Entenda as evidências chaves e considerações importantes associadas ao manejo não operacional da apendicite aguda.
Sumário
As últimas novidades sobre o tratamento não cirúrgico da apendicite aguda tem sido uma abordagem que está ganhando destaque e oferecendo opções inovadoras para pacientes.
Apendicectomia: uma mudança de paradigma
Por mais de um século, a apendicectomia foi o pilar do tratamento para apendicite aguda. No entanto, evidências recentes indicam que, em muitos casos, a terapia antibiótica pode ser tão eficaz quanto a cirurgia para apendicite não perfurada em pacientes saudáveis. Portanto, vamos aprofundar as principais descobertas e insights sobre essa abordagem inovadora.
Apendicite não perfurada: o ponto de partida
A apendicite não perfurada, também conhecida como simples ou não complicada, refere-se a casos sem sinais de perfuração clínica ou radiográfica. Sendo assim, aproximadamente 80% dos casos de apendicite se enquadram nessa categoria, proporcionando uma oportunidade para abordagens não operacionais.
Gestão clínica da apendicite aguda
O tratamento não cirúrgico destaca-se por oferecer benefícios como recuperação rápida e redução do tempo afastado do trabalho. Contudo, os pacientes devem estar cientes das incertezas associadas, como a possibilidade de recorrência da doença ou a presença de neoplasias ocultas. Por isso, a seguir vamos explorar as principais evidências fornecidas por estudos como o APPAC e o CODA.
Resultados estatísticos
Aproximadamente 90% dos pacientes respondem bem ao tratamento com antibióticos, evitando a necessidade de cirurgia durante a admissão inicial. Dessa forma, os outros 10% que não respondem podem precisar de uma apendicectomia de resgate. A presença de um apendicolito aumenta o risco de apendicectomia em 30 dias após o início dos antibióticos.
Candidatos adequados
O manejo não operacional é apropriado para pacientes com diagnóstico clínico de apendicite localizada, sem sinais de peritonite difusa ou complicações evidentes nas imagens.
Contraindicações
Existem contraindicações relativas e absolutas. Em gestantes, imunossuprimidos, portadores de doença inflamatória intestinal e pacientes com peritonite difusa, instabilidade hemodinâmica e sepse, o manejo clínico não está indicado.
Contraindicações no manejo clínico da apendicite aguda
Contraindicação relativa: Presença de apendicolitos e em pacientes > 40 anos de idade, apresentam uma resposta retardada ao antibiótico e maior risco de recorrência e complicação.
Contraindicação absoluta: Gestantes, imunossuprimidos, portadores de doença inflamatória intestinal, presença de peritonite difusa, instabilidade hemodinâmica e sepse.
Benefícios e riscos
Os pacientes tratados com antibióticos experimentam benefícios, incluindo redução da contagem de glóbulos brancos, prevenção de peritonite e redução de sintomas. Em comparação com a apendicectomia inicial, apresentam escores de dor mais baixos, requerem menos opioides e têm menos dias de trabalho perdidos.
No entanto, 15-49% dos pacientes que optam pelo tratamento não cirúrgico podem desenvolver sintomas recorrentes, levando a visitas adicionais ao pronto-socorro ou hospitalizações não planejadas após a apendicectomia inicial.
Conclusão
O tratamento clínico da apendicite aguda está ganhando destaque, oferecendo uma alternativa eficaz à apendicectomia em casos não perfurados. Compreender os benefícios, riscos e critérios de seleção é fundamental para tomar decisões informadas sobre o melhor curso de tratamento para cada paciente.
Observe abaixo o fluxograma do tratamento e a tabela que traz de forma resumida as principais evidências sobre o manejo clínico da apendicite aguda.
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