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sexta-feira, 27 dezembro
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Fibromialgia: Um tipo de dor crônica negligenciada

Conceitos Básicos 

Caracterizada como uma síndrome dolorosa crônica, a fibromialgia se manifesta com dor generalizada e fadiga constante. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até 2,5% da população brasileira apresenta essa síndrome, predominantemente as mulheres (com uma proporção de 6 a 8 mulheres para cada homem). Além disso, os pacientes estão na faixa etária de 25 a 65 anos, sendo que aqueles com doenças crônicas estão mais dispostos, ainda mais se tiverem correlação familiar.  

Fisiopatologia 

Nessa síndrome, podemos identificar uma sensibilização central, gerando uma resposta inadequada aos estímulos periféricos. Essa sensibilização pode estar associada à hiperatividade glutamatérgica e ao aumento da substância P. Além disso, é gerado um redução dos níveis de noradrenalina e de serotonina.  

Diante da análise fisiológica da dor, podemos caracterizar a percepção do paciente, mediante a exacerbação dos estímulos periféricos e de hiperalgesia e alodinia.  

Clinicamente 

Sob a análise do quadro clínico, a dor pode ser caracterizada por ser difusa (sem localização específica), generalizada e crônica (ou seja, tempo maior que 3 meses). Os pacientes relatam uma intensidade moderada a forte, com instalação lenta e, em alguns casos, outros fatores associados (como as parestesias). Um fator importante a ser analisado, é a piora da dor quando há frio ou estresse.  

Além do sintoma mais destacado que é a dor, podemos identificar sono não-farmacológico (quando o paciente relata dificuldade para adormecer ou continuar dormindo), fadiga e os sintomas cognitivos (com alteração da memória, alterações na concentração e dificuldades em análise lógica).

Diagnóstico 

Para analisar a presença ou não dos sintomas característicos, podemos utilizar os critérios ACR 2010/2011 para avaliação da dor. 

Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

Para chegarmos a um diagnóstico de fibromialgia, o IDG tem que ser maior ou igual a 7 e o EGR maior ou igual a 5, e também podemos incluir os casos de IDG entre 3 a 6 e EGS maior ou igual a 9. 

Tratamento 

O bem estar do paciente é a meta fundamental do processo terapêutico, devido à sensibilidade à dor que influencia em todas as áreas de vida dele.  A terapia não farmacológica inclui educação sobre a síndrome, rotina de exercícios (em torno de 150 minutos por semana) e terapia cognitivo-comportamental, tendo em vista os outros sintomas associados. Ademais, a terapia farmacológica inclui o uso de duloxetina, venlafaxina, pregabalina, antidepressivos tricíclicos e tramadol, a depender do caso do paciente. 

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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