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segunda-feira, 25 novembro
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Dicas para as provas sobre Câncer de Colo de Útero

Dentre os vários tipos de câncer que existem, o de colo de útero é um dos que atingem mais severamente as mulheres. Além da malignidade dessa condição, ela também é recorrente em provas de residência médica, principalmente para Ginecologia e Obstetrícia. Logo, preparamos um resuminho sobre esse importante tema para você relembrar pontos cruciais que caem nas questões de prova e favorecem uma boa prática médica.

 Diagnóstico, Tratamento e Prevenção

O câncer de colo de útero é uma das neoplasias ginecológicas mais comuns no Brasil, com uma prevalência significativa, embora tenha diminuído devido ao aumento da cobertura de rastreamento e vacinação contra o HPV. Então, vamos abordar os principais aspectos relacionados ao diagnóstico, estadiamento, tratamento e prevenção do câncer de colo de útero, conforme aulas e documentos disponibilizados por nossos professores especialistas.

Tipos Histológicos

Os tipos histológicos mais frequentes de câncer de colo de útero são o carcinoma de células escamosas (CEC) e o adenocarcinoma. O CEC é o mais prevalente, representando cerca de 80% dos casos no Brasil, e é frequentemente precedido por neoplasia intraepitelial cervical (NIC). O adenocarcinoma, por sua vez, é mais comum em países desenvolvidos, representando aproximadamente 15% dos casos. Outros tipos menos comuns incluem o carcinoma adenoescamoso e o carcinoma neuroendócrino.

Fatores de Risco

Os principais fatores de risco para o câncer de colo de útero incluem a infecção pelo HPV de alto risco (especialmente os subtipos 16 e 18), tabagismo, imunossupressão, início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais, outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), uso prolongado de anticoncepcionais orais e baixo nível socioeconômico, que está associado a menor cobertura de rastreamento e vacinação.

Rastreamento

O rastreamento do câncer de colo de útero ocorre principalmente através do exame de Papanicolau (citologia oncótica). Recomenda-se este exame para mulheres entre 25 e 64 anos que já iniciaram a vida sexual. A periodicidade recomendada é anual, e após dois exames consecutivos normais, o rastreamento pode ser realizado a cada três anos. Para gestantes, a recomendação é a mesma que para não gestantes, e faz parte do pré-natal. Mulheres histerectomizadas são dispensadas do rastreamento, exceto se a histerectomia foi subtotal ou realizada devido a NIC ou câncer de colo. Mulheres imunossuprimidas devem iniciar o rastreamento semestral após o início da atividade sexual, e anual após o primeiro ano. Para mulheres HIV positivas com contagem de linfócitos CD4 abaixo de 200 células/mm³, o rastreamento semestral deve ser mantido.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer de colo de útero ocorre através de biópsia. Os sintomas geralmente são tardios e incluem sangramento uterino anormal, sinusorragia, corrimento vaginal, dor pélvica, dispareunia e insuficiência renal. O exame físico inclui a palpação de linfonodos, exame especular, toque vaginal e toque retal. Lesões microscópicas no colo do útero podem ser diagnosticadas através de exérese de zona de transformação (EZT) ou conização.

Estadiamento

O estadiamento do câncer de colo de útero realiza-se através de exame físico e exames de imagem. A ressonância magnética (RNM) é utilizada para avaliar a relação do tumor com as paredes pélvicas, paramétrio e estruturas vizinhas. A tomografia computadorizada (TC) é utilizada para avaliar o comprometimento linfonodal, carcinomatose e lesões em órgãos como baço, fígado e tórax. Em locais onde a TC não está disponível, radiografias contrastadas ou enemas baritados podem ser utilizados.

Tratamento

O tratamento do câncer de colo de útero varia conforme o estágio da doença:

  • Estágio IA1 (microinvasivo): Conização com margens livres ou histerectomia complementar se a prole estiver constituída.
  • Estágios IA1 com invasão vascular, IA2, IB1, IB2, IIA1: Histerectomia radical com colpectomia superior e linfadenectomia pélvica.
  • Desejo reprodutivo até IB1: Traquelectomia radical com pesquisa de linfonodo sentinela e/ou linfadenectomia pélvica.
  • Estágios IB3, IIA2, IIB a IVA (carcinomas localmente avançados): Quimioterapia e radioterapia (radioterapia externa + braquiterapia). Indica-se cirurgia apenas após evidência de doença persistente.
  • Estágio IVB (metastático): Quimioterapia paliativa e radioterapia para recidiva central não previamente irradiada ou para paliar sintomas.
  • Casos de recidiva ou persistência da doença: Radioterapia se não foi realizada previamente. Em casos com radioterapia prévia, pode indicar exenteração pélvica.

Seguimento

O seguimento após o tratamento inclui exame físico trimestral no primeiro ano, quadrimestral no segundo ano e semestral do terceiro ao quinto ano. Exames de imagem são realizados conforme necessário para monitorar a recidiva da doença.

Concluindo…

O câncer de colo de útero é uma condição grave, mas prevenível e tratável se diagnosticada precocemente. A conscientização sobre os fatores de risco, a importância do rastreamento regular e a adesão ao tratamento adequado são fundamentais para melhorar o prognóstico das pacientes. A vacinação contra o HPV e o acesso a exames de rastreamento são medidas essenciais para a prevenção desta doença. As questões que abordam essa temática encontram-se diretamente em nossa plataforma QBank.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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