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Hepatites virais 2024

No dia 27 de julho de 2024, o Ministério da Saúde divulgou o boletim epidemiológico sobre as hepatites virais. O documento consiste em um instrumento anual de vigilância e gestão, elaborado a partir da consolidação de informações atualizadas até 2023, acerca das notificações de casos e óbitos confirmados de hepatites A, B, C, D e E. Tem o objetivo de auxiliar a realização de análises do contexto epidemiológico dos territórios e contribuir para a definição de estratégias de resposta às hepatites virais. Quer saber mais? Então confira o post!

Cenário epidemiológico das hepatites virais

Em um período de 23 anos, foram notificados 785.571 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Variando entre as regiões do país, o Nordeste concentra a maior proporção das infecções pelo vírus A (29,7%), no Sudeste verificam-se as maiores proporções dos vírus B e C, com 34,1% e 58,1%, respectivamente, seguindo com a região Sul, com 31,2% e 27,1%, respectivamente, e por fim, o Norte acumula 72,5% do total de casos de hepatite D.

No período de 2000 a 2022, o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), identificou 89.875 óbitos por causas básicas e associadas às hepatites dos tipos A, B, C, D e E.

Hepatite A

As regiões Norte e Nordeste compreendem mais da metade dos casos confirmados de hepatite A, dentro do período de 2000 a 2023. Sendo o estado mais afetado, o Amazonas concentra 8,4% dos casos, enquanto Sergipe apresenta o menor número dos casos, totalizando 0,9%.

Entre 2000 e 2022, foram identificados 1.380 óbitos associados à hepatite A, sendo 70,1% (967) como causa básica e 29,9% (413) como causa associada. Na distribuição entre as regiões, observou-se que a maior proporção dos óbitos por hepatite A como causa básica ocorreu na região Nordeste (33,6%), seguida da região Sudeste (31,0%).

Hepatite B

No período de coleta de dados do boletim, identificaram-se 289.029 casos confirmados de hepatite B no Brasil, sendo mais recorrente entre os homens. Desses, a maioria está concentrada na região Sudeste (34,1%), seguida das regiões Sul (31,2%), Norte (14,5%), Nordeste (11,1%) e Centro-Oeste (9,1%). Mas, entre 2013 e 2023, as taxas de detecção de hepatite B no Brasil apresentaram redução de 42,8%, passando de 8,3 para 4,7 casos a cada 100 mil habitantes.

Hepatite C

A hepatite C é a maior causa de morte entre as hepatites virais. Sendo 68.189 óbitos associados à hepatite C entre 2000 e 2022. Ademais, houve o registro de 318.916 casos confirmados de hepatite C, entre o período de 2000 e 2023. Sendo 58,1% no Sudeste, 27,1% no Sul, 7,2% no Nordeste, 3,9% no Centro-Oeste e 3,7% no Norte.

Em 2023, o ranking das capitais com as maiores taxas de detecção de hepatite C apresentou nove capitais com taxas superiores à nacional (de 7,6 casos por 100 mil
habitantes), sendo elas: Porto Alegre (57,1 casos por 100 mil habitantes), com a maior taxa entre as capitais, seguida de São Paulo (25,6), Florianópolis (21,3), Rio Branco (19,3), Porto Velho (17,3), Curitiba (16,4), Goiânia (13,4), Salvador (10,9) e Boa Vista (9,8). A menor taxa entre as capitais foi observada em Macapá, com 2,7 casos a cada 100 mil habitantes.

Além disso, no período de 2008 a 2023, 7,8% (20.965) do total de casos diagnosticados de hepatite C apresentaram coinfecção com o HIV. Entre as regiões brasileiras, a maior proporção de indivíduos coinfectados com o HIV ocorreu no Sul, com 8,2% do total dos casos diagnosticados de hepatite C em 2023.

Hepatite D

Com um diagnóstico de 4.525 casos confirmados de hepatite D, a maioria dos casos ocorreu entre os homens (58,5%) e na região do Norte, segundo o período de coleta de informações do boletim. Além disso, a distribuição etária dos casos diagnosticados de
hepatite D demonstrou que a população infectada é mais jovem. Cerca de metade dos indivíduos (60,5% do total de casos) possuía idade entre 20 e 44 anos no período
analisado, e 18,8% dos casos tinham idade superior a 50 anos.

Confira o boletim completo para mais informações:

O que são hepatites virais

As hepatites virais A, B e C são inflamações no fígado causadas por diferentes vírus. Os tipos B e C podem acarretar em doenças graves, como câncer e cirrose. Além disso, todos os tipos de hepatites podem levam à óbito.

A transmissão da hepatite A ocorre por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados pelo vírus e pelo contágio oral-fecal. É importante prevenir-se ingerindo água tratada, lavando bem os alimentos e também vacinando as crianças de 15 meses a cinco anos.

A hepatite B e C tem como transmissão a relação sexual desprotegida, pelo compartilhamento de materiais no uso de drogas injetáveis, inaladas e pipadas e uso de materiais não esterilizados. Além disso, para a hepatite C, quem recebeu tranfusão de sangue antes de 1993 também corre o risco de ter sido contaminado.

Caso a mãe seja portadora da hepatite B, ela pode transmitir o vírus para o bebê durante a gestação e parto. Por isso, recomenda-se a vacina para todas as gestantes. Já para a hepatite C, não existem vacinas, por isso, a melhor forma de prevenção é o uso do preservativo em todas as relações sexuais.

Concluindo, a hepatite E ocorre pelo vírus E (HEV) e causa hepatite aguda de curta duração, sendo, na maioria dos casos, uma doença de caráter benigno. Porém, é possível desenvolver hepatite fulminante no paciente, que pode ser fatal. Em mulheres gestantes, a hepatite E pode ser grave. A transmissão ocorre principalmente pela via fecal-oral pelo consumo de água contaminada e em locais com infraestrutura sanitária frágil.

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