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quinta-feira, 23 janeiro
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Como deve ser o tratamento de crianças com infecções respiratórias 

Abordagem Clínica 

A bronquiolite e a coqueluche são infecções respiratórias comuns em pediatria, cada uma com suas características clínicas e desafios de manejo. Embora existam vacinas para prevenir o contágio com essas infecções, o número de crianças imunizadas na atualidade vem decaindo, o que demonstra a necessidade de discutir novamente as manifestações, diagnóstico e tratamento dessas condições, com base em diretrizes clínicas atuais.

Bronquiolite

A bronquiolite é uma infecção viral das vias aéreas inferiores, predominante em lactentes e crianças menores de dois anos. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o agente etiológico mais comum, embora outros vírus como rinovírus e metapneumovírus também possam ser responsáveis.

Manifestações Clínicas

Os sintomas iniciais incluem rinorreia, tosse, febre leve e desconforto respiratório. À medida que a infecção progride, pode ocorrer sibilância e dificuldade respiratória, levando à diminuição da aceitação alimentar e desidratação.

Evolução natural da Bronquiolite. Fonte: Acervo de Aulas do Grupo MedCof.

Diagnóstico

O diagnóstico é principalmente clínico, baseado na história e exame físico. Exames de imagem, como radiografias de tórax, são reservados para casos atípicos ou complicações. Testes laboratoriais, incluindo painel viral respiratório, podem ser úteis em alguns casos.

Alguns casos são considerados de risco quando avaliamos a bronquiolite, como prematuridade (<36 semanas), peso baixo ao nascer, idade menor que 3 meses, doença crônica pulmonar (como broncodisplasia pulmonar), defeitos anatômicos das vias aéreas, entre outros.

Tratamento

O manejo da bronquiolite é de suporte a criança, focando em:

  • Hidratação: Garantir a ingestão adequada de líquidos.
  • Oxigenoterapia: Manter a saturação de oxigênio entre 90-92%.
  • Ventilação: Uso de cateter nasal de alto fluxo ou CPAP para suporte ventilatório em casos graves.
  • Lavagem Nasal: Ajuda a aliviar a obstrução nasal e melhorar a respiração.

O uso de broncodilatadores e corticosteroides não é recomendado rotineiramente, pois não demonstraram benefício significativo.

Coqueluche

A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é uma infecção altamente contagiosa que afeta principalmente lactentes e crianças pequenas. A vacinação tem reduzido significativamente a incidência, mas surtos ainda ocorrem.

Fonte: https://images.app.goo.gl/JV4vAsYCSXEVBXkq9 

Manifestações Clínicas

A doença progride em três fases:

  • Fase Catarral: Sintomas semelhantes a um resfriado comum, com coriza e febre baixa.
  • Fase Paroxística: Tosse intensa e incontrolável, podendo levar a apneia, cianose e vômitos.
  • Fase de Convalescença: Diminuição gradual da tosse, que pode persistir por semanas.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na história clínica e confirmado por cultura bacteriana ou PCR do aspirado nasofaríngeo. Hemograma pode revelar linfocitose característica.

Tratamento

O tratamento precoce com antibióticos é crucial para reduzir a gravidade e a transmissão da doença. Macrolídeos, como a azitromicina, são a primeira escolha. Em casos de alergia, trimetoprim-sulfametoxazol pode ser utilizado.

Prevenção

A vacinação é a principal estratégia preventiva. A vacina tríplice bacteriana (DTP) é administrada em várias doses durante a infância. Gestantes devem receber a vacina dTpa para proteger o recém-nascido até que ele possa ser vacinado.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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