O que é a propedêutica mamária?
A propedêutica mamária é um conjunto de técnicas e procedimentos utilizados para a avaliação das mamas, com o objetivo de identificar alterações e diagnosticar possíveis doenças, como o câncer de mama. Por meio dela, podemos fazer o diagnóstico precoce de alterações nocivas (aumentando as chances de cura), o diagnóstico preciso (auxiliando na diferenciação de condições benignas e malignas) e um bom acompanhamento da paciente.
- Anamnese: Coleta detalhada da história médica da paciente, incluindo queixas, fatores de risco e histórico familiar.
- Exame físico: Avaliação visual e palpatória das mamas, axilas e região supraclavicular.
- Exames de imagem:
- Mamografia: Radiografia das mamas, considerada o exame padrão-ouro para o rastreamento do câncer de mama.
- Ultrassonografia: Utiliza ondas sonoras para gerar imagens das mamas, complementar à mamografia em alguns casos.
- Ressonância magnética: Exame mais detalhado, utilizado em casos específicos.
- Tomografia computadorizada: Raramente utilizada na avaliação das mamas.
- Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): Retirada de células de uma lesão para análise em laboratório.
- Biópsia: Remoção de um fragmento de tecido para análise histopatológica.
Quais os modos de realizá-la?
Vários exames podem ser incluídos na propedêutica mamária, tanto os com menor peso tecnológico, como a anamnese completa e os exames físicos, quanto os de maior tecnologia, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada. Vamos analisar detalhadamente alguns muito usados no cotidiano ginecológico.
Exames de Imagem
É convencionado a divisão do seio em quadrantes ou em horas para localização das lesões. A esquerda, localização por quadrantes e a direita, por horas.
Quadrantes superiores (1), inferiores (2), laterais (3) e medial (4).
O exame de mamografia é indicado para pacientes sintomáticas, entre as quais se evitam as mulheres com idade menor que 30 anos (em razão da alta densidade da mama) e em pacientes assintomáticas como modo de rastreio precoce do câncer de mama. Nessas últimas, são utilizadas duas incidências na mamografia: mediolateral oblíqua crânio caudal.
Como classificar os achados?
Quando os exames indicam algum achado, usamos o BIRADS (sistema de classificação desenvolvido pelo Colégio Americano de Radiologia para padronizar a descrição e interpretação dos achados mamográficos, ultrassonográficos e de ressonância magnética. Ele vai do nível 0 (busca incompleta) ao nível 6 (maligno). A conduta a ser tomada será guiada pela classificação que o achado recebe, por isso a importância de sabermos avaliar:
BIRADS | Probabilidade de Câncer | Conduta |
0 – Incompleta | – | Incidência adicional ou complementar com outros exames |
1 – Negativa | – | Seguir rotina |
2 – Achados benignos | – | Seguir rotina |
3 – Provavelmente benigno | < 2% | Repetição do exame em 6 meses |
4 – Achado suspeito | 2 – 95% | Biópsia |
5 – Altamente sugestivo de malignidade | >95% | Biópsia |
6 – Malignidade | Tratamento apropriado |
Classificação dos nódulos
Quando achamos nódulos na ultrassonografia, podemos classificá-los de acordo com a morfologia, com as margens e com a densidade.
Quando falamos das microcalcificações, podemos classificá-las em tipicamente benigna ou de morfologia suspeita, o que vai depender das irradiações e localizações.
A análise das microcalcificações pode ser, ainda, melhor vista pelo método de ampliação/magnificação. Já o exame físico pode ser posicionado pela técnica de rolamento, indicada para desfazer imagens suspeitas que possam ter sido criadas pela somação de estruturas. Na mamografia, a manobra de Eklund e feita para empurrar a prótese para dentro e puxa para o mamógrafo apenas o parênquima mamário, indicada para mamas com prótese.
Biópsia de Mama
Os métodos de biópsia da mama que podem ser citados são: PAAF (Punção aspirativa por agulha fina), core biopsy (Punção aspirativa por agulha grossa) e mamotomia (Biópsia assistida a vácuo).
Punção aspirativa por agulha fina
Nele fazemos o diagnóstico citológico, útil na avaliação de linfonodos ou cistos sintomáticos.
Punção aspirativa por agulha grossa
Feita em casos de diagnóstico anatomopatológico (menor índice de falso-negativo) e permite imunoistoquímica.
Biópsia assistida a vácuo
Esse método permite a retirada de fragmentos maiores e é o melhor exame para as microcalcificações.
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