
O que é Amenorreia?
Considerada a falta de menstruação nas mulheres em idade fértil, a amenorreia ocorre por uma série de fatores, como disfunções orgânicas, malformações anatômicas e outras condições. Podemos classificá-la em compartimentos conforme o acometimento original da amenorreia:
- Compartimento 4: Hipotálamo;
- Compartimento 1: Vagina, útero e tubas uterinas;
- Compartimento 2: Ovários;
- Compartimento 3: Hipófise.
A amenorreia primária, caracterizada pela ausência de menstruação em indivíduos que já deveriam ter menstruado, pode ser diagnosticada em presença das seguintes situações:
- Menarca não ocorreu aos 15 anos na presença de caracteres sexuais ou aos 13 anos na ausência de caracteres sexuais;
- Menarca não ocorreu 5 anos após telarca (se antes dos 10 anos).
Observação: A American College of Obstetricians and Gynecologists também descreve a amenorreia primária a ausência de menarca 3 anos após a telarca. Revise aqui quais são os caracteres puberais.
Causas da amenorreia
Por ser uma condição complexa, as causas dela podem ser mentais (transtornos alimentares), hormonais (hipogonadismo ou hipogonadotrófico), genéticas (Síndrome de Turner ou deficiência na produção de GH) ou morfológicas (obstrução do trato genital). Dada essa complexidade, uma anamnese bem administrada será crucial para um diagnóstico correto.
Investigação da Amenorreia
Quando fatores como gravidez, amamentação, uso de anticoncepcionais e ambiguidade sexual são excluídos, devemos, a princípio, avaliar a idade e a presença de caracteres sexuais na paciente, a fim tentar encontrar provas da amenorreia primária. Após isso, é preciso avaliar alterações corporais secundárias (tamanho, peso, dores incomuns) para reconhecer síndromes genéticas ou comportamentais.
Veja alguns exemplos:
Presença de caracteres sexuais?
A ausência de telarca sugere deficiência de estradiol, e a puberca ausente ou com escassez de pelos (especialmente com telarca presente) sugere deficiência de receptores androgênicos.
Crescimento estatural adequado?
Alterações de desenvolvimento podem sugerir doenças genéticas (como a Síndrome de Turner ou deficiência de GH).
Fatores ambientais estressantes, alteração de peso, alteração de hábitos alimentares e atividade física?
Esses fatores podem associar a amenorreia primária de origem central (hipotalâmica e/ou hipofisária), como em casos de atletas, desnutrição e anorexia nervosa.
Presença de doenças crônicas?
Causas de hiperprolactinemia (ex.como hipotireoidismo) e hiperinsulinemia (ex. diabetes mellitus) podem causar amenorreia.
Presença de dor pélvica cíclica (cólica) de caráter progressivo?
Pode haver causa estrutural da amenorreia.
Sinais e sintomas de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo, virilização)?
Esses achados sugerem anovulação hiperandrogênica característica da síndrome dos ovários policísticos e hiperplasia adrenal congênita de forma não clássica.
Presença de secreção nas mamas?
Galactorreia pode sugerir hiperprolactinemia.
Medicações em uso?
Algumas medicações como antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensivos e opiáceos podem estar relacionados com a amenorreia.
Exames físico da Amenorreia
Além do exame físico geral e completo é imprescindível avaliar especificamente:
- Altura, peso, índice de massa corporal;
- Desenvolvimento puberal ( Escala de Tanner);
- Estigmas genéticos – pescoço alado, palato em ogiva, malformações do trato urinário…;
- Hirsutismo;
- Exame genital: avaliar possibilidade de hematocolpo (hímen imperfurado), vagina curta (sd. de diferenciação sexual);
- Toque bimanual está indicado caso a paciente já tenha iniciado a vida sexual;
Tratamento Cirúrgico
- Indicado em neoplasias ovarianas e de suprerrenal, bem como na síndrome de Cushing com presença de tumor.
- Malformações Mulleriana têm tratamento dependente da malformação.
- Cirurgias outras dependem da condição encontrada.
Curiosidades
O Cariótipo deve ser avaliado, particularmente, em casos de amenorréia com hipogonadismo hipergonadotrófico (FSH elevado) ou quando há ausência de útero, mesmo com FSH dentro dos níveis normais. O raciocínio diagnóstico deve seguir o fluxograma abaixo:
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