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quinta-feira, 21 novembro
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Clínica Pediátrica: Avaliação Do Crescimento Infantil

Cada fase de vida da criança tem seu crescimento influenciado por diferentes fatores:  

  • Feto: Influenciado pela função placentária e pela nutrição materna; 
  • Bebê: Estimulado pela genética e pela nutrição da criança; 
  • Criança: determinado pelo GH (hormônio do crescimento) e hormônio tireoidiano, além da influência da nutrição;
  • Adolescente: Sofre influência do hormônio do crescimento e dos esteroides sexuais. 

Se a criança apresentar deformidade em algum dos quantificados de crescimento, independentemente da fase em que se encontra, podemos suspeitar de alguma condição patológica. Por isso vamos explorar um pouco dos índices esperados. 

Criterios de Normalidade

Peso

Ao nascimento, há perda de peso fisiológica de 5 a 10% nos primeiros dias de vida, porém há torno de peso entre 10 e 14 dias após o nascimento. A partir desse momento, o bebê entra em uma evolução de crescimento até a puberdade. 

Média de Ganho de PesoFase da Vida
Primeiros 3-4 meses30g/dia
Do 3º ao 6o mês 20g/dia
2o semestre10g/dia
1º trimestre700g/mês 
2o trimestre600g/mês 
3º trimestre500g/mês 
4o trimestre 400g/mês 
4 mesesdobro de peso
1 anotriplo do peso
2 anos a puberdade2kg/ano 

Estatura e velocidade de crescimento 

Essa medida é feita por meio de médias, já que algumas crianças têm herança genética para maiores ou menores crescimentos. A média da velocidade de crescimento também varia com a fase de vida: 

  • Ao nascimento: 50cm;
  • Primeiro ano de vida: crescimento de 25cm (é mais rápido nos primeiros meses); 
  • Até 2 anos: crescimento de 12 cm;
  • Até 4 anos: crescimento de 7-8 cm/ano;
  • Até os 6 anos: crescimento de 6 cm/ano;
  • Até a puberdade: crescimento de 5-7 cm/ano.

A partir da puberdade, o crescimento entre meninos e meninas se diferencia devido aos diferentes hormônios em cada corpo. As meninas têm estirão na fase M3 (8 – 12 cm/ano) e os meninos na fase do G4 (10 – 14 cm/ano). Um fato importante a se destacar é que a velocidade de crescimento nunca é menor que 5 cm/an.

Curvas de Crescimento Relacionado a Idade e Peso. Fonte: OMS.

Perímetro Cefálico 

Esse índice também pode ser mensurado para identificar anormalidades como micro ou macrocefalia. Ele é mensurado por uma média da velocidade de crescimento:

  • Ao nascer, a média é de 35cm; 
  • Durante o primeiro ano aumenta cerca de 1 cm/mês;
  • Primeiro trimestre: 2 cm/mês;
  • Segundo trimestre: 1 cm/mês;
  • Segundo semestre: 0,5 cm/mês; 
  • A partir dos 2 anos, equivale a 85% do PC do adulto.

Avaliação da Baixa Estatura 

O primeiro questionamento a se fazer é: “É mesmo baixa estatura?”. Os critério para a resposta dessa pergunta  levam em conta  estatura alvo para a idade e a média das altura dos pais:

  1. Estatura < -2DP para o sexo e idade
  2. Estatura< -2DP da altura alvo 

*A altura alvo é mensurada por meio de uma média da altura dos pais subtraído de 6,5 cm para meninas e somado de 6,5 cm para os meninos.

 Após avaliação da estatura,  é necessário avaliar a velocidade de crescimento, ou seja, medindo a mudança de altura em um intervalo de, pelo menos, 4 a 6 meses. Nesse momento, é preciso levar em conta a proporção de crescimento para a idade (acima explicadas) e avaliar os resultados considerando outros exames, como o físico, a anamnese e a idade óssea.

Se a velocidade não for satisfatória, buscamos identificar as causas patológicas dessa lentificação ou aceleração. As causas podem ser divididas em Sistêmicas, Genéticas e Endocrinológicas. 

Sistêmicas

Dentre essas, as que se destacam na clínica pediátrica são Nefropatia, Doença celíaca e Hipovitaminoses. Por isso, realizar exames de ureia, creatinina, IgA, hemograma e proteínas é fundamental para o diagnóstico. 

Genética

Precisamos prestar atenção para a Síndrome de Turner (45,X), na qual a baixa estatura pode ser a única manifestação. Lembre-se que ela não é hereditária e pedir o cariótipo de meninas com baixa estatura é primordial (em menino solicita-se apenas quando há algum dimorfismo associado.

Endocrinopatia

Nesse caso, destacamos o hipotireoidismo, a Síndrome de Cushing e a deficiência de GH. A mensuração de TSH, T4L, ACTH, cortisol e IGF-1 e IGFBP-3 (não dosar GH) são as técnicas que nos guiaram quanto à identificação dessas causas. 

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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