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quinta-feira, 21 novembro
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Residência em Pediatria: Como responder questões sobre Neonatos 

Obviamente, neonatos não é a única temática abordada na prova de pediatria, dada a multiplicidade de possíveis temáticas cobráveis dentro dessa importante Residência. Porém, esse tema é bastante presente e, por isso, precisamos analisar como as questões costumam abordá-lo. 

Questões

  1. Recém-nascido com 36 semanas de idade gestacional, filho de mãe internada em CTI- COVID, submetida a cesariana devido às condições clínicas de deterioração, sem outros fatores de risco perinatais, terá alta hospitalar com o pai e a avó, ao completar 84 horas de vida. Recebeu leite humano do banco de leite e fórmula láctea de primeiro semestre devido à impossibilidade clínica da mãe. Neste período pandêmico, recomenda-se que a triagem metabólica neonatal (teste do pezinho) seja realizada:

a) No momento do nascimento, na Maternidade.

b) No momento da alta, na Maternidade.

c) Do terceiro ao sétimo dia de vida, na UBS.

d) Até o trigésimo dia de vida, na UBS.

RS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2022)

Questão bastante recente, aborda o período adequado de realização da triagem neonatal, contextualizando no cenário de pandemia (inclusive a prematuridade decorrente de um quadro materno de COVID com evolução ruim). Para início, temos que considerar o contexto pandêmico, o que nos orienta quanto a redução dos deslocamentos da família (para evitar contaminações). Além disso, sabemos que tardar muito o exame pode ser de alto risco para o RN, já que a condição anômala pode se agravar neste período. Por fim, lembramos que a coleta no momento do nascimento não é indicada, pois aumenta os resultados falsos positivos e negativos para muitas condições (como fenilcetonúria). Por isso, o gabarito da nossa questão e o item B  

2- Neonato de 40 semanas nasceu de parto cesáreo por alteração na cardiotocografia e líquido amniótico meconial bem espesso. Apresenta choro forte, tônus muscular em flexão e boa vitalidade. Dentre as seguintes condutas, a melhor neste caso é:

a) Clampeamento tardio do cordão umbilical e oferecer os primeiros cuidados junto à mãe. 

b) Realização dos passos iniciais na mesa de reanimação com aspiração de vias aéreas superiores.

c) Laringoscopia sob visualização direta imediata seguida de aspiração traqueal.

d) Aspiração das vias aéreas no momento do desprendimento do polo cefálico.

SP- Hospital Israelita Albert Einstein  2023Nessa questão, temos um RN de quarenta semanas que apresentou alteração de vitalidade antes do nascimento, mas nasceu com choro forte e bom tônus. Porém há um detalhe importante na questão: o mecônio espesso. Em cima desses dados, já temos uma orientação do que fazer: Bom tônus e respiração uniforme/choro? Seguimos para o clampeamento (tardio ou imediato a depender do caso). O neonato pode ser posicionado no abdome ou tórax materno durante esse período. Neste caso, o bebê apresenta mecônio, mas este fato não altera os passos da reanimação. Seguindo a diretriz de reanimação neonatal, fazemos estímulo tátil delicado no dorso (max. duas vezes) e, então, iniciamos a respiração antes do clampeamento imediato. Por fim, conduzimos o bebe ao berço aquecido. Por isso, o gabarito da nossa questão é o Item D.

3 – Neonato a termo, nasce de parto normal, após período expulsivo prolongado, banhado em líquido amniótico meconial. Há necessidade de manobras de reanimação cardiorrespiratória. Com 12 horas de vida, desenvolve convulsões repetitivas. São descartados distúrbios metabólicos, hidroeletrolíticos e infecções. Pode- se afirmar que ele apresenta, pela classificação de Sarnat & Sarnat (modificada), encefalopatia hipóxico isquêmica no estágio:

a) 3.

b) 1.

c) 2.

d) 4.

SP – Hospital Militar de Área de São Paulo (2019).

Questão bem específica, apesar de apresentar sinais e sintomas bem parecido com a anterior. Para resolver ela, precisamos entender conceitos básicos da encefalopatia neonatal. Ela é uma síndrome clínica que se manifesta por dificuldade de iniciar e manter respiração, depressão de tônus e reflexos, redução do nível de consciência, dificuldade de alimentação e convulsões. As causas envolvem eventos hipóxico-isquêmicos e o diagnóstico se dá por:

  •  Apgar de 5 e 10 minutos <5;
  • Gasometria de cordão com pH <7,0 ou BE <=-12;
  • Lesão cerebral documentada em RM;
  • Falência múltiplas de órgãos;
  • Presença de fatores predisponentes ou ausência de outras causas.

Por fim, usamo o Score de Sarnat-Sarnat para descrever a gravidade e ajudar a definir a conduta: 

Fonte: Acervo da Plataforma de Estudos QBank do Grupo MedCof.

Por isso, identificamos nosso gabarito com Item D. 

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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