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quinta-feira, 21 novembro
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Insuficiência Respiratória e PARDS: Diretrizes e Recomendações na conduta médica

A imagem mostra uma ilustração de um pulmão.

A insuficiência respiratória e a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo Pediátrico (PARDS) são condições críticas que exigem um manejo cuidadoso e baseado em evidências. Por isso, o MedCof aborda, neste breve resumo, as principais diretrizes e recomendações para o tratamento dessas condições, com base nos materiais de apoio da nossa plataforma de aulas. Com ele, podemos relembrar algumas informações importantes que costumam cair em provas de residência para pediatria, razão para você não perder este rico conhecimento e já começar a leitura!

Classificação da Insuficiência Respiratória

Desconforto Respiratório X Insuficiência Respiratória

A distinção entre desconforto respiratório e insuficiência respiratória é fundamental. No desconforto respiratório, medidas iniciais são geralmente eficazes, enquanto a insuficiência respiratória requer suporte invasivo, como intubação. As causas de desconforto respiratório incluem:

  • Obstrução de vias aéreas superiores: anafilaxia, laringite, corpo estranho;
  • Obstrução de vias aéreas inferiores: bronquiolite, asma;
  • Doenças do parênquima pulmonar: pneumonia;
  • Distúrbios de controle respiratório: alterações na caixa torácica e controle neurológico.

Insuficiência Respiratória Hipoxêmica

A insuficiência respiratória hipoxêmica pode ser causada por distúrbios de ventilação-perfusão, como efeito shunt e espaço morto, além de distúrbios de difusão. No efeito shunt, o sangue passa por alvéolos não ventilados e não é oxigenado. No efeito espaço morto, a via aérea está pérvia, mas o sangue não passa pelo alvéolo.

Síndrome do Desconforto Respiratório Pediátrico (PARDS)

Diagnóstico e Classificação

O diagnóstico de PARDS envolve um quadro respiratório agudo com necessidade de suporte respiratório em menos de sete dias, nova imagem radiológica com comprometimento do parênquima e exclusão de causas neonatais, edema cardíaco ou hipervolemia. A classificação de PARDS é baseada no suporte respiratório e nos índices de oxigenação:

  • Risco de PARDS: qualquer suporte respiratório para manter SatO2 > 88%.
  • PARDS possível: suporte respiratório com PaO2/FiO2 < 300 ou Sat O2/FiO2 < 250.
  • PARDS em VNI: leve-moderada (PaO2/FiO2 > 100 ou SatO2/FiO2 > 150); grave (PaO2/FiO2 ≤ 100 ou SatO2/FiO2 ≤ 150).
  • PARDS em VMI: leve-moderada (IO < 16 ou Isat < 12); grave (IO ≥ 16 ou Isat ≤ 12).

Tratamento da Insuficiência Respiratória e PARDS

Falha de Métodos Convencionais de O2 ou CNAF

Quando há falha nos métodos convencionais de oxigênio ou cateter nasal de alto fluxo (CNAF), deve-se iniciar precocemente a ventilação não invasiva (VNI) com CPAP ou BiPAP. A resposta deve ser avaliada em seis horas, e, em caso de falha, indicar intubação orotraqueal (IOT).

Ventilação Invasiva

Não há um modo específico recomendado para ventilação invasiva. No entanto, a ventilação protetora é essencial para evitar lesão pulmonar adicional. Os parâmetros incluem:

Volume corrente: 6-8 ml/kg (4-6 ml/kg em pacientes específicos).

  • Pressão de platô (Pplatô): < 28 cm H2O (até 32 cm H2O em pacientes com menor complacência torácica).
  • Pressão de condução (Driving pressure): < 15 cm H2O.
  • PEEP: alto.

Nutrição Enteral Precoce

A nutrição enteral precoce inicia-se preferencialmente em menos de 72 horas, com recomendações de proteína > 1,5 g/kg/dia e aporte hídrico necessário.

 Transfusão

Transfusões são indicadas se a hemoglobina (Hb) estiver < 5 g/dL, exceto em anemias hemolíticas. Deve-se evitar transfusões se Hb > 7 g/dL, exceto em pacientes instáveis, com PARDS grave, anemia hemolítica ou cardiopatias cianogênicas.

Monitorização

Manter monitorização multiparamétrica e capnografia, ajustando alarmes conforme os alvos. A gasometria deve ser coletada de acordo com a gravidade do paciente. Acessar constantemente os parâmetros de extubação e realizar testes de respiração espontânea assim que possível.

ECMO

A ECMO possui indicação em casos de falha da ventilação protetora na adequação gasométrica. Sugere-se utilizar o sistema veno-venoso em pacientes com boa função cardíaca. Pacientes submetidos à ECMO devem ter seguimento ambulatorial rigoroso.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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