A estenose carotídea é um estreitamento ou bloqueio das artérias carótidas, que levam sangue ao cérebro. Essa condição geralmente é causada pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias (aterosclerose). Com menos passagem de sangue, há redução na quantidade de O2 e nutrientes que chegam ao cérebro e aumento dos riscos de AVC (devido aos coágulos que bloqueiam os vasos).
Um importante fato a ser pontuado é que,muitas vezes, não há sintomas, contudo o risco de evento neurológico continua bastante elevado. Por isso vamos explorar um pouco de como identificar a doença quando ela é silenciosa.
Anatomia
Para entender as consequências da estenose, precisamos, primeiro, compreender a anatomia das artérias carótidas e vertebral.
A artéria carótida interna, que não tem ramos na porção cervical, dá origem a artéria cerebral média, participa do Polígono de Willis e dá origem a Artéria oftálmica na sua porção intracraniana, irrigando a retina.
Epidemiologia
Essa é uma doença de baixa prevalência na população (mais comum em homens acima de 80 anos), contudo o duplo risco para infarto cerebral (hipofluxo e ateroembolismo) motivam a importância dada a estenose, até quando o paciente é assintomático. O hipofluxo pode ser caracterizado por redução do diâmetro do vaso e o ateroembolismo como desprendimento de fragmentos de placas de aterosclerose que pode levar a perfusão crítica ou interromper o fluxo de vasos.
Como ela não é tão comum, não há recomendações de Screening. Contudo, em pacientes com aterosclerose manifesta em outras áreas e sopro cervical, podemos dar maior atenção. Um fato importante a se pontuar, é que o objetivo não é intervir sobre a carótida, mas sim classificar o risco e agir sobre as comorbidades.
Diagnóstico
Por meio de USG doppler arterial cervical (principal exame), podemos analisar a velocidade para classificar o grau de estenose = estenose causa aumento da velocidade) e por meio do AngioTC (mais caro), podemos planejar o processo cirúrgico.
Tratamento
Esse é dividido em clínico e cirúrgico, dependendo da condição de gravidade do paciente.
- Clínico: a melhor terapia médica inclui o controle das comorbidades e fatores de risco, aliado a administração de AAs e estatina de alta potência para todos. Um tratamento clínico adequado reduz as chances de AVC e as necessidades de intervenções cirúrgicas.
- Cirúrgico: mesmo assintomáticos, os pacientes de alto risco tem indicação para intervenção cirúrgica, por meio de 2 possíveis procedimentos: endarterectomia e angioplastia.
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