A hipertensão na infância e a adolescência deve ser diagnosticada com precisão e conduzida de uma forma adequada a fim de prevenir complicações futuras.
Nesse post vamos abordar sobre a abordagem da hipertensão arterial sistêmica na pediatria.
Definição
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) na infância e adolescência é definida por uma Pressão Arterial Sistólica (PAS) e/ou Pressão Arterial Diastólica (PAD) ≥ Percentil 95 para sexo, idade e percentil da estatura em três ou mais ocasiões diferentes.
Classificação
A classificação desta condição é muito importante, pois ela vai orientar o fluxo de investigação e tratamento das crianças diagnosticadas.
Como é feito?
Logo após a aferição da pressão, relaciona-se este dado com o sexo, idade e percentil da estatura, para se obter o percentil da PA, classificando-o em:
- Normal se < p90;
- PA elevada se ≥ p90 e <p95, ou 120×80 mmHg;
- HAS estágio 1 se ≥ p95 e < p95 + 12mmHg;
- HAS estágio 2 se ≥ p95 + 12 mmHg;
** Lembrando que essa classificação e válida para crianças de 1 a 13 anos.
Conduta
A conduta e seguimento do paciente vai depender de como esse paciente foi diagnosticado com a hipertensão na infância.
1. PA elevada
Para esses pacientes, a conduta inicial são as medidas não farmacológicas e reavaliar com 6 meses, assim, se a PA normalizar, retorna para o rastreamento anual, caso tenha se mantido elevada, deve-se afastar a possibilidade de coarctação da aorta, e reforçar medidas não farmacológicas, e marcar nova reavaliação com 6 meses.
Caso a PA mantenha-se elevada, deve-se considerar o MAPA e encaminhar ao especialista, caso tenha normalizado, retorna ao screening anual.
2. HAS estágio 1
Para esses pacientes, a conduta inicial são as medidas não farmacológicas e reavaliar com 1-2 semanas, se a PA normalizar, retorna para o rastreamento anual, pois caso tenha se mantido elevada, deve-se afastar a possibilidade de coarctação da aorta, e reforçar medidas não farmacológicas, e marcar nova reavaliação com 3 meses.
Sendo assim, caso a PA mantenha-se no estágio 1, deve-se considerar o MAPA e encaminhar ao especialista, caso tenha normalizado, retorna ao screening anual.
3. HAS estágio 2
Para esses pacientes, a conduta inicial vai depender se o paciente está apresentando alguma sintomatologia da hipertensão na infância ou não.
Tratamento
Terapia não medicamentosa
O tratamento não medicamentoso é a base do tratamento para todos os pacientes diagnosticados com hipertensão na infância, especialmente em casos de hipertensão primária.
Dieta
As recomendações baseiam-se na redução de ingestão de sal, gorduras saturadas, colesterol, carne vermelha, açúcares e bebidas ricas em açúcar, e, aumento na ingestão de potássio, magnésio, cálcio, proteínas e fibras.
Exercício físicos
Os exercícios devem sempre ser estimulados, independentemente da presença de sobrepeso e obesidade, e sempre adaptar para exercícios adequados para idade, assim inserindo hábitos saudáveis de forma lúdica.
Terapia medicamentosa
A maioria dos casos de hipertensão de infância conseguem ter controle com a mudança do estilo de vida, entretanto há alguns casos que necessitam da terapia medicamentosa para controle da PA.
Geralmente, na infância, as melhores respostas são com IECA ou BRA, entretanto é necessário individualizar cada caso e levar em consideração as doenças de base, quando presentes.
Quando iniciar?
- Falha do tratamento não medicamentoso;
- Hipertensão sintomática;
- Hipertrofia de ventículo esquerdo;
- HAS em paciente com Doença Renal Crônica;
- HAS estágio 2 sem fator modificável identificado;
- HAS em paciente com Diabetes mellitus 1 ou 2;
Na infância as melhores respostas é com IECA e BRA.
Dá uma olhada de como deve estabelecer e escalonar a terapia medicamentosa:
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