Contextualizando
As doenças traqueais são um grupo de condições que afetam a traqueia, o tubo que conecta a laringe aos brônquios. Elas podem causar sintomas como tosse, dificuldade para respirar, chiado no peito e produção de muco. Para saber diferenciá-las, precisamos entender a anatomia macro e microscópica da região traqueal, para analisar como cada uma afeta ela.
Anatomia
Macroscópica
Fazendo parte dos órgãos do trato respiratório inferior, a traqueia está localizada acima da carina (bifurcação que origina os brônquios primários de ambos os lados) e abaixo da laringe. Ela é um órgão tubular que é formado por estruturas cartilaginosas com pouco tecido conjuntivo, anéis cartilaginosos que começam a partir da cartilagem cricoide.
Ela é dividida em porção cervical e torácica. A cervical é mais facilmente acessível e a torácica (localizada após o manuseio esternal) é acessível por esternotomia e toracotomia direita. Ela é pouco vascularizada, sendo que a circulação traqueal vem principalmente das bordas da traqueia, por isso, ao manipular a traqueia anteriormente, deve-se evitar as paredes laterais.Ela é irrigada através de ramos brônquicos provenientes da própria aorta, mamária interna e carótida em topografia superior). A traqueia é irrigada por embebição de plexo submucoso, o que favorece a processos isquêmicos importantes com pressões elevadas.
Microscopia
A mucosa é constituída de epitélio pseudoestratificado ciliado, a submucosa de tecido conjuntivo glandular e é pouco vascularizada, a cartilagem é constituída de hialina (menos vascularizada ainda) e que forma o anel traqueal, por fim, a camada adventícia é formada de tecido fibroelástico.
Causas de estenose Traqueal
As diferentes doenças e condições que levam a esteatose são:
- Pós-intubação;
- Fraturas de cartilagens;
- Traumas;
- Policondrite, amiloidose, sarcoidose;
- Infecções;
- Causas idiopáticas;
- Paracoccidioidomicose, Tuberculo.
A estenose é a situação de pressão aumentada da via aérea que pode levar a um processo isquêmico das camadas pouco vascularizadas da traqueia. Essa condição resulta em um ciclo vicioso de trauma (inflamação, cicatrização e fibrose traqueal), o que pode aumentar a secreção na região gerando um ambiente propício para a proliferação bacteriana. Por fim, a cronificação desse processo pode gerar uma cicatriz hipertrófica traqueal com diminuição do lúmen.
Classificação
A principal forma de classificação é nomeada de Cotton-Myer, que diferencia os graus de comprometimento da luz traqueal e a possibilidade de efeitos patológicos.
Quadro Clínico
Classicamente, podemos identificar em paciente jovem com história recente (7-14 dias) de intubação orotraqueal prolongada (> 10 dias, sem previsão para ser extubado), principalmente:
- Dispneia progressiva, cornagem e estridor laríngeo;
- Sintomas presentes = estenose > 50%. Temos que levar em conta o perfil metabólico do paciente, em pacientes jovens e atletas podem apresentar sintomatologia com estenoses menores do que em pacientes idosos.
Diagnóstico
Feito na Clínica Médica, ele é possibilitado por tomografia de laringe (pescoço) e traquéia (tórax) e pela avaliação endoscópica.
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