Distúrbios metabólicos são condições que afetam a forma como o corpo processa os alimentos e os transforma em energia. Por isso, as reações químicas no corpo não funcionam como deveriam causando problemas no desenvolvimento correto do bebê. Dependendo do tipo de distúrbio. Podem causar problemas em órgãos e aumentar o risco de outras doenças.
Quais os que mais caem?
- Distúrbios de Glicemia Neonatal;
- Distúrbio de Cálcio Neonatal.
Distúrbios de Glicose
Esse composto é fundamental para o metabolismo do feto durante todo o desenvolvimento intra e extra uterino. O bebê, então, recebe ele e outros nutrientes via placenta (por difusão facilitada). Principalmente no terceiro trimestre de gestação, o feto acumula muito glicogênio hepático para manter o estado anabólico razão para a necessidade de a mãe suprir devidamente essa demanda. Quando o bebê consegue produzir sua própria insulina, ele deixa de receber essa por via materna.
É importante ressaltarmos que depois do clampeamento do cordão umbilical, ocorre a interrupção do aporte de glicose, o que causa queda da glicemia nas primeiras horas (menor nas 2 primeiras horas). A partir daí, o bebê começa a mobilizar seus próprios estoques de glicose, até receber glucose via dieta ou endovenosa. Com o nascimento, ocorre um aumento de hormônios reguladores (no caso glucagon e adrenalina), o que causa glicogenólise e gliconeogênese. Para manter o equilíbrio, é preciso manter a glicemia adequada para regular o consumo e a produção de glicose sanguínea.
Hipoglicemia
Acontece quando a glicemia plasmática é reduzida causando sintomas ou sinais de disfunção cerebral. Nesse caso, em menos de 48 horas, a glicemia plasmática é menor que 47 mg por dL; acima de 48, é menor que 60 mg por dL; ou sempre que a glicemia capilar for alterada (com glicosímetro de 10 a 15% menor que a plasmática).
A falsa hipoglicemia ocorre quando as extremidades estão frias e cianóticas, mas os dados coletados não indicam essa condição.
Fatores de risco
Para o RNPT, há menos glicogênio hepático (ainda mais se nasceu com RCIU), menor capacidade de gliconeogênese, alta demanda energética (sobretudo se sofreu asfixia). Para os filhos de mãe diabética (a hiperglicemia materna estimula a produção de insulina fetal e diminui a de glucagon, condição chamada de hiperinsulinismo).
Causas
Aumento do uso de glicose ( no caso de filhos de mãe diabética ou GIG;com uso de B2, tiazídico, isoimunização Rh.
Menor produção de glicose, por RNPT, RCIU ou Jejum prolongado.
Aumento do uso de glicose e diminuição da produção, por estresse, erros inatos do metabolismo, uso materno de bloqueadoresde e policitemia.
Quadro Clínico
Normalmente é uma condição assintomática, mas os possíveis sintomas são tremores, hipotonia, letargia, irritabilidade, apneia, taquipneia, cianose, má sucção e baixa aceitação da dieta ou convulsões. Devido a esses sintomas, é preciso fazer o monitoramento do RN com os fatores de risco acima mencionados.
Manejo
Se o RN for assintomático nas primeiras 4 horas, e após a alimentação estiver com glicemia abaixo de 25 mg por dL, deve-se repetir a mamada e medir a glicemia. Caso ela continue abaixo de 25 mg por dL, é administrada glicose endovenosa. Caso aumente até no máximo a 40mg por dL, é recomendada a realimentação ou glicose EV. Na condição de ele ser assintomático fora dessas 4 horas no primeiro dia e, após a amamentação, a cada 2 ou 3 horas, a glicemia antes dê um valor menor que 35 mg por dL, deve-se repetir a dieta e medir a glicemia após 1 horas. Caso se mantenha menor que esse valor, administra-se Glicose Endovenosa. Caso aumente até no máximo 45 mg por DL, deve-se realimentar ou administrar EV.
Complicações
Essa condição pode acarretar danos cerebrais e, assim, atraso no DNPM.
Prevenção
Deve-se iniciar a AM na primeira hora, a fim de fortalecer o bebê, e manter a normotermia.
Hiperglicemia
Acontece quando a glicemia plasmática está maior ou igual a 45 mg por dL. Se ela estiver maior que 180 mg por dL ou com glicosúria com diurese osmótica, o que aumenta o risco de hemorragia periventricular, também se configura como hiperglicemia.
Causas
Pode ser Iatrogênica (por oferta excessiva) ,por estresse, sepse ou manejo inadequado de medicamentos.
Manejo
Deve-se tratar a causa , por meio da redução do VIG, da transição para dieta enteral ou administração de insulina em casos de exceção.
Distúrbios de Cálcio
O feto recebe via placenta por transporte ativo. Por isso, ao nascer, ele tem uma queda fisiológica do Ca sérico. A hipocalcemia de início precoce é diagnosticada dentro dos primeiros 3 dias, pois há imaturidade da paratiroide para produzir PTH em resposta à hipocalcemia.
A definição dela inclui uma quantidade de cálcio total menor que 8 mg por dL ou cálcio ionizado menor que 4,4 mg por dL quando o bebê pesa menos que 1500g. Caso ele supere esse peso, as quantidades analisadas de cálcio mudam para menor que 7 mg por dL do cálcio total e menor que 4 mg por dl do cálcio ionizado.
Fatores de Risco
Casos de diabetes e deficiências de vitamina D em maternos são complicações sérias nessas condições. Podemos, ainda, incluir a asfixia em período perinatal e RNPT, RCIU e diurético em período neonatal.
Quadro Clínico
Normalmente o bebê é assintomático, mas pode apresentar apneia, excitabilidade neuromuscular (tremores, tetania, espasmo) ou convulsões.
Tratamento e prevenções
É preciso administrar precocemente a alimentação de modo a evitar o jejum por prolongado tempo e oferecer cálcio por via parental. Se os bebês forem assintomáticos, é preciso realizar a reposição de gluconato de cálcio 10% (de 10 a 20 mg por kg do bebê em 10 minutos e depois, de 50 a 75 mg por kg por dia de modo contínuo).
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