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sexta-feira, 22 novembro
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Placenta Prévia: Entenda o Diagnóstico Diferencial e a Conduta Adequada.

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Este artigo visa proporcionar clareza sobre uma das principais causas de sangramento na segunda metade da gestação: a placenta prévia.

Sumário

Os sangramentos durante a gestação são fonte de grande preocupação e insegurança para as gestantes e seus acompanhantes. Ter conhecimento diferenciado e conduzir com segurança são essenciais para garantir a saúde tanto da mãe quanto do feto.

Definição de Placenta Prévia

A placenta prévia é caracterizada pela implantação de qualquer polo placentário no segmento inferior do útero após as 28 semanas. Essa definição é crucial, uma vez que antes desse período, a placenta pode migrar em busca de regiões mais oxigenadas.

Fatores de risco da placenta prévia

Os fatores que mais predispõe a ocorrência da placenta prévia são fatores que alteram a arquitetura endometrial ou que favoreçam a uma alteração na vascularização da decídua como: cicatriz uterina, antecedente de curetagem uterina, tabagismo, multiparidade, idade materna avançada, antecedente de placenta prévia e gestação gemelar.

Classificação

A classificação da placenta prévia baseia-se no nível de implantação em relação ao colo do útero:

  • Placenta prévia total ou completa: placenta cobre totalmente o orifício interno do colo (OCI);
  • Placenta prévia parcial ou incompleta: obstrui parcialmente o OCI;
  • Placenta prévia marginal: a placenta atinge a borda do OCI, sem ultrapasá-lo;
  • Placenta de implantação baixa: Localizada a menos de 2 cm da margem do orifício interno do colo;

Observe o desenho ilustrativo abaixo

classificacao-da-placenta-previa

Manifestação Clínica da Placenta Prévia:

O quadro clínico é determinante para diferenciar a placenta prévia de outros possíveis diagnósticos de sangramentos na segunda metade da gestação.

👌 ANOTA ESSA DICA E NÃO ERRE MAIS. O quadro clínico da placenta PRÉVIA é:

Progressivo -gravidade progressiva

Repetitivo – o sangramento retorna sem fator causal

Espontâneo – o sangramento inicia e interrompe de maneira espontânea

Vermelho vivo/rutilante – característica do sangramento

Indolor – ausência de cólicas

Ausência de SFA e de hipertonia uterina – o bem-estar fetal está preservado.

Manejo da placenta prévia

Uma vez colhido a história da paciente é importante lembrar que o TOQUE VAGINAL NÃO deve ser realizado pelo risco de aumentar o sangramento e piorar o prognóstico, por isso você deve passar o espéculo para avaliar o colo e a possibilidade de placenta prévia.

Lembre-se que a USG transvaginal é a melhor forma de diagnóstico e pode ser solicitada para fazer os demais diagnósticos diferenciais como vasa prévia.

Em casos de sangramento ativo deve-se solicitar hemograma, coagulograma e tipagem sanguínea AB0 e RH.

Diagnóstico Diferencial:

O descolamento prematuro de placenta (DPP) é o principal diagnóstico diferencial a ser considerado diante de um quadro de sangramento na segunda metade da gestação.

Perceba a diferença de um quadro para outro na tabela abaixo:

 PPDPP
SangramentoVivo, espontâneo e recorrentePode estar ausente (oculto), ser discreto ou moderado, pode estar escurecido
DorAusenteGeralmente presente, abdominal ou lombar
Tônus uterinoNormalAumentado
Vitalidade fetalPreservadaAlterada e grave, risco de mortalidade fetal
MetrossístoleAumenta a hemorragiaDiminui a hemorragia
UltrassomLocalização anômala placentáriaPode não identificar, mas pode apresentar a visualização de coleção retroplacentária

Conduta

A conduta vai depender do quadro clínico atual e idade gestacional, portanto há duas opções:

  • Conservadora: A conduta será expectante nos casos de pacientes assintomáticas, estáveis clinica e hemodinamicamente e em que a idade gestacional é inferior a 37 semanas.
    • Orientações: Informar sinais de alarme, evitar relações sexuais, monitoramento fetal, considerar corticoterapia para maturação pulmonar e resolução de gestação cm 37 semanas
  • Ativa: Em casos de sangramento ativo, risco de comprometimento do bem estar fetal e/ou idade gestacional ≥ 37 semanas deve-se indicar a resolução da gestação.

A via de parto inclui a altura e encaixamento da apresentação, e o resultado da USG vai auxiliar a conduta:

  • PP total: Via de escolha é cesariana
  • PP parcial: Cesariana.
    • Exceção: Multíparas com parto próximo ao fim, com sangramento discreto, sem obstáculo mecânico para o parto vaginal.
  • PP marginal ou baixa: pode ser vaginal, se atentando para a intensidade da hemorragia e estabilidade hemodinâmica da mãe, também se o feto está morto ou há malformações fetais incompatíveis com a vida extrauterina, pode fazer o parto vaginal.
    • Borda da placenta < 2cm do OCI e com borda espessa (>1cm): aumenta o risco de necessitar de cesariana por ser um obstáculo mecânico.

Diferenciar a placenta prévia de outras causas de sangramento é crucial para um manejo adequado. Conhecer a classificação, compreender os fatores de risco e adotar uma conduta personalizada são passos fundamentais para garantir a segurança materna e fetal.
Fique informado e atento aos sinais que fazem toda a diferença no desfecho da gestação.

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