A nefrologia pediátrica é uma área fascinante e desafiadora da medicina, repleta de nuances e complexidades únicas. Dentro dessa intercessão de residências encontramos condições infantis que merecem marcante atenção, como a Hidronefrose e o Refluxo Vesicoureteral (RVU), por isso vamos relembrar alguns detalhes dessas anormalidades.
Hidronefrose
A hidronefrose, caracterizada pela dilatação da pelve renal com ou sem dilatação dos cálices renais, é um achado comum na ultrassonografia pré-natal, afetando cerca de 1% das gestações. O diagnóstico é baseado no diâmetro anteroposterior da pelve renal (DPR), sendo considerado significativo quando:
- 4 mm entre 18 e 22 semanas de gestação
- 7-10 mm no terceiro trimestre de gestação
É importante notar que a hidronefrose transitória é a causa mais comum, representando 41 a 88% dos casos. Esta condição geralmente se resolve com o tempo e não tem implicações clínicas significativas.
Etiologia e Manejo
Quando a hidronefrose persiste ou é mais grave, devemos considerar as anomalias congênitas do rim e do trato urinário (CAKUT). A obstrução da junção ureteropélvica (JUP) é o diagnóstico mais comum, seguida pelo refluxo vesicoureteral (RVU).
O manejo da hidronefrose inclui:
- Ultrassonografia pós-natal a partir do 7º dia de vida
- Antibioticoprofilaxia em casos de DPR > 8mm
- Investigação adicional com uretrocistografia miccional (UCM) ou cintilografia renal em casos de hidronefrose acentuada ou dilatação ureteral
Refluxo Vesicoureteral (RVU)
O RVU é definido como a passagem retrógrada de urina da bexiga para o trato urinário superior. Esta condição é particularmente importante devido ao risco de pielonefrite, injúria renal e potenciais sequelas, incluindo perda de função renal.
Classificação e Diagnóstico
O RVU é classificado em cinco graus, baseados na extensão do refluxo e na dilatação do sistema coletor:
- Grau 1: Refluxo limitado ao ureter
- Grau 2: Refluxo atinge pelve e cálices sem dilatação
- Grau 3: Leve dilatação da pelve e/ou cálices
- Grau 4: Moderada dilatação com tortuosidade do ureter
- Grau 5: Dilatação grave com perda das impressões papilares
O diagnóstico é realizado através de uretrocistografia miccional com contraste ou cistografia com radionuclídeo.
Tratamento e Prognóstico
O manejo do RVU varia de acordo com a gravidade:
- Graus menores: Tendência a evitar antibioticoterapia, focando na correção de fatores predisponentes como constipação e fimose
- Graus avançados: Profilaxia antibiótica e, em alguns casos, intervenção cirúrgica
O prognóstico está relacionado ao risco de infecções urinárias recorrentes e potencial redução do parênquima renal.
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