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quarta-feira, 27 novembro
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Diagnóstico de Insuficiência Venosa Crônica: o que fazer?

Contextualizando

A insuficiência venosa ocorre quando as veias, principalmente nas pernas, não conseguem bombear o sangue de volta ao coração de forma eficiente. Isso leva ao acúmulo de sangue nas pernas e pode causar diversos sintomas e complicações. Para explorar mais sobre essa condição, precisamos identificar o sistema venoso superficial com precisão. 

Sistema venoso superficial

Responsável por 10% do retorno venoso dos membros inferiores, o sistema é composto pela veia safena magna (na face medial da coxa), parva (na face posterior da panturrilha) e suas tributárias. Esse sistema se comunica com o sistema venoso profundo através das crossas (crossa da safena com a veia femoral e crossa da parva com a veia poplítea). As veias são classificadas conforme o tamanho e a posição em relação à pele.  

1- Telangiectasias: vasos epidérmicas 
2- Reticulares: vasos subdérmicos
3- Varizes: vasos subcutâneos

Sistema venoso profundo

Esse sistema fica responsável pelos 90% restantes do retorno venoso. Participam dele a veia femoral, e poplítea e tíbias. O sistema drena diretamente para veias ilhadas e, consequentemente, com a veia cava. A nomenclatura de profundo se dá pois ele está mais próximo a ossos e músculos.  

Perfurantes

Essas são as veias que fazem comunicação entre o sistema venoso profundo e o superficial. Elas atravessam o músculo comunicando os dois sistemas. 

Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

Insuficiência venosa crônica 

 A doença é muito prevalente na população (mais de 80% é acometida por algum grau) e a maioria dessa parcela tem origens genéticas da condição. Além disso, fatores ambientais podem contribuir, mas não são tão determinantes.

As veias que tem as paredes afetadas (com menos colágeno) se tornam dilatadas, tortuosas e com válvulas incompetentes, por isso o refluxo e a insuficiência. Essa insuficiência gera refluxo, congestão, aumento de pressão pós capilar e, assim, prejudica a irrigação dos tecidos. Devido a tudo isso, podemos encontrar: 

  • Edema 
  • Infiltração de subcutâneo (edema “duro”) 
  • Atrofia muscular 
  • Escurecimento da pele (dermatite ocre pelo depósito de hemossiderina)
  • Úlceras  

Os sintomas, quase sempre leves, podem ou não relacionar a queixa estética e a queixa sintomática, por isso a importância do diagnóstico correto.  

O que fazer?

O tratamento da insuficiência venosa demanda um planejamento bem organizado. Mesmo que o exame físico traga informações importantes, é necessário um USG doppler para mapeamento anatômico e avaliação funcional das veias. Nos casos de incompetência no sistema profundo, é necessário uma pesquisa ampla em busca de sequelas de TVP, doenças congênitas ou compressão central. 

Achados no USG

O fluxo da veia muda de acordo com a respiração, em razão do aumento da pressão intra-abdominal. A insuficiência pode ser mensurada pelo refluxo > 500ms. Ele é desencadeado por manobras de esforço/ valsava. O diâmetro não é sinal necessariamente de insuficiência da safena, mas sim da existência e permanência prolongada do refluxo! (Obs: o diâmetro normal é de 0,3 a 0,5). 

Fonte: https://radiopaedia.org/ 

Tratamento 

Se a safena for saudável, ela é preservada. Se ela for insuficiente, devemos programar um tratamento, que pode ser feito concomitantemente ou não do tratamento das demais veias. Os métodos de tratamento que podem ser citados são: 

  • Termoablação da safena magna 
  • Ablação com laser De radiofrequência

A primeira possui melhor resultado estético, melhor evolução no pós-operatório e retorno mais rápido às atividades laborais, mas possui maior custo e baixa taxa de recanalização (embora seja possível). A segunda tem menor custo, mas pior resultado estético, mais dor no pós-operatório, maior tempo de afastamento e taxa zero para recanalização. 

Exemplo de termoablação. Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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