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quinta-feira, 19 setembro
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Primeiro caso de anomalia congênita associada à Oropouche é registrado

Termômetro em cima de um fundo azul.

Nesta quinta-feira (8), o Ministério da Saúde registrou o primeiro caso de anomalia congênita associada à transmissão vertical de Oropouche em um bebê nascido no Acre. O bebê veio a óbito após seus 47 dias de vida. A mãe havia apresentado sinais de erupções e febre em seu segundo mês de gravidez, além disso, seus exames laboratoriais deram positivo para o vírus Oropouche.

Os exames laboratoriais realizados no Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, encontraram a existência de material genético no bebê que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. No entando, o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual do Acre vêm investigando a correlação direta da contaminação vertical de Oropouche com as anomalias.

Diante da novidade dos casos de transmissão vertical, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem discutido o tema com especialistas de sociedades científicas e gestores das áreas de vigilância e assistência à saúde para ouvir as análises sobre a doença, e promoverá um seminário científico nacional sobre para a próxima semana.

Aumento de casos de febre Oropouche

Neste ano, a detecção de casos de Oropouche tem aumentado em decorrência da estratégia do Ministério da Saúde de enviar testes diagnósticos para todos os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) do país, que passaram a testar para Oropouche os casos negativos para dengue, Zika e chikungunya. Anteriormente, esse tipo de exame era feito apenas nos estados da região Amazônica. 

Segundo dados divulgados até 6 de agosto, registraram-se 7.497 casos de Oropouche em 2024 no Brasil. Sendo a maior parte dos casos no Amazonas e Rondônia. No entanto, um óbito em Santa Catarina ainda está em investigação.

Anteriormente, dois óbitos pelo vírus foram divulgados no país. Duas mulheres do estado da Bahia apresentaram sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave. Ambas possuíam menos de 30 anos e não apresentavam nenhum tipo de comorbidades. Além disso, um caso de óbito fetal ocorreu em Pernambuco na última terça-feira (6).

Pesquisas sobre Oropouche

O Ministério da Saúde criou três grupos de pesquisas sobre Oropouche com objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o transmissor da doença (Culicoides paraensis) e o comportamento do vírus no organismo. Esses estudos estão sendo realizados em parceria com a Fiocruz, Instituto Evandro Chagas (IEC) e Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado do Amazonas.

Um dos grupos acompanha as informações laboratoriais, outro está focado nas manifestações clínicas dos pacientes e o terceiro investiga qual o ciclo da doença nos insetos transmissores. 

Desse modo, diante da necessidade de reforçar a vigilância e monitoramento do vírus, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e o Ministério da Saúde realizaram um seminário em Recife com a participação de técnicos e gestores de diferentes estados, especialistas e cientistas. Eventos em outros estados estão sendo organizados para discutir questões pontuais de cada localidade.

Casos confirmados e incidência (por 100.000 habitantes) do Oropouche, SE 01 à SE 31 e SE28 a SE31, 2024, Brasil 

SE01 a SE 31SE28 a SE31
Região/UFCasos Confirmados (n)Coeficiente de IncidênciaCasos Confirmados (n)Coeficiente de Incidência
Norte5.53031,9180,1
Amazonas3.22781,900,0
Rondônia1.709108,100,0
Acre26531,900,0
Roraima24238,0182,8
Pará781,000,0
Amapá71,000,0
Tocantins20,100,0
Nordeste1.1142,0930,2
Bahia8426,0110,1
Pernambuco1091,2210,2
Ceará951,1550,6
Piauí280,900,0
Maranhão230,300,0
Sergipe100,560,3
Alagoas60,200,0
Paraíba10,000,0
Rio Grande do Norte00,000,0
Centro-Oeste180,100,0
Mato Grosso170,500,0
Mato Grosso do Sul10,0400,0
Goiás000,0
Distrito Federal000,0
Sudeste6640,8380,0
Espírito Santo43211,3371,0
Minas Gerais1480,700,0
Rio de Janeiro790,510,0
São Paulo50,0100,0
Sul1710,600,0
Santa Catarina1682,200,0
Paraná30,000,0
Rio Grande do Sul00,000,0
Brasil7.4973,71490,1

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Leila Menzel
Leila Menzel
Estudante do 3° semestre de jornalismo, amo e escrevo poesias e viajo em livros de romances clichês.
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