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quinta-feira, 19 setembro
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Emergências Pediátricas: Protocolos, Suporte e Tratamentos Críticos

As emergências pediátricas representam um desafio significativo para os profissionais de saúde devido à vulnerabilidade dos pacientes e à necessidade de intervenções rápidas e precisas. Por isso, o MedCof fez essa resumão com uma exploração sistemática do manejo, diagnóstico e tratamento de emergências pediátricas, com ênfase em reanimação cardiopulmonar (RCP), suporte avançado de vida (PALS) e manejo de condições específicas como choque séptico e bradicardia.

Protocolo ABCDE

A abordagem sistemática para emergências pediátricas segue o protocolo ABCDE, que é essencial para a avaliação e intervenção inicial:

1. A – Vias Aéreas: Garantir que as vias aéreas estejam desobstruídas. Em casos de obstrução, manobras como a de Heimlich ou compressões torácicas podem ser necessárias.

2. B – Respiração: Avaliar a frequência respiratória, esforço e ruídos respiratórios. A ventilação com pressão positiva e oxigênio pode ser necessária.

3. C – Circulação: Monitorar a cor da pele, sinais de sangramento, pulso e pressão arterial. A RCP deve ser iniciada se a frequência cardíaca for menor que 60/min, apesar da oxigenação e ventilação.

4. D – Avaliação Neurológica: Avaliar o nível de consciência e sinais neurológicos.

5. E – Exposição e Temperatura: Expor o paciente para uma avaliação completa e monitorar a temperatura corporal.

Suporte Básico de Vida (SBV)

O suporte básico de vida é crucial para estabilizar pacientes pediátricos em emergências:

  • Checar a Segurança do Ambiente: Garantir que o local é seguro para o atendimento.
  • Checar Responsividade: Avaliar a responsividade do paciente com estímulo doloroso.
  • Chamar Ajuda: Acionar o serviço de emergência imediatamente.
  • Checar Respiração e Pulso: Avaliar simultaneamente a respiração e o pulso por até 10 segundos.
  • RCP: Iniciar RCP com compressões torácicas e ventilações. A relação compressão-ventilação varia conforme o número de socorristas (30:2 sozinho, 15:2 com dois ou mais socorristas).
  • Desfibrilador Externo Automático (DEA): Utilizar o DEA se disponível.

Suporte Avançado de Vida (PALS)

O suporte avançado de vida pediátrico (PALS) envolve intervenções mais complexas, incluindo:

1. Acesso Venoso: Estabelecer acesso venoso periférico, central ou intraósseo para administração de medicamentos.

2. Monitorização: Utilizar monitor cardíaco para identificar ritmos e monitorar pulso, pressão arterial e oximetria.

3. RCP Avançada: Iniciar RCP avançada com administração de epinefrina, amiodarona ou lidocaína conforme necessário. Considerar vias aéreas avançadas e capnografia.

4. Tratamento de Causas Reversíveis: Identificar e tratar causas reversíveis como hipovolemia, hipóxia, acidose, hipoglicemia, entre outras.

Condições Específicas 

Choque Séptico

O choque séptico é uma emergência crítica que requer intervenção imediata:

– Volume: Administração de fluidos deve ser cuidadosa para evitar sobrecarga.

– Medicações: Uso precoce de adrenalina ou noradrenalina e corticoides se não houver resposta adequada.

– Monitorização: Monitorar sinais vitais, lactato e débito urinário.

Bradicardia

A bradicardia em pediatria pode ser um sinal de deterioração clínica:

– Avaliação com ECG: Identificar o tipo de bloqueio atrioventricular (BAV).

– Intervenção: Se a bradicardia persistir apesar da oxigenação e ventilação, iniciar RCP e considerar o uso de atropina ou epinefrina.

Taquicardia

A taquicardia pode ser um sinal de várias condições subjacentes:

– Avaliação com ECG: Diferenciar entre taquicardia sinusal, taquicardia supraventricular e taquicardia ventricular.

– Tratamento: Pode incluir manobras vagais, adenosina, cardioversão sincronizada ou desfibrilação, dependendo do tipo de taquicardia.

Pós-Ressuscitação 

Os cuidados pós-ressuscitação são cruciais para a recuperação do paciente:

  1. Normoxemia e PaCO2 Adequada: Manter níveis adequados de oxigênio e dióxido de carbono.
  2. Monitorização: Monitorar pressão arterial, lactato, débito urinário e saturação venosa central.
  3. Controle de Temperatura: Evitar febre e calafrios, e considerar controle direcionado de temperatura em pacientes comatosos.
  4. Neuromonitoramento: Utilizar EEG contínuo para monitorar crises convulsivas e realizar exames de imagem para identificar causas tratáveis.
  5. Eletrólitos e Glicose: Manter níveis normais para evitar arritmias fatais.
  6. Sedação: Utilizar sedativos e ansiolíticos conforme necessário.

Revisando… 

As emergências pediátricas exigem uma abordagem sistemática e bem coordenada para garantir intervenções rápidas e eficazes. O protocolo ABCDE, juntamente com o suporte básico e avançado de vida, fornece uma estrutura robusta para o manejo dessas situações críticas. A identificação e tratamento de condições específicas, como choque séptico e bradicardia, são essenciais para melhorar os resultados clínicos. Este guia serve como uma referência valiosa para os futuros residentes, mas não esqueçam de treinar esse conhecimento na nossa plataforma completa de questões QBank e tornar-se um MedCoffer!

Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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