As síndromes aórticas agudas são condições em que há uma quebra da integridade da parede da aorta, com características semelhantes com evolução rápida e fatal, se não for tratado de maneira correta. As principais manifestações são a dissecção de aorta (mais comum e relevante), hematoma intramural e úlcera penetrante.
Manifestações
Dissecção de aorta
Nesse caso há um “rasgo” na camada íntima da aorta. Por isso, o sangue penetra na camada média e empurra o flap de dissecção para o meio da aorta. Nessa condição há separação dos lumens em verdadeiro e falso.
Hematoma intramural
Ocorre um “vazamento” de sangue a baixas pressões para a camada média da aorta. Pode ser causada por ruptura do vaso vasorum ou microroturas da camada íntima. Nos exames de imagem, podemos perceber o lúmen com uma aparência preservada, mas há hematoma ao redor dele (já que se forma um trombo que “empurra” a camada mais externa da aorta para “fora”).
Úlcera penetrante
Podemos identificar a ruptura da placa aterosclerotica na aorta que permite que sangue entre para a camada média da aorta. Entretanto, a cicatriz/fibrose decorrente da aterosclerose confina a coleção de sangue (gerando, normalmente, um hematoma intramural), observável por imagem. Como está relacionada a ruptura de placa aterosclerotica, acomete mais pacientes idosos e com fatores de risco cardiovascular.
Curiosidades sobre o Quadro Clínico
Como a dissecção de aorta é a principal manifestação, identificamos uma dor abrupta excruciante no tórax ou no dorso (90% dos casos), caracterizada pelos pacientes como afiada ou como um rasgo. Os sinais associados incluem náusea, vômito, sudorese, síncope, interrupção transitória do fluxo sanguíneo para a vasculatura cerebral, hipovolemia, tônus vagal excessivo, arritmias e sintomas neurológicos.
Como fazer o exame físico
Para um melhor direcionamento de como proceder, o exame físico deve iniciar pela procura ativa nos pacientes com queixa de dor torácica aguda algum vestígio de sopro de insuficiência. Logo após, investigamos a hipertensão refratária, hipotensão (por tamponamento cardíaco ou hipovolemia). Em todos os pacientes com essa dor, deve-se aferir a Pressão Arterial nos 4 membros (já que há 20 mmHg ou mais de diferença na PAS dos membros superiores quando há dissecção de aorta).
Avaliação do paciente
Utiliza-se o escore de Risco ADD-RS para avaliar o risco do paciente ter dissecção aórtica, levando em consideração 3 parâmetros: fatores de risco, característica da dor e exame físico.
Fatores de risco | Característica da dor | Exame físico |
Marfan | Dor torácica, abdominal em dorso | Sopro novo de IAo |
Hx familiar de dissecção | Dor abrupta, de forte intensidade ou rasgando | Diferença de pulsos |
Manipulação recente de aorta | Sinais neurológicos focais | |
Aneurisma de aorta | Choque/hipotensão | |
Valvulopatía aórtica |
Se o diagnóstico for definitivo e o paciente estiver estável, podemos seguir com a angiotomografia de aorta total. Se o paciente estiver instável, o ecocardiograma (preferencialmente transesofágico) pode nos ajudar a avaliar os sinais de instabilidade (como dor torácica, hipotens
Possíveis classificações da Dissecção
Existem dois tipos de classificações para a dissecção de aorta: Stanford e Bakey.
- STANFORD: Essa é a classificação mais importante a ser memorizada, pois pode guiar a conduta médica. Dividido em tipos A (quando há acometimento da aorta ascendente) e B (quando não há acometimento da aorta ascendente).
- BAKEY: Essa classificação pode ser dividida em tipo I (com acometimento da aorta ascendente e descendente), tipo II (com acometimento somente da aorta ascendente), tipo IIIa (com acometimento da aorta descendente limitada pelo diafragma) e IIIb (com acometimento da aorta descendente que ultrapassa o limite do diafragma).
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