21.9 C
São Paulo
sexta-feira, 22 novembro
InícioGinecologia e ObstetríciaSangramentos na gestação: parte 2

Sangramentos na gestação: parte 2

descolamento prematuro de placenta, descolamento da placenta, placenta grau 2, placenta grau 1, placenta grau 3

Sangramentos na gestação: parte 2: Voltando a comentar sobre uma das grandes áreas cobradas nas provas de residência, vamos dar continuidade ao estudo dos sangramentos na gestação, bem como os descolamentos de placenta. Dessa vez, vamos falar dos sangramentos da 2ª metade da gestação.

Leia a seguir

Sangramentos na gestação: parte 2

Sendo assim, diante de um sangramento após 20 semanas de gestação, devemos sempre pensar em: descolamento prematuro de placenta, placenta prévia e roturas.

Descolamento prematuro da placenta (DPP)

Sempre pensamos em DPP quando estamos diante de um sangramento com > 20 semanas + hipertonia uterina. Esse descolamento precoce diminui a oxigenação e nutrição fetal e é uma situação irreversível e progressiva. Desse modo, geralmente, quando envolve > 50% da placenta termina em óbito fetal. Além disso, o risco aumento de acordo com a área de descolamento e quanto menor for a idade gestacional (IG).

Causas

TRAUMÁTICAS INTERNASNÃO TRAUMÁTICAS
Brevidade de cordãoSíndromes hipertensivas
Versão fetal externaPlacenta circunvalada
Retração uterina intensaTabagismo e etilismo
Miomatose uterinaAnemia e má nutrição
Hipertensão de veia cava inferior por compressão uterinaCorioamnionite
Traumatismo abdominalRPMO
 Trombofilias

Clínica

  • Dor abdominal ou lombar *persiste entre as contrações.
  • Sangramento vaginal.
  • Hipertonia uterina.

⚠️ LEMBRE-SE: o sangramento pode estar ausente em 20% dos casos = sangramento retroplacentário.

Classificação

GRAU 0GRAU IGRAU IIGRAU III *
AssintomáticoLeveIntermediárioGrave
Diagnóstico retrospectivo pelo histopatológico da placentaSangramento discreto + dor ausenteSangramento moderado + hipertonia uterina + dorSangramento importante + hipertonia uterina + dor
 Vitalidade fetal preservadaTaquicardia maternaHipotensão materna
  Sofrimento fetalÓbito fetal

📖 * DPP GRAU III pode ser dividida em: GRAU IIIA = SEM coagulopatia instalada GRAU IIIB = COM coagulopatia instalada.

Conduta

Assim, diante de uma DPP, devemos prosseguir com as manobras iniciais para ressuscitação:

  • Verificar se vias aéreas estão pérvias, checar respiração e circulação.
  • Garantir 2 acessos venosos calibrosos e iniciar hidratação EV.

Ademais, devemos garantir monitorização fetal.

🧪 EXAMES PARA SOLICITAR:

  • Hemograma completo
  • Tipagem sanguínea ABO e Rh
  • Coagulograma
  • Rotina de pré-eclâmpsia

Dessa forma, exames de imagem podem ser úteis para localizar a placenta e afastar placenta prévia mas são pouco úteis no diagnóstico.

FETO VIVOFETO MORTO
Parto iminente = vaginalParto iminente e feto baixo = vaginal
Ausência de trabalho de parto = cesáreaParto não iminente e feto alto = cesárea

Placenta prévia (PP)

Desse modo, chamamos de PP a implantação de qualquer parte da placenta no segmento inferior do útero com > 28 semanas. O diagnóstico só é feito após esse período, pois até lá a placenta pode migrar.

 

A placenta busca se implantar nos locais mais vascularizados do útero, a implantação em um local anômalo geralmente resulta de uma decidualização pobre do útero e pode ser causada por hipóxia relativa, relacionada ao tabagismo.

Tipos de Implantação Placentária

TÓPICAHETEROTÓPICAECTÓPICA
NormalLocal anômaloFora do útero
Segmento corporalAngular ou cornual 
 Baixa 
 Cervical 

Classificação

COMPLETAPARCIALMARGINALBAIXA OU LATERAL
Recobre totalmente o orifício interno do coloRecobre parcialmente o OI do coloTangencia a borda do OI, sem ultrapassarNão alcança o OI

Clínica

⚠️ Sangramento na 2ª metade da gestação, vivo, indolor + início e cessar súbito + sem outros sintomas.

Conduta

A USG é a melhor forma de diagnóstico. Sendo assim, o parto vaginal é permitido se a borda placentária estiver a uma distância > 2 cm do OI do colo, ou seja, nos casos de PP marginal ou baixa. Portanto, uma margem < 4 cm do OI prenuncia hemorragia expressiva no pós-parto.

🧪 EXAMES PARA SOLICITAR:

  • Hb e HT
  • Tipagem sanguínea ABO e Rh
  • Coagulograma

A melhor conduta é definida de acordo com a intensidade do sangramento e a condição da mãe. Em prematuros, se não houver sangramento, devemos expectar, orientar não manter relações sexuais e considerar o uso de corticoide para maturação pulmonar fetal. Nos casos a termo, a interrupção é recomendada e a via de parto varia de acordo com a inserção.

Aprendeu a diferenciar DPP e PP? Abaixo temos uma tabela que pode te ajudar. Não esquece de tirar print para guardar. Bons estudos!

 PP
inícioinsidioso + gravidade progressiva
hemorragiavisível, de repetição, indolor
dorausente
sanguevivo
anemiaproporcional à perda de sangue
SFausente ou tardio
hipertoniaausente
hipertensãorara
amniotomiadiminui hemorragia (compressão placentária pelo polo fetal)
metrossístoleaumenta a hemorragia
USGconfirma dg

Quer saber mais sobre a área médica através dos nossos podcasts disponíveis no Youtube? Lá você poderá ver o Papo de Aprovado, de Residente e de Dermato, além de diversas correções das provas de residência e novidades médicas.

Grupo MedCof

Conheça o Grupo MedCof e como conseguimos aprovar milhares de médicos nas melhores instituições do país

https://youtu.be/V0ExWLs5dNE

Conquiste a aprovação!

Medcof tem um catálogo repleto de cursos que te guiarão na jornada à Residência Médica dos sonhos, inclusive um que te oferece as Fichas Resumo MedCof! Feitas pelos nossos especialistas, elas te pouparão tempo durante os estudos! Confira então os nossos cursos e seja mais um aprovado nas melhores instituições do país!

Aprovados medcof

GrupoMedcof
GrupoMedcofhttps://www.grupomedcof.com.br/
Grupo MedCoF, estamos comprometidos em fornecer conteúdo de alta qualidade para estudantes de medicina, médicos e futuro residentes.
POSTS RELACIONADOS