A tuberculose (TB), doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, se mantém como um desafio de saúde global. No Brasil, a tuberculose tem relevância epidemiológica significativa, pois o país apresenta alta incidência, influenciada por fatores socioeconômicos, desigualdades regionais e a coexistência com o HIV. Apesar dos esforços no controle da tuberculose no Brasil, a persistência da epidemia e a ocorrência de cepas resistentes demandam conhecimento sobre o assunto e medidas abrangentes. Por isso, teremos uma série de posts sobre a tuberculose. No post de hoje, vamos conversar sobre os agentes etiológicos e a forma de transmissão.
O que causa tuberculose?
Até o momento, existem 7 espécies do Mycobacterium tuberculosis, bactéria responsável por causar a tuberculose.
M tuberculosis |
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M bovis |
M africanum |
M canetti |
M microti |
M pinnipedi |
M caprae |
O quadro abaixo reúne algumas características das principais espécies.
M tuberculosis ou bacilo de Koch | M bovis |
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Preferência pelo parênquima pulmonar | Principal agente em áreas rurais |
Transmissão de pessoa a pessoa | Transmissão através da ingestão de leite ou derivados não pasteurizados do gado contaminado |
Maior frequência de apresentações extrapulmonares, especialmente a TB ganglionar. |
Como ocorre a transmissão da tuberculose?
A transmissão da TB, na sua forma mais comum, ocorre quando o paciente é classificado como bacilífero, ou seja, que possui alto número de bacilos (suficiente para transmitir para outra pessoa). A transmissão ocorre através de gotículas, pela fala, espirro ou tosse.
Os bacilos se depositam em roupas, lençóis, copos e objetos. Entretanto, objetos contaminados têm pouco papel na transmissão dessa doença.
Determinantes da chance de infeccção
Como citamos acima, a concentração de bacilos expelidos pelo doente determina se ele é capaz de transmitir tuberculose para outra pessoa ou não. Classificamos da seguinte maneira:
- Bacilíferos → prova tuberculínica positiva.
- Multibacilíferos → baciloscopia positiva no escarro, BAAR positivo. Geralmente, causa a forma cavitária da doença.
- Paucibacilíferos → cultura positiva e escarro negativo. Geralmente, causa a forma não cavitária.
- Não bacilíferos → formas extrapulmonares de TB.
Outro determinante é a intensidade e a frequência de contato entre o paciente doente e o paciente exposto. Para iniciar a infecção, são necessários 20 a 200 bacilos. Contatos esporádicos raramente infeccionam mas, em contatos domiciliares, a transmissão chega a 30-50%.
Condições ambientais também são considerados determinantes de infecção. As partículas podem ficar horas dispersas no ar mas são rapidamente diluídas ao ar livre, sendo desativadas pela luz solar ultravioleta. Dessa forma, o risco de transmissão da tuberculose aumenta em ambientes fechados e com pouca iluminação natural.
A resistência natural da pessoa exposta também é um determinante, considerando aspectos genéticos, a presença ou não de doenças debilitantes ou imunodepressoras. Contactantes diários nesses ambientes tem > 80% de risco de transmissão.
Agora que conversamos sobre os agentes etiológicos e a transmissão, aproveite para anotar os principais pontos do tema e continue ligado no nosso blog, pois iremos conversar mais sobre tuberculose. Bons estudos!
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