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FAST e E-FAST: como fazer ultrassom à beira leito no trauma e questões

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As técnicas Fast e E-fast são aplicações do POCUS no trauma, tema muito cobrado nas provas de residência do Brasil.

Introdução

Em primeiro lugar, o ultrassom à beira do leito permite uma avaliação não invasiva e em tempo real, fornecendo informações valiosas que auxiliam na tomada de decisões e no direcionamento do tratamento do paciente vítima de trauma.

O uso do ultrassom à beira do leito no trauma permite a identificação precoce de lesões potencialmente graves, facilitando assim uma abordagem terapêutica mais rápida e precisa.

Vantagens

Uma das principais vantagens do ultrassom à beira do leito no trauma é a sua portabilidade e facilidade de uso.

Esse método de imagem pode ser realizado rapidamente à beira do leito, ou seja, sem a necessidade de deslocar o paciente para outros setores do hospital, podendo ser realizado por qualquer médico treinado (não necessitando de um radiologista).

Além disso, o ultrassom POCUS é seguro e não expõe o paciente a radiações ionizantes, o que é particularmente importante em situações de emergência.

Limitações

No entanto, é importante destacar que o ultrassom à beira do leito tem algumas limitações. A qualidade da imagem pode ser afetada por fatores como a experiência do operador, a anatomia do paciente e a presença de artefatos.

Ademais, o ultrassom POCUS é uma técnica operador-dependente, o que significa que a sua acurácia está diretamente relacionada à habilidade e experiência do profissional que o realiza.

FAST e E-FAST

O FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) é uma das aplicações do POCUS no trauma, utilizado para avaliar especialmente a presença de líquido livre na cavidade pericárdica, abdominal e pélvica.

Enquanto o E-FAST (Extended Focused Assessment with Sonography for Trauma) é uma extensão da técnica do FAST que inclui a avaliação do tórax. Além das varreduras abdominais, o E-FAST também envolve a avaliação dos espaços pleurais em busca de sangramento ou pneumotórax. Dessa forma, a técnica ampliada aumenta a capacidade do ultrassom POCUS em detectar lesões torácicas concomitantes em pacientes traumatizados

Técnica FAST

O FAST inclui a avaliação em 4 janelas, enquanto e-FAST é adicionado a avaliação torácica. Toda avaliação dura cerca de 4 a 6 minutos.

1- Janela subxifoide (saco pericárdico)

  • Posicione o paciente em decúbito dorsal;
    • Use um probe convexo de baixa frequência (3,5 mHz);
  • Posicione o probe no espaço subxifóide formando um ângulo agudo com a parede abdominal
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Fonte: UpToDate (2023)

2- Espaço de Morrison (Interface hepatorrenal)

  • Posicione o probe no plano coronal na direção da linha axilar, no quadrante superior direito.
  • Rotacione o probe obliquamente e analise cranio-caudalmente o diafragma, o fígado e o rim.
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Fonte: UpToDate (2023)

3- Espaço Esplenorrenal (QSE)

  • Posicionar o probe numa direção mais cefálica e mais posterior que o do QSD;
  • Rotacionando o probe obliquamente, visualize o diafragma, o baço e o rim;
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Fonte: UpToDate (2023)

4- Janela suprapúbica (bexiga)

  • Idealmente, a bexiga está cheia para melhor visualização;
  • Posicone o probe acima do osso púbis;
  • Veja se já fluido (faixa escura);
  • Então, gire o probe em 90° e veja novamente se há fluido;
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Fonte: UpToDate (2023)
Fonte: UpToDate (2023)

5- Avaliação torácica (apenas e-FAST)

  • Avalie sempre bilateralmente;
  • Posicione o probe sagitalmente no 2º ou 3º espaço intercostal na linha hemiclavicular ;
  • Deslize o probe caudalmente;
  • Examine 2° ou 3° espaço, incluindo mais espaços que estejam com aumento de sensibilidade;
  • Veja se as pleuras pulmonares estão deslizando umas sobre as outras;
  • Verifique o diafragma bilateralmente entre o 5-8° espaço intercostal;
  • Procure o sinal do código de barras ou da estratosfera. Ambos indicam pneumotórax.
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Fonte: UpToDate (2023)
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Fonte: UpToDate (2023)

De olho na imagem

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Fonte: UpToDate (2023)

Ambas as imagens mostram o pulmão a partir da avaliação ultrassonográfica. A imagem A representa a imagem de um pulmão normal, apresentando o “sinal da praia”, sendo as ondas representada pela pleura parietal, e a areia pela pleura visceral. Contudo, na imagem B, temos o sinal do “código de barras” ou da “estratosfera”, onde é possível ver apenas a pleural parietal, devido a um pneumotórax.

Aqui sempre trazemos conteúdos e dicas para você gabaritar as questões de residência. Portanto não deixe de acompanhar nossos posts, com tudo de mais atualizado para a sua prática profissional!

5 questões essenciais sobre FAST e E-FAST para treinar para prova de residência médica

Quando o assunto é medidas auxiliares do atendimento ao paciente vítima de trauma, o
FAST é a parte com maior chance de cair na prova! Para ficar com esse assunto em dia,
revise em 5 questões abaixo:

1) Autoral – MedCof, 2023
Um homem de 43 anos envolveu-se em briga de bar e foi vítima de ferimento por arma de
fogo, com entrada no terceiro espaço intercostal da região paraesternal esquerda. O orifício
de saída está localizado posteriormente, no quinto espaço intercostal, também à esquerda.
O paciente chega ao Centro de Trauma agitado, diaforético, com frequência cardíaca de
135 bpm e PA de 78 X 56 mmHg. Foi feito o E-FAST (Extended Focused Assessment
Sonography for Trauma) ilustrado a seguir:

Qual das alternativas a seguir descreve melhor o achado da imagem e a conduta mais
adequada para o caso?
A) Hemopericárdio. Janela pericárdica.
B) Líquido livre peri-hepático. Laparotomia exploradora.
C) Hemopericárdio. Toracotomia
D) Hemopericárdio. Punção de Marfan.

2) Autoral – MedCof, 2023
Quais são as janelas estudadas no E-FAST (Extended Focused Assessment with
Sonography for Trauma)?


A) As mesmas do FAST, porém avaliadas com o transdutor linear e não o curvo.
B) As mesmas do FAST, com o acréscimo de mais 4: veia cava inferior, bases
pulmonares esquerda e direita, e avaliação cardíaca (janela paraesternal eixo longo.
C) As mesmas do FAST, com o acréscimo de mais 4: ápices e bases pulmonares
bilateralmente.
D) As mesmas do FAST, porém é um exame realizado apenas por médico não
radiologista com uma máquina específica para FAST.

3) Autoral – MedCof, 2022
O E-FAST (Extended Focused Assessement with Sonography for Trauma), ou seja, o FAST
estendido, aumentou a possibilidade de diagnóstico na avaliação do trauma. Qual das
alternativas abaixo identifica essa patologia que pode ser identificada na extensão do
FAST?

A) Hemorragia pélvica e raiz das coxas.
B) Trauma duodenopancreático.
C) Pneumoperitôneo.
D) Pneumotórax.
E) Hemorragia na região cervical.

4) Autoral – MedCof, 2023
Um paciente de 23 anos foi vítima de colisão moto vs anteparo fixo a 70 km/hora. Foi
trazido pela equipe de pré-hospitalar ao pronto-socorro, onde foi realizada a avaliação
inicial. O paciente não apresenta pulso radial, tem pulso femoral fino, frequência cardíaca
de 138 bpm e extremidades frias. Você faz E-FAST (Extended Focused Assessment with
Sonography for Trauma) para complementar a avaliação. Considerando apenas a imagem
abaixo, assinale a alternativa correta:

A) A linha hiperecogênica observada no espaço hepatorrenal corrobora o diagnóstico
de hemoperitônio.
B) Devem ser consideradas outras fontes de hemorragia que respondam pelo choque.
C) O FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) é negativo, o que exclui
de forma definitiva a presença de sangramento intra-abdominal significativo.
D) O paciente deve ser prontamente submetido a laparotomia exploradora.

5) Autoral – MedCof, 2021
O FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) tem sido cada vez mais
utilizado e hoje pode ser considerado uma importante ferramenta de avaliação do paciente
politraumatizado. Em relação ao uso da ultrassonografia na sala de trauma, pode-se
afirmar que:

A) A avaliação é exclusivamente abdominal, não sendo possível a investigação do
tórax.
B) A principal indicação é para o paciente estável hemodinamicamente, uma vez que a
avaliação completa requer tempo.
C) As principais janelas que precisam ser avaliadas são a pericárdica, hepatorrenal,
esplenorrenal e pélvica (fundo de Saco de Douglas).
D) O FAST deve ser realizado exclusivamente por médico radiologista, uma vez que
requer conhecimentos radiológicos específicos.

Gabarito
1) C
2) C
3) D
4) B
5) C

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