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quarta-feira, 09 outubro
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Curiosidades sobre Estenose Carotídea

A estenose carotídea é um estreitamento ou bloqueio das artérias carótidas, que levam sangue ao cérebro. Essa condição geralmente é causada pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias (aterosclerose). Com menos passagem de sangue, há redução na quantidade de O2 e nutrientes que chegam ao cérebro e aumento dos riscos de AVC (devido aos coágulos que bloqueiam os vasos).  

Um importante fato a ser pontuado é que,muitas vezes, não há sintomas, contudo o risco de evento neurológico continua bastante elevado. Por isso vamos explorar um pouco de como identificar a doença quando ela é silenciosa.  

Anatomia

Para entender as consequências da estenose, precisamos, primeiro, compreender a anatomia das artérias carótidas e vertebral.  

Fonte: Acervo de vídeo-aulas MedCof

A artéria carótida interna, que não tem ramos na porção cervical, dá origem a artéria cerebral média,  participa do Polígono de Willis e dá origem a Artéria oftálmica na sua porção intracraniana, irrigando a retina.

Epidemiologia 

Essa é uma doença de baixa prevalência na população (mais comum em homens acima de 80 anos), contudo o duplo risco para infarto cerebral (hipofluxo e ateroembolismo) motivam a importância dada a estenose, até quando o paciente é assintomático. O hipofluxo pode ser caracterizado por redução do diâmetro do vaso e o ateroembolismo como desprendimento de fragmentos de placas de aterosclerose que pode levar a perfusão crítica ou interromper o fluxo de vasos.   

Bifurcação da artéria carótida com asterosclerotida e formação de trombo
Fonte: Acervo de Vídeo-aulas MedCof

Como ela não é tão comum, não há recomendações de Screening. Contudo, em pacientes com aterosclerose manifesta em outras áreas e sopro cervical, podemos dar maior atenção.  Um fato importante a se pontuar, é que o objetivo não é intervir sobre a carótida, mas sim classificar o risco e agir sobre as comorbidades.   

Diagnóstico 

Por meio de USG doppler arterial cervical (principal exame), podemos analisar a velocidade para classificar o grau de estenose = estenose causa aumento da velocidade) e por meio do AngioTC (mais caro), podemos planejar o processo cirúrgico.

Tratamento

Esse é dividido em clínico e cirúrgico,  dependendo da condição de gravidade do paciente. 

  • Clínico: a melhor terapia médica inclui o controle das comorbidades e fatores de risco, aliado a administração de AAs e estatina de alta potência para todos.  Um tratamento clínico adequado reduz as chances de AVC e as necessidades de intervenções cirúrgicas. 
  • Cirúrgico: mesmo assintomáticos, os pacientes de alto risco tem indicação para intervenção cirúrgica, por meio de 2 possíveis procedimentos: endarterectomia e angioplastia. 
Exemplo de Shunt intra operatório da endarterectomia 
Exemplo de Técnica de Endarterectomia por Eversao
Exemplo de Técnica de Angioplastia 
Fonte das imagens: Acervo de Vídeo-aulas MedCof 

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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