante todo o processo de mudança.
Envolve o acompanhamento regular do paciente, fornecer feedback, revisar metas e oferecer suporte adicional, conforme necessário.
Esses seis passos da intervenção breve são fundamentais para auxiliar os pacientes com uso abusivo de drogas a promover mudanças positivas em suas vidas. Assim, é importante ressaltar que essa abordagem deve ser adaptada às necessidades individuais de cada paciente e realizada por profissionais de saúde capacitados.
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