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quinta-feira, 21 novembro
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Trauma: maior causa de incapacidade e anos de vida perdidos no Brasil 

O trauma é classificado como a doença que mais causa morte entre os jovens, maior probabilidade de incapacidade e anos de vida perdidos. Ela pode ser identificada pela mortalidade trimodal:

Primeiro pico: morte imediata

Nessa classificação se enquadram as lesões dos tipos  trauma cranioencefálico e raquimedular extenso, lesões de grande vasos exsanguinados. O mecanismo de acometimento do primeiro tipo se dá em atropelamentos em alta velocidade, FAB e FAF de alta energia, esmagamentos e quedas de grandes alturas. O melhor tratamento nestes casos é a prevenção primária dos acidentes. 

Segundo pico: morte imediata

A segunda modalidade é identificada por lesões que obstruem as vias aéreas, causam hematomas epidurais ou subdurais e em hemo pneumotórax hipertensivo. Esses acometimentos são causados em acidentes automobilísticos, FAB ou FAF e quedas de alturas médias. O atendimento inicial desse tipo de paciente deve ser ministrado por profissionais preparados, com estrutura de qualidade, principalmente na Golden Hour após o acidente.  

Terceiro pico: morte imediata

As lesões nessa última modalidade podem envolver outras complicações, serem afetadas por sepse ou DMOs. Elas são graves, porém, se recebem  inicial adequado, as complicações esperadas são totalmente ou parcialmente evitadas.  O tratamento acontece por meio de cuidados hospitalares (UTI, reabilitação, fisioterapia e antibiótico). A padronização do atendimento e das equipes (com treinamentos em grupo para os casos de emergência conforme os achados possíveis no paciente) são fundamentais para a resolução do problema.  

A ordem de cuidado com os pacientes que chegam em estado de emergência obedece mnemônico XABCDE:

X – sangramento eXsanguinante (Controle de sangramentos com saída excessiva e preocupante, como em fraturas expostas)

A – obstrução das vias Áreas 

B – impedimento de respiração  (Breathing) e ventilação 

C – interrupção da correta Circulação

D – Desorientação e Confusão (resultados neurológicos do trauma)

E – Exposição ao ambiente (perigo de contaminação) 

Fonte: Acervo Pinterest https://pin.it/tJ1LmAUhW

Atendimento ao paciente 

Para esse tipo de atendimento, devemos seguir um fluxo organizado:

  • Pré-Hospitalar 

Garantir a segurança da cena, preparando o paciente para as próximas fases de cuidado. As prioridades devem ser parar os sangramentos e garantir a via aérea segura, seguida por um transporte seguro e rápido (com comunicação plena com a equipe hospitalar para recebimento da vítima). 

  • Chegada no hospital 

O primeiro objetivo é passar as informações essenciais de maneira ágil do pré-hospitalar para a equipe hospitalar no momento inicial de chegada ao hospital utilizando o mnemônico MIST (Mecanismo, Injúrias, Sinais vitais e Tratamento). 

  • Ambiente Hospitalar 

Já conhecida a situação de trauma do paciente, devemos ter, idealmente, a sala e equipe preparadas para receber o paciente. A realização da avaliação e do tratamento devem ser simultâneos. A monitorização segue o mnemônico ABCDE, reavaliando constantemente o traumatizado. Se necessário, programamos a transferência. 

Resumo da abordagem 

Ao abordar um paciente vítima de trauma, utilizamos a recomendação do ATLS para o ABCDE, sempre priorizando as condições que podem levar o paciente ao óbito mais rapidamente. 

  1. Via aérea e coluna cervical 

Chamamos o paciente para analisar a capacidade dele de responder ou não, sendo esse um indício de obstrução. Se avaliado a obstrução, tentar resolver a causa específica. Além disso, a coluna cervical deve ser estabilizada por colar cervical e headblock se disponível, caso não, o posicionamento ocorre com as mãos do socorrista.

  1. Respiração e ventilação 

Avaliamos os pulmões, a movimentação correta da caixa torácica e o diafragma através de sinais vitais e exame físico direcionado, com objetivo de garantir a boa oxigenação para os tecidos. É fundamental identificar os problemas que podem causar insuficiência respiratória, tratando-a imediatamente. 

  1. Circulação e controle de sangramento 

Devemos ser sempre agressivos com a identificação de choque: paramos sangramentos e repomos perdas até que se prove que o sangramento cessou, por meio de exame físico direcionado. 

  1. Disability

A avaliação neurológica deve ser direcionada (Escala de Glasgow, déficits neurológicos, reatividade pupilar). Além disso, é importante o diagnóstico diferencial (causas do uso de drogas e etilismo, por exemplo). 

  1. Exposição e controle do ambiente 

Se o ambiente for seguro, podemos despir o paciente para avaliar melhor possíveis sangramentos e retirar acessórios perigosos. Ainda mais, devemos controlar hipotermias possíveis. 

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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