Saiba tudo sobre a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para HIV O assunto de HIV/Aids é extremamente relevante não só para as suas provas como também para a prática clínica!
É necessário, portanto, que além de saber os agravos da doença, você saiba as situações em
que as profilaxias estão indicadas!
Leia abaixo
Transmissão do HIV
A transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV) pode ocorrer através do contato sexual, contato com sangue e fluidos contaminantes, uso de drogas ilícitas, acidentes ocupacionais e transmissão vertical.
Exposição a materiais contaminados
Assim, é importante entender que não são todos os fluidos que transmitem HIV, entretanto, quando tratamos de acidente ocupacionais (como com perfurocortantes) todo contato deve ser considerado potencialmente perigoso devido ao risco de ter sangue ou outros fluidos misturados.
- Transmitem:
- Sangue
- Sêmen
- Fluido vaginal
- Liquor
- Líquido sinovial
- Líquido pleural
- Líquido pericárdico
- Líquido peritoneal
- Líquido amniótico
- NÃO transmitem:
- Fezes
- Secreções nasais
- Saliva
- Escarro
- Suor
- Lágrimas
- Urina
- Vômito
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
Pensando nisso, a PrEP é uma estratégia altamente eficaz para prevenir a infecção pelo HIV em indivíduos com alto risco de adquirir o vírus. Dessa forma, a PrEP foi inserida no SUS em 2017 com a finalidade de reduzir a transmissão do HIV e contribuir para o alcance de metas relacionadas com o fim desta pandemia.
Para quem está indicada a PrEP?
As indicações para o uso da PrEP incluem:
- Indivíduos em relacionamentos sorodiscordantes;
- Homens que fazem sexo com homens;
- Transexuais;
- Profissionais do sexo;
- Usuários de drogas (exceto álcool e maconha)
Além das indicações formais, temos fatores que reforçam a indicação da PrEP, como:
- Repetição de práticas sexuais anais e/ou vaginais com penetração sem uso de preservativo;
- Frequência de relações sexuais com parcerias eventuais;
- Quantidade e diversidade de parcerias sexuais;
- Histórico de IST;
- Busca repetida pela PEP;
- Troca de sexo por dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia, etc;
- Chemsex: prática sexual sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, gama-hidroxibutirato – GHB, MDMA, cocaína, poppers) com a finalidade de melhorar ou facilitar as experiências sexuais;
🚨 ATENÇÃO Antes de iniciar a PrEP é necessário excluir uma infecção vigente de HIV, portanto, o Teste Rápido deve ser realizado! → Lembre-se que pessoas com exposição de risco recente (principalmente nos últimos 30 dias) devem ser alertadas quanto à possibilidade de infecção mesmo com resultado não reagente.
Como é feita a Profilaxia Pré-Exposição para HIV?
Sendo assim, a forma ideal de ser usada recomendada pelo Ministério da Saúde é a administração da PrEP na forma de 2 comprimidos no primeiro dia de uso, e continuar com 1 comprimido de uso diário.
São necessários 7 dias de uso de PrEP para que o indivíduo possa ser considerado protegido contra a transmissão do HIV por relações anais, e 20 dias para que se alcance a proteção contra a transmissão por relações vaginais.
📝 **SE LIGA NA PRESCRIÇÃO! Nome:__________________________________
Uso Oral Contínuo**
1)Tenofovir desoproxila/Entricitabina (TDF/FTC) 300+200mg
Tomar 2 cps no primeiro dia de uso e manter com 1x ao dia
Acompanhamento do paciente em uso da PrEP
Assim, acompanhamento desses pacientes devem ocorrer após o primeiro mês do início da PrEP, e após isso a rotina das consultas serão trimestrais.
A primeira dispensação da medicação deve ser mensal com 30 comprimidos, devendo-se marcar a volta em cerca de 25 dias (já que a dose de ataque é com 2 comprimidos no primeiro dia), depois da avaliação da adesão da prevenção, a dispensação deverá ser realizada de forma trimestral.
Desse modo, nas consultas deve-se levar em consideração as toxicidades dos antiretrovirais, testagem para HIV, avaliação laboratorial, adesão e continuação da PrEP e manutenção de medidas de prevenção combinada do HIV.
🚨 ATENÇÃO! A PrEP não substitui o uso de preservativos e de outros meios contraceptivos! Deve-se reafirmar a necessidade do uso de tais práticas!
Ademais, deve-se estar atento para manifestações agudas da infecção para o HIV como febre, linfadenopatias, faringite, exantema, ulcerações mucocutâneas, mialgias/artralgias, fadiga e hepatoesplenomegalia, devendo ser enacaminhado para avaliação laboratorial para HIV.
No quadro abaixo é possível visualizar o seguimento necessário para essa população:
Critérios de Interrupção da PrEP
Dessa forma, a PrEP deverá ser interrompida nos seguintes casos:
- Diagnóstico de infecção pelo HIV;
- Desejo da pessoa de não mais utilizar o medicamento;
- Mudança no contexto de vida, com importante diminuição da frequência de práticas sexuais com potencial risco de infecção;
- Persistência ou ocorrência de eventos adversos relevantes;
- Baixa adesão à PrEP, mesmo após abordagem individualizada de adesão.
Pensando nisso, caso tenha havido relações sexuais com potencial risco de infecção pelo HIV, recomenda-se, antes da interrupção da PrEP, que o usuário mantenha o uso da profilaxia por um período de 28 dias, a contar da data da exposição de risco. Apenas no caso de usuário HSH cis pode-se diminuir esse período, com manutenção do uso da PrEP por 2 (dois) dias após a última exposição, conforme as últimas recomendações da OMS.
Interações medicamentosas
Sendo assim, é necessário estar atento sobre as principais interações farmacológicas do esquema da PrEP, abaixo temos a relação desses medicamentos com outros fármacos disponíveis no RENAME.
Eficácia da Profilaxia Pré-Exposição para HIV
O estudo publicado no The Lancet HIV avaliou o uso da PrEP em casais sorodiscordantes e constatou que o uso diário de tenofovir oral sozinho ou em combinação com emtricitabina foi altamente eficaz na prevenção da transmissão do HIV, com uma redução de risco de 75% em comparação com o placebo.
Além disso, um estudo realizado entre indivíduos cisgênero heterossexuais, a eficácia geral da PrEP foi de 62% no estudo TDF2, sendo de 49% entre as mulheres e 80% entre os homens incluídos na investigação. Ademais, em parcerias sorodiferentes heterossexuais, a PrEP também se mostrou eficaz, com redução geral de 75% no risco de infecção pelo HIV no estudo Partners PrEP. Novamente, a eficácia da profilaxia foi mais elevada entre homens cis (84%) do que entre mulheres cis (66%).
Em conclusão, a PrEP é uma intervenção eficaz e importante para prevenir a infecção pelo HIV em indivíduos com alto risco de adquirir o vírus. Reafirmar o direito a medicação, práticas de educação sexual e monitoramento desses pacientes são estratégias relevantes para o controle da disseminação do HIV.
E aí, já conseguiu lembrar de tudo que precisava sobre a Profilaxia Pré-Exposição para HIV? Então continue acompanhando o nosso blog para estar por dentro de tudo!
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