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Transtornos de ansiedade: Como identificar e tratar?

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Transtornos de ansiedade: saiba como identificar e tratar na atenção primária.

Leia abaixo

Desde o início da pandemia da COVID-19, a incidência de transtornos de ansiedade tem aumentado consideravelmente. Assim, é importante, tanto para a prática clínica quanto para as provas de residência, que estejamos afiados nesse tema.

Transtornos de ansiedade: Como identificar e tratar?

Devemos lembrar que a ansiedade é uma reação humana normal causado pelo aumento da atividade somática e autonômica diante de determinadas situações. Dessa forma, consideramos patológica quando passa a ser associada a sintomas psíquicos, podendo causar despersonalização, desrealização e alteração de percepção e até aprendizado.


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Transtorno de ansiedade generalizado (TAG)

A TAG é um dos transtornos mentais mais comuns, acometendo mais mulheres do que homens. Desse modo, ela costuma iniciar no final da adolescência e início da vida adulta. Porém, em alguns casos, pode ter início tardio.

Preditores de TAG de início tardio
Sexo feminino
Pobreza
Eventos adversos recentes da vida
Doença física crônica
Transtorno mental crônico
Perda ou separação dos pais
Baixo suporte afetivo durante a infância
Histórico familiar de transtornos mentais

Clínica

Ademais, o sintoma principal consiste em preocupação excessiva e persistente. Assim, ele pode estar associado a hiperatividade, sintomas autonômicos, tensão muscular, inquietação motora, insônia, entre outros.

Critérios diagnósticos do DSM-5

  • Ansiedade e preocupação excessivas ocorrendo, na maioria dos dias, por ≥ 6 meses.
  • Paciente acha difícil controlar a preocupação.
  • Ansiedade e preocupação associados com ≥ 3 dos seguintes:
    • Inquietação ou tensão.
    • Fatigabilidade.
    • Dificuldade de concentração ou mente fica em branco.
    • Irritabilidade.
    • Tensão muscular.
    • Perturbação do sono.
  • Sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social e/ou ocupacional.
  • Não atribuível a uso de substância ou condição médica.
  • Não melhor explicado por outro transtorno mental.

Conduta

Nos casos de TAG leve, o paciente pode receber acompanhamento ambulatorial a cada 6 meses e monitoramento para definir qual a melhor conduta.

O tratamento de escolha consiste no uso de antidepressivo serotoninérgico e/ou terapia cognitivo comportamental (TCC). Portanto, ambos apresentam eficácia semelhante separadamente, podendo ser usados como monoterapia ou associados.

Transtorno de pânico

O transtorno de pânico é caracterizado por ataques agudos, graves e recorrentes de ansiedade associados a sentimentos de desgraça iminente. Igualmente ao TAG, acomete mais mulheres e tem idade média de início aos 25 anos. Dessa forma, é comum que pacientes com transtorno de pânico apresentem alguma outra comorbidade. Em 91% dos casos, existe outro transtorno psiquiátrico associado.

Critérios diagnósticos do DSM-5

  • Ataques de pânico recorrentes e inesperados.
    • Ataque de pânico = surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem ≥ 4 dos seguintes sintomas:
      • Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
      • Sudorese.
      • Tremores ou abalos.
      • Sensações de falta de ar ou sufocamento.
      • Sensações de asfixia.
      • Dor ou desconforto torácico.
      • Náusea ou desconforto abdominal.
      • Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.
      • Calafrios ou ondas de calor.
      • Parestesias (anestesia ou formigamento).
      • Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).
      • Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
      • Medo de morrer.
  • Pelo menos um dos ataques seguido de ≥ 1 mês de uma ou de ambas as seguintes características:
    • Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências.
    • Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques.
  • A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica.
  • A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental.

Conduta

Ademais, os medicamentos indicados incluem alprazolam, sertralina, paroxetina e clonazepam. Além disso, podem ser associados à TCC.

Transtorno de ansiedade social

Consiste no medo de situações sociais, podendo ser mais específicos, como medo de comer ou falar em público. Desse modo, geralmente apresenta outras comorbidades psiquiátricas associadas.

Critérios diagnósticos do DSM-5

  • Medo ou ansiedade acentuados acerca de ≥ 1 situações sociais em que é exposto a possível avaliação por outras pessoas.
  • O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente.
  • As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.
  • As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade.
  • O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural.
  • O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente > 6 meses.
  • O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
  • O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância ou de outra condição médica.
  • O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, como transtorno de pânico, transtorno dismórfico corporal ou transtorno do espectro autista.
  • Se outra condição médica está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo.
  • Especificar como somente desempenho se o medo está restrito à fala ou ao desempenho em público.

Conduta

O tratamento de primeira linha envolve o uso de ISRS, como a fluoxetina. Por fim, como segunda linha, temos o uso de benzodiazepínicos, como alprazolam e clonazepam. Além disso, a TCC também é útil nesses casos.

E agora, já sabe como identificar e tratar os transtornos de ansiedade mais comuns? Então lembre-se de anotar as dicas e bons estudos!

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