
Fevereiro não é somente o mês do carnaval! Esse mês cheio de cores festivas também carrega duas cores com significados importantes na saúde e que devem ser lembradas por nós, profissionais. Primeiramente, o roxo foi escolhido como cor de conscientização sobre a Lúpus, a Fibromialgia e o Mal de Alzheimer. Posteriormente, a cor laranja foi incluída na campanha para conscientizar sobre a Leucemia, um sério tipo de câncer que acomete o sangue. Vamos explorar um pouco dessas enfermidades a seguir!
Lúpus
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune complexa e multissistêmica, que afeta predominantemente mulheres jovens, com uma proporção de 9:1 em relação aos homens.
Existem evidências de predisposição genética, incluindo mutações no gene TREX e deficiências nos componentes do complemento C1q e C4. Fatores ambientais, como exposição à luz ultravioleta e tabagismo, também desempenham um papel no desencadeamento da doença.
A doença pode afetar múltiplos sistemas, incluindo o neurológico, cutâneo, pulmonar, cardíaco, hematológico e renal. O acometimento cutâneo, como o lúpus cutâneo agudo, é frequentemente associado a manifestações sistêmicas.
Desse modo, o tratamento do LES é multifacetado, envolvendo medidas não farmacológicas, como proteção UV e cessação do tabagismo, e farmacológicas, incluindo o uso de hidroxicloroquina, glicocorticoides e imunossupressores como metotrexato e micofenolato. Em casos graves, terapias específicas como ciclofosfamida e imunobiológicos podem ser indicadas.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica que representa um desafio significativo na prática clínica devido à sua complexidade e impacto na qualidade de vida dos pacientes. Ela é caracterizada por dor generalizada e fadiga, frequentemente acompanhada por distúrbios do sono, sintomas cognitivos e alterações no humor. É reconhecida como uma síndrome complexa que afeta múltiplos sistemas do corpo.
A condição é mais prevalente em mulheres, com uma proporção de 6 a 8 mulheres para cada homem afetado, e ocorre principalmente na faixa etária de 25 a 65 anos. Estima-se que a prevalência no Brasil seja de 2-2,5% da população.
A síndrome está associada à sensibilização central, caracterizada por uma resposta inadequada aos estímulos periféricos e hiperatividade glutaminérgica. Há também aumento da substância P e redução dos níveis de noradrenalina e serotonina, contribuindo para a percepção de hiperalgesia e alodinia.
O tratamento dessa condição é principalmente não-farmacológico, incluindo educação, exercícios físicos, tai-chi-chuan e terapia cognitivo-comportamental. O tratamento farmacológico pode incluir medicamentos como duloxetina, venlafaxina, pregabalina, gabapentina, antidepressivos tricíclicos e tramadol.

Alzheimer
O Alzheimer é a demência mais comum entre as existentes, representando 50-60% dos casos. Caracteriza-se por um declínio cognitivo progressivo, comprometendo a memória, linguagem, raciocínio e outras funções cerebrais.
O diagnóstico da DA é um processo que envolve:
- Suspeita clínica: Baseada na história clínica e sintomas relatados pelo paciente e familiares.
- Avaliação cognitiva: Testes neuropsicológicos para avaliar o comprometimento em diferentes domínios cognitivos (memória, linguagem, etc.).
- Avaliação funcional: Escalas como Katz (Atividades Básicas de Vida Diária – ABVD) e Lawton (Atividades Instrumentais de Vida Diária – AIVD) para mensurar o impacto da doença na vida diária.
- Exames complementares: Exames laboratoriais (hemograma, função tireoidiana, vitamina B12, etc.) e neuroimagem (TC ou RM) para excluir outras causas de demência.
Embora não haja cura, existem estratégias importantes de prevenção, como manter um estilo de vida saudável, com atividade física regular, dieta equilibrada e estimulação cognitiva.
Por fim, o tratamento inclui abordagens farmacológicas (anticolinesterásicos, memantina) e não farmacológicas (modificações ambientais, suporte psicossocial, terapia ocupacional), a fim de controlar os sintomas.
Leucemia
Existem vários tipos de leucemia, porém vamos focar nas mais prevalentes.
Leucemia Promielocítica Aguda (LPA)
Subtipo da Leucemia Mieloide Aguda (LMA), caracterizado pela translocação entre os cromossomos 15 e 17, formando o gene de fusão PML-RARA. O tratamento é feito com a combinação de ATRA e quimioterapia, com taxas de cura em torno de 80%.
Leucemia Linfocítica Crônica (LLC)
A maioria dos pacientes são assintomáticos no diagnóstico e não requer tratamento imediato. Por isso os critérios para tratamento incluem sintomas B, esplenomegalia progressiva, linfocitose acelerada e citopenias autoimunes.
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
É a neoplasia mais comum na infância, com ¾ dos casos ocorrendo antes dos 6 anos. Os sintomas incluem fadiga, infecções, sangramentos, dor óssea e hepatoesplenomegalia.
Leucemia Mieloide Aguda (LMA)
A LMA possui alta incidência em adultos, especialmente acima de 60 anos, com mutações que bloqueiam a maturação celular. Os sintomas são febre, palidez, astenia, sangramentos, hepatoesplenomegalia.
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