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quinta-feira, 21 novembro
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Doenças exantemáticas: Kawasaki.

Seguindo a série de posts sobre as principais doenças exantemáticas, nesse texto abordaremos sobre a Kawasaki.

Sumário

Consideramos doenças exantemáticas as síndromes de origem infecciosa, em sua maioria viral, de evolução benigna e autolimitada que são acompanhadas por exantema, podendo ou não apresentar febre associada.

DOENÇA DE KAWASAKI

  • É uma vasculite sistêmica, aguda e autolimitada, acometendo predominantemente vasos de médio calibre, de etiologia desconhecida. Acredita-se que se origine através de um gatilho infeccioso em pessoas geneticamente susceptíveis.
  • Predomina em crianças de 1 a 4 anos, com pico de incidência entre 9 e 12 meses.
  • Clínica e diagnóstico — Critérios da American Heart Association e da European League Against Rheumatism/Pediatric Rheumatology European Society:
(Fonte: SBP, 2021)
  • ⚠️ LEMBRE-SE: A única forma que o exantema não se apresenta é vesicobolhoso.
(Fonte: Google Imagens).
  • ⚠️ LEMBRE-SE: Todos os pacientes com kawasaki devem ser submetidos a um ecocardiograma para pesquisar alterações coronarianas. Esse exame deve ser repetido com 1 a 2 semanas e, após isso, com 6 a 8 semanas para acompanhamento.

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Kawasaki incompleto

É a presença de febre inexplicada e 2 a 3 critérios clínicos citados acima. Devemos solicitar VHS e PCR. Se aumentados, o diagnóstico é fechado através de ecocardiograma alterado ou ≥ 3 critérios laboratoriais:

    • Albumina < 3g/dl

    • Anemia

    • Leucócitos > 15.000/mm³

    • Plaquetas > 450.000/m³ após o 7º dia

    • Leucocitúria

  • ⚠️ LEMBRE-SE: Manifestações sugestivas de infecção de vias aéreas superiores (como tosse) ou gastrintestinal (como dor abdominal e diarreia), não afasta a possibilidade de Kawasaki.
  • 20 a 30% dos pacientes não preenchem os critérios diagnósticos, sendo consideradas formas atípicas. Exames que auxiliam no diagnóstico desses casos são:
    • VHS > 40mm/1ª hora
    • PCR > 3mg/dl
    • TGP > 50U
    • Hiponatremia
    • Dimensões coronarianas por meio do z-escore > 2,5 no ecocardiograma

Tratamento

 A SBP recomenda o uso de AAS na dose 100mg/kg/dia dividida em 4 tomadas. Outras fontes mais recentes recomendam de 30-50mg/kg/dia (dose anti-inflamatória) até a melhora da febre. Após 48 horas afebril, devemos solicitar as provas inflamatórias. Se estiverem em queda, reduzimos a dose de AAS para 3-5mg/kg/dia (dose anti-plaquetária) por até 6 a 8 semanas. O uso de imunoglobulina humana intravenosa 2g/kg dose única

também está indicada até 10º dia, para evitar aneurisma de coronária.

  • ⚠️ LEMBRE-SE: O uso da imunoglobulina pode ser realizado após os 10 dias se ainda houver presença de febre e elevação de VHS ou PCR.
  • A American Heart Association sugere o uso de corticoide (metilprednisola 2mg/kg/dia EV) em casos de alto risco para aneurismas:
    • < 6 meses
      > 8 anos
    • Hipoalbuminemia
    • Trombocitopenia
    • Lleucocitose
    • levação de transaminase
    • Hiponatremia
    • Síndrome do choque do Kawasaki
    • Sexo masculino
  • ⚠️ LEMBRE-SE: Após o cessar da febre, devemos iniciar o desmame (duração de 2-3 semanas) com prednisolona oral.
  •   Profilaxia — não disponível.
  • Seguimentos com reumatologista e cardiologista pediátricos devem ser sempre considerados.

Anota todas as dicas e continua ligado no nosso blog, pois também iremos conversar sobre as outras doenças exantemáticas. Bons estudos!

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