Contextualizando
A síndrome de Guillain-Barré se caracteriza por ser uma doença inflamatória e autoimune do sistema nervoso periférico, cuja manifestação mais frequente é a PFA (paralisia flácida aguda). Um comum nessa condição é polirradiculoneurite desmielinizante inflamatória aguda. Essa síndrome é mais comum em homens, principalmente aqueles em idade avançada, sendo que 20% evoluem para insuficiência respiratória aguda.
Ela normalmente é desencadeada por infecção do trato gastrointestinal e respiratório por espécies do tipo Campylobacter jejuni, mycoplasma pneumoniae e citomegalovírus. Outros possíveis fatores desencadeantes são as reações a vacinas, traumas, cirurgias e causas durante a gestação.
Fisiopatologicamente, podemos observar uma lesão na unidade motora (mais especificamente no nervo periférico e na raiz nervosa) que causa fraqueza muscular e alteração sensitiva. Além disso, os anticorpos atacam a bainha de mielina, causando inflamação e lesão nervosa.
Quadro Clínico
Anamnese
O reconhecimento de pacientes com essa síndrome requer algumas perguntas básicas, como: infecção de vias aéreas ou gastrointestinal cerca de 2-3 semanas antes (caso seja em menos de 24h ou a mais de 4 semanas, podemos descartar Guillain-Barré), sintomas ascendentes de parecia, hipoestesia e paraparesia/tetraparesia, acometimento simétrico, paralisia bilateral (o nervo fácil é comumente afetado) e alguns outros sintomas menos comuns, como insuficiência respiratória aguda e reflexos hipoativos/abolidos.
Diagnóstico
Para chegarmos no diagnóstico dessa síndrome precisamos seguir os Critérios de Brighton-2011, que nos mostra os níveis de certeza diagnóstica:
- Nível 1
Fraqueza simétrica bilateral dos membros, reflexos osteotendíneos abolidos ou diminuídos nos membros afetados, curso monofásico da doença E intervalo entre início e nadir da fraqueza entre 12h e 28 dias (e subsequente platô clínico), achados neurofisiológicos (Eletroneuromiografia) consistentes com Síndrome de Guillain-Barré, dissociação albuminocitológica no Líquor (↓célula, ↑ proteína) * – Pode estar ausente na primeira semana, ausência de diagnóstico alternativo para a fraqueza.
- Red Flags
Caso tenhamos os seguintes achados, temos que nos atentar a pensar em outros diagnósticos: fraqueza assimétrica, disfunção intestinal e urinária (retenção) no início do quadro, nível sensível descrito no exame físico e valores menores que 50 células no líquor.
Diagnósticos diferenciais
Por ser pouco frequente, pode ser confundida com algumas outras doenças e síndromes, como:
- Porfiria Intermitente Aguda
Essa condição tem como principais sintomas tetraplegia flácida aguda/subaguda, sintomas psiquiátricos, dor abdominal e episódios de fraqueza prévios ou desencadeados por medicação.
- Mielopatias
Nesse caso, temos evoluções mais rápidas, disfunção esfincteriana precoce, nível sensitivo ao exame físico e reflexos profundos exaltados.
- Botulismo
Essa doença pode ser associada pela tetraparesia descendente, iniciada por nervos cranianos “oculares”. Ela se caracteriza por ser uma doença pré-sináptica da junção neuromuscular e deve ser notificada.
- Poliomielite
Causada por enterovírus (da Pólio) , tem como alvo o corno anterior da medula espinhal. Podemos identificar paralisia assimétrica e líquor infeccioso.
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