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quinta-feira, 21 novembro
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Pé diabético: clínica e avaliação.

Sumário

Diabetes é a principal causa de amputação não traumática de membro inferior no nosso país, é considerado que 11% dos diabéticos de longa data irão sofrer amputação em algum momento. Além disso, o motivo mais comum de internamento hospitalar de pacientes diabéticos é o pé diabético infectado e/ou gangrena úmida de pododáctilos.As principais causas de pé diabético são as polineuropatias sensitivo-motoras, as neuropatias autonômicas e a doença arterial periférica.📖 PÉ DIABÉTICO: infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles + alterações neurológicas + vários graus de doença arterial obstrutiva periférica de MMII.

Diferenciando úlceras neuropáticas e isquêmicas

ÚLCERA NEUROPÁTICAÚLCERA ISQUÊMICA
IndolorDolorosa
Pulsos presentesPulsos ausentes
CalosidadesUnhas atrofiadas
Pele secaPalidez
Tecido granulosoMargens irregulares
Secretiva — gangrena úmidaNão exsudativa — gangrena seca
⚠️ DICA: Se for possível palpar o pulso pedioso do membro acometido, a principal causa da isquêmica é neurológica e não vascular.

Abordagem ao pé diabético

O rastreio de pé diabético deve ser realizado no diagnóstico de diabetes tipo 2 e, após isso, uma vez por ano. No caso da diabetes tipo 1, deve-se realizar após 5 anos do diagnóstico.ORIENTAÇÃO DE CALÇADOS
EVITARPREFERIR
Aumentam a temperatura do péConfortáveis
Predispõem à quedaCobrem todo o pé
Tiras apertadasNão marcam o pé
Marcam o calcâneoLeve
Saltos finosAnatômico
Saem do pé com facilidadeSeguro
AVALIAÇÃO DO PACIENTE
    • Risco para úlcera em pé diabético:
        • DM
        • Polineuropatia
        • Com ou sem deformidade
        • Com ou sem doença arterial periférica
        • Antecedentes de úlcera ou amputação
        • Perda de sensibilidade protetora plantar
    • Indicativos de infecção em úlcera:
        • Secreção purulenta
        • Odor forte
        • Celulite nas bordas
    • Avaliação vascular:
        • Pulsos bilaterais
            • Pedioso
            • Tibial posterior
        • ITB — índice tornozelo-braço = PAS supramaleolar / PAS do braço
            • Recomendado realizar em todos diabéticos com > 50 anos.
            • Normal entre 0,9 e 1,3.
  • Avaliação neurológica:
      • Avaliar sensibilidade tátil, térmica, dolorosa e vibratória.
    • Se possível, realizar teste com estesiômetro.

Classificação de Wagner

GRAU 0Neuropatia e/ou isquemia, sem úlcera
GRAU IÚlcera superficial
GRAU IIÚlcera profunda sem abscesso e sem osteomielite
GRAU IIIÚlcera profunda com celulite, abscesso, gangrena subcutâneo e possivelmente osteomielite
GRAU IVGangrena úmida restrita a pododáctilo
GRAU VGangrena úmida em todo pé
⚠️ Nos graus IV e V, a conduta é amputação.

Classificação de risco

O intervalo entre as avaliações do paciente diabético está diretamente relacionada ao seu risco de desenvolver pé diabético.
CATEGORIA DE RISCOCLÍNICAACOMPANHAMENTO
GRAU 0Neuropatia ausenteAnual
GRAU 1Neuropatia com ou sem deformidadesA cada 3 a 6 meses
GRAU 2Doença arterial periférica com ou sem neuropatiaA cada 2 a 3 meses
GRAU 3História de úlcera e/ou amputaçãoA cada 1 ou 2 meses

Tratamento das queixas

O tratamento não medicamentoso visa orientar o paciente a manter bons hábitos a fim de evitar a progressão da doença.
(Fonte: BRASIL, 2016).

Tratamento das lesões infectadas

ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA| Superficial | Cefalosporinas de 1ª ou 2ª geração OU Amoxicilina + clavulanato OU Clindamicina | | — | — | | Profundas | Ampicilina/sulbactam OU Ceftriaxona + clindamicina OU Ciprofloxacino + clindamicina OU Vancomicina + meropenem |⚠️ LEMBRE-SE: Na presença de ostemielite, a antibioticoterapia deve ser mantida por 3 semanas.Agora já discutimos tudo sobre esse tema e você está pronto para arrasar na atenção básica e nas provas de residência! Bons estudos.

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