Saiba as últimas atualizações sobre ITU na Pediatria divulgadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Sumário
Em Setembro de 2023, a SBP publicou um novo documento científico sobre atualização sobre a Infecção do Trato Urinário (ITU) na Pediatria, que também é um dos assuntos mais cobrados nas provas de residência.
Definição: o que é a ITU?
De acordo com a SBP, a Infecção do Trato Urinário (ITU), define-se como um processo inflamatório sintomático gerado por um germe patogênico único no sistema urinário. Ainda de acordo com a Sociedade, trata-se da segunda infecção mais prevalente em crianças de até sete anos. Além disso, a ITU tem alto risco de recorrência dentro do primeiro ano após a primeira infecção. Inclusive, acomete de forma igualitária bebês e crianças de ambos os sexos.
Fatores de risco da Itu em pacientes pediátricos
SBP, 2023.
Manifestação Clínica da ITU em pacientes pediátricos
Segundo as atualizações sobre ITU na Pediatria, levar em consideração a idade e intensidade dos sintomas é necessário ao analisar o quadro clínico. Isso porque a ITU pode se apresentar com quadros leves até quadros graves com bacteremia. Além disso, lembrar que a ITU é a principal causa de Febre Sem Sinais Localizatórios (FSSL) em recém-nascidos e lactentes é importante.
SBP, 2023.
ITU: Disfunção vesical e intestinal (DVI)
A DVI está presente em até metade das crianças que apresentam o primeiro episódio de ITU. Além disso, pode ser definida a partir do padrão miccional anormal para a idade, persistente, evidenciado após o controle esfincteriano e pela ausência de alterações neurológicas.
SBP, 2023.
Como realizar o diagnóstico da ITU em pacientes pediátricos?
As atualizações sobre ITU na pediatria indicam que o diagnóstico é realizado a partir da suspeição clínica associado a exames que comprovem ou sugiram a ocorrência de ITU. Dessa forma, a suspeita diagnóstica ou ITU provável se dá pela realização do sedimento urinário com a evidência de:
- Piúria > 5-10 leuco/campo;
- Nitrito positivo;
- Esterase leucocitária positiva;
- Bacteriúria
Assim sendo, o diagnóstico de ITU confirmada só pode ser estabelecida por Urocultura, padrão-ouro para o diagnóstico. Por isso, sempre solicitá-la diante de uma suspeita é essencial.
A urocultura será positiva a depender do resultado + forma de coleta:
- Punção suprapúbica (PSP): qualquer contagem de colônias
- Cateterismo vesical: >50.000 UFC/ml
- Jato intermediário: > 100 mil UFC/m
SBP, 2023.
Tratamento da ITU em pacientes pediátricos
Quando internar?
- < 2 meses;
- Pacientes com sinais de sepse/toxemiados;
- Risco de não adesão;
Tratamento empírico
O tratamento deverá ser iniciado na presença de ITU provável até poder ser guiado com o resultado da urocultura, sendo necessário realizar a cobertura da *E.coli (*principal ag. etiológico). Deve-se lembrar ainda que meninos possuem maior risco de ter infecção por Proteus e por isso, podem apresentar quadros com maior gravidade
Via de administração
Em pacientes maiores de 3 meses com tolerância à ingesta oral, a via oral é preferencial.
Tempo de tratamento
A reavaliação deve ser feita entre 48 e 72 horas avaliando a necessidade de escalonar, na falta de resposta terapêutica; ou descalonar, quando há uma boa resposta. O tempo de terapia varia segundo as diretrizes mundiais de 7 a 14 dias.
Lembre-se de solicitar Creatinina sérica, especialmente se for utilizar aminoglicosídeo. A nova diretriz faz uma ressalva para evitar o uso de nitrofurantoína e ácido nalixídico, devido ao baixo bível de concentração no parênquima renal, sendo contraindicados na presença de febre (aumento do risco de ser pielonefrite).
SBP, 2023.
A nova diretriz faz uma ressalva para evitar o uso de nitrofurantoína e ácido nalixídico, devido ao baixo bível de concentração no parênquima renal, sendo contraindicados na presença de febre (aumento do risco de ser pielonefrite).
Investigação da ITU em pacientes pediátricos com exames de imagem
O objetivo é descartar malformações do trato urinário que possam implicar em piores desfechos no futuro.
USG de VVUU
É o exame de avaliação morfológica inicial na investigação morfológica, especialmente em menores de 2 anos com suspeita de pielonefrite (presença de febre).
Cintilografia com DMSA
Utilizado na pesquisa de cicatriz renal, e avaliação da função renal.
Urerocistografia miccional (UCM)
Importante para avaliar refluxo vesicoureteral e para descartar VUP, geralmente apontada nas questões como meninos que no período intraútero apresentava hidronefrose bilateral.
Quimioprofilaxia da ITU em pacientes pediátricos
Objetivo: reduzir recorrência e prevenir formação ou piora de cicatriz renal.
Está indicado em:
- Alterações na ultrassonografia (antenatal ou atual);
- ITU febril com PCR positivo;
- RVU graus 4 ou 5;
- Uropatias obstrutivas;
- ITU recorrentes
- 1 episódio de cistite + 1 pielonefrite
- ≥ 3 episódios de cistite
- ≥ 2 episódios de pielonefrite
OBS: Não deve ser utilizada em reinfecção (novo episódio de ITU < 2 semanas) !
Como?
- Drogas mais utilizadas:
- < 6 semanas de vida : Cefalexina;
- > 6 semanas de vida: Nitrofurantoína ou Sulfametoxazol e trimetroprim;
- De 1/3 ate 1/2 dose terapêutica;
- 1 x/dia (preferencialmente à noite).
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