Você sabe como fazer a desprescrição no idoso? Então leia esse post e entenda a importância dessa diretiva.
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Como fazer a desprescrição no idoso?
Um dos eventos mais comuns da clínica é quando você pergunta ao seu paciente idoso quais são as medicações que ele usa e ele despejar várias medicações ou até mesmo recortes da caixa dos comprimidos para informá-lo. Pensando nisso, uma das diretivas base da geriatria é a desprescrição e é sobre isso que vamos abordar nesse post.
Definição
A desprescrição se refere ao ato de suspender medicamentos que podem estar causando danos atuais, ou potencialmente causador de eventos futuros, e isso inclui a suspensão de medicamentos fúteis (como polivitamínicos, como exemplo). Desse modo, o ato é realizado de forma individualizada e acompanhada, levando em consideração custo-benefício, condições atuais de saúde e preferências e expectativas do paciente e seus familiares.
Como avaliar a necessidade de desprescrição?
Estudos recentes mostram que cerca de 30% dos pacientes idoso fazem o uso de ≥ 5 medicações, e muitos desses possuem agravos na saúde resultante do uso inapropriado ou desnecessário de medicamentos.
📖 Conceituando: Nomeamos o uso de ≥ 5 medicamentos de polifarmácia!
Quem se beneficiaria da desprescrição de medicamentos?
- Surgimento de um novo sintoma ou síndrome clínica, compatíveis com um evento adverso;
- Estágios finais de doenças terminais, fragilidade extrema, grave prejuízo da funcionalidade;
- Uso de medicamentos com alto potencial para complicações;
- Situações em que a interrupção do medicamento não levará a agravamento da doença em questão;
- Uso de medicações sem indicação precisa;
- Duplicidade – por vezes encontramos pacientes usando 3 tipos de AINES de forma concomitante;
- Remédios que não possuem evidência científica;
Passo a passo para a desprescrição
- Definir quais medicamentos devem ser interrompidos;
- Sempre avaliar as medicações questionando: O que toma? Para que toma? A quanto tempo? Uso adequado? Efeitos vigentes?
- Avaliar se o uso do medicamento é compatível com a circunstância de vida naquele determinado momento;
- Exemplo disso é a manutenção de estatinas ou anticoagulantes para pacientes em estado de terminalidade;
- Determinar se a relação risco-benefício da medicação foi adequadamente avaliada;
- Priorize as medicações que devem ser descontinuadas;
- Implemente um regime de descontinuação das medicações, sempre monitorando os sinais e sintomas que podem advir deste processo.
Na imagem abaixo você pode observar um quadro resumo sobre essas e outras abordagens de desprescrição de forma detalhada.