Com o atual crescimento de casos de HMPV, principalmente em crianças, a discussão acerca da pandemia de COVID-19 voltou, haja vista a semelhanças entre ambas as infecções respiratórias. Embora as crianças geralmente apresentem sintomas mais leves em comparação com os adultos, o manejo adequado é crucial para prevenir complicações e garantir o bem-estar dos pacientes pediátricos. Por isso, vamos relembrar as abordagens médicas que devem ser aplicadas na pediatria, quando falamos de Corvid-19, com base em diretrizes e práticas atualizadas.
Epidemiologia e Apresentação Clínica
Desde o início da pandemia, foi observado que a maioria das crianças infectadas pelo SARS-CoV-2 são assintomáticas ou apresentam sintomas leves. Os sintomas mais comuns incluem febre, tosse, rinorreia, e em alguns casos, sintomas gastrointestinais como diarreia e vômitos. Complicações graves, embora raras, podem ocorrer, como a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (MIS-C), que se manifesta semanas após a infecção aguda. Por fim, identificamos a forma grave na insuficiência respiratória ou disfunções de órgãos e sistemas (como distúrbios de coagulação, dano no miocárdio e insuficiência renal).
Independente da clínica, consideramos a internação da criança se há alteração na imagem de Rx/TC em grupos de risco e acometimento de >50% dos campos pulmonares.
Diagnóstico
O diagnóstico de COVID-19 em crianças segue as mesmas diretrizes dos adultos, com o uso de testes de RT-PCR para detecção do RNA viral sendo o padrão-ouro. Testes rápidos de antígeno também são utilizados, especialmente em cenários onde o RT-PCR não está prontamente disponível. A sorologia pode ser útil para identificar infecções passadas e ajudar no diagnóstico de condições como a MIS-C.
Tratamento
O tratamento de COVID-19 em crianças depende da gravidade dos sintomas:
- Casos Leves a Moderados: Geralmente requerem apenas cuidados de suporte, como hidratação adequada e controle da febre com antitérmicos como paracetamol ou ibuprofeno.
- Casos Graves: Podem necessitar de hospitalização. O uso de oxigênio suplementar, corticoides como a dexametasona, e em alguns casos, antivirais como o Remdesivir, são considerados com base na condição clínica do paciente.
- MIS-C: Esta condição requer tratamento agressivo com imunoglobulina intravenosa (IVIG) e, em alguns casos, corticosteroides. O manejo em unidade de terapia intensiva pode ser necessário devido ao risco de choque e falência multissistêmica
Vacinação
A vacinação tem se mostrado eficaz na prevenção de COVID-19 grave em crianças. As vacinas de mRNA, como a Pfizer-BioNTech, estão aprovadas para uso em crianças a partir de seis meses, com esquemas de dose ajustados conforme a faixa etária. A vacinação é uma ferramenta crucial na proteção contra a infecção e suas complicações, incluindo a MIS-C.
Na atualidade, as vacinas disponíveis no Brasil são a Coronavac (de antígeno de Vírus inativo), Pfizer/BionTevh (de mRNA), AstraZeneca/Oxford (com o vetor viralPAd26.COV2.S.), Janssen da Johnson and Johnson (com vetor viral), Moderna (de mRNA-1273) e Novavax (de proteína Spike recombinante com NVX-CoV2373).
Prevenção e Controle de Infecções
Medidas de prevenção são essenciais para controlar a disseminação do vírus entre crianças, especialmente em ambientes escolares e creches, embora seja mais difícil de aplicar devido às atividades e às brincadeiras normais da infância. As recomendações incluem:
- Uso de máscaras: Recomendado para crianças acima de dois anos, especialmente em ambientes fechados e onde o distanciamento social não é possível.
- Higiene das mãos: Incentivar a lavagem frequente das mãos com água e sabão ou o uso de desinfetantes à base de álcool.
- Distanciamento social: Manter distância física em ambientes com alta densidade de pessoas.
- Ventilação Adequada: Garantir que os ambientes sejam bem ventilados para reduzir a concentração de partículas virais.
Considerações Especiais
Crianças com Comorbidades: Crianças com condições médicas subjacentes, como asma, diabetes ou imunossupressão, requerem monitoramento mais próximo devido ao risco aumentado de complicações. Por esses motivos, é indicado o internamento independente dos sintomas manifestos.
Impacto Psicológico: A pandemia afetou significativamente a saúde mental das crianças. É importante que os profissionais de saúde estejam atentos a sinais de estresse, ansiedade e depressão, oferecendo suporte adequado. Uma aliança com profissionais psiquiatras e psicólogos é primordial nesse âmbito.
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