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terça-feira, 22 outubro
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Rastreamento de Aneuploidias: saiba como diagnosticar no acompanhamento Neonatal

As principais aneuploidias identificadas durantes os exames neonatais são a Trissomia do par 21 (Síndrome de Down), Trissomia do par 18 (Síndrome de Edwards) e a Trissomia do par 13 (Síndrome de Patau). Para identificá-las são usados métodos de rastreamento não invasivos (que indiquem qual o risco ou nos indique se é necessária alguma complementação da investigação) ou invasivos (como por BVC, amniocentese e cordocentese). A confirmação diagnóstica depende do estudo direto do material do concepto.  

Busca no 1o trimestre

Historicamente, esse rastreamento somente começou a ser indicado em 1992, devido à publicação do Prof. Kypros Nicolaides na revista British Medical Journal. A ultrassonografia realizada nessa fase nos permite examinar a medida da espessura do espaço anecoico e a translucência nucal. 

Espessura do espaço anecoico

Feita sob a pele na região nucal em fetos entre 10 – 14 semanas, essa medida pode nos elucidar quanto a prevalência de aneuploidias cromossômicas em diferentes grupos: 

  • >3 mm: 35% dos fetos eram aneuploides;
  • < 3 mm: menos de 2% dos fetos eram aneuploides;
  • Entre 1 e 2 mm: nenhum feto aneuploide. 

Translucencia Nucal  

Realizada em CCN 45 a 84 mm ( ou 11 semanas e 13 semanas e 6 dias), é feita a partir da medida da espessura do espaço anecoico: 

  •  < ou igual a 2 mm = sempre normal; 
  • > ou igual a 3 mm = sempre alterado. 

Essas análises servem para a identificação, além das aneuploidias, e síndromes genéticas (como Noonan, displasia tanatofórica e erros inatos do metabolismo) e cardiopatias congênitas. 

Fonte: Arquivo de Aulas do Grupo MedCof 

Marcadores Adicionais

Além dessas medidas, a frequência cardíaca fetal, o osso nasal, o ducto venoso e o fluxo tricúspide podem ser usados na suspeição das aneuploidias.  

  • Frequência Cardíaca Fetal: A taquicardia fetal e presente em cerca de ⅔ dos fetos portadores de síndrome de Patau;
  • Osso Nasal: Se realizado no primeiro trimestre, o procedimento de ultrassonografia é o ideal para avaliar a presença ou ausência/hipoplasia do osso nasal (importante atentar para o risco de trissomia do cromossomo 21 e outras). 
Feto de 11 semanas com 3 linhas ecogênicas (ponta do nariz, superfície da pele e osso nasal). Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

Ducto Venoso

Os exames devem mostrar uma onda “a” positiva, ou seja, demonstrando um fluxo anterógrado (mesmo durante a sístole atrial). 

Onda normal
Onda reversa

Fluxo Tricúspide 

A análise deste pode nos revelar a regurgitação patológica. O normal é encontrar fluxo anterógrado, bifásico, sem grandes regurgitações. 

O fluxo patológico indica marcador de risco para aneuploidias e cardiopatias congênitas. 

Fonte: Imagens retiradas do Acervo de Aulas do Grupo MedCof. 

Fatores de Risco 

Além dos riscos corrigidos (marcadores ultrassonográficos já mencionados), podemos suspeitar de aneuploidias quando encontramos fatores de risco basal (associado à mãe),  como a idade gestacional e idade da gestante elevadas, ou quando há antecedentes. 

Busca no 2o Semestre 

A busca pode ser menos invasiva nesse caso, partindo para a busca Bioquímica: 

  • Teste triplo: beta-hCG livre + AFP + Inibida A
  • Teste quadruplo: triplo + estradiol

O principal achado nessa fase é trissomia do cromossomo 21 – Síndrome de Down 

Taxa de Detecção (%)Taxa de FP (%) 
Idade materna (IM)305
IM+ TN + BQ + Outros marcadores USG 93-962,5
IM + Teste Duplo 55-655
IM + Teste Triplo 60-705
IM + Teste Quádruplo 65-755

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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