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segunda-feira, 01 julho
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A Hipertensão Arterial Sistêmica na infância: Como tratar?

A hipertensão na infância e a adolescência deve ser diagnosticada com precisão e conduzida de uma forma adequada a fim de prevenir complicações futuras.

Nesse post vamos abordar sobre a abordagem da hipertensão arterial sistêmica na pediatria.

Definição

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) na infância e adolescência é definida por uma Pressão Arterial Sistólica (PAS) e/ou Pressão Arterial Diastólica (PAD) ≥ Percentil 95 para sexo, idade e percentil da estatura em três ou mais ocasiões diferentes.

Classificação

A classificação desta condição é muito importante, pois ela vai orientar o fluxo de investigação e tratamento das crianças diagnosticadas.

Como é feito?

Logo após a aferição da pressão, relaciona-se este dado com o sexo, idade e percentil da estatura, para se obter o percentil da PA, classificando-o em:

  • Normal se < p90;
  • PA elevada se ≥ p90 e <p95, ou 120×80 mmHg;
  • HAS estágio 1 se ≥ p95 e < p95 + 12mmHg;
  • HAS estágio 2 se ≥ p95 + 12 mmHg;

** Lembrando que essa classificação e válida para crianças de 1 a 13 anos.

Conduta

A conduta e seguimento do paciente vai depender de como esse paciente foi diagnosticado com a hipertensão na infância.

1. PA elevada

Para esses pacientes, a conduta inicial são as medidas não farmacológicas e reavaliar com 6 meses, assim, se a PA normalizar, retorna para o rastreamento anual, caso tenha se mantido elevada, deve-se afastar a possibilidade de coarctação da aorta, e reforçar medidas não farmacológicas, e marcar nova reavaliação com 6 meses.

Caso a PA mantenha-se elevada, deve-se considerar o MAPA e encaminhar ao especialista, caso tenha normalizado, retorna ao screening anual.

2. HAS estágio 1

Para esses pacientes, a conduta inicial são as medidas não farmacológicas e reavaliar com 1-2 semanas, se a PA normalizar, retorna para o rastreamento anual, pois caso tenha se mantido elevada, deve-se afastar a possibilidade de coarctação da aorta, e reforçar medidas não farmacológicas, e marcar nova reavaliação com 3 meses.

Sendo assim, caso a PA mantenha-se no estágio 1, deve-se considerar o MAPA e encaminhar ao especialista, caso tenha normalizado, retorna ao screening anual.

3. HAS estágio 2

Para esses pacientes, a conduta inicial vai depender se o paciente está apresentando alguma sintomatologia da hipertensão na infância ou não.

Tratamento

Terapia não medicamentosa

O tratamento não medicamentoso é a base do tratamento para todos os pacientes diagnosticados com hipertensão na infância, especialmente em casos de hipertensão primária.

Dieta

As recomendações baseiam-se na redução de ingestão de sal, gorduras saturadas, colesterol, carne vermelha, açúcares e bebidas ricas em açúcar, e, aumento na ingestão de potássio, magnésio, cálcio, proteínas e fibras.

Exercício físicos

Os exercícios devem sempre ser estimulados, independentemente da presença de sobrepeso e obesidade, e sempre adaptar para exercícios adequados para idade, assim inserindo hábitos saudáveis de forma lúdica.

Terapia medicamentosa

A maioria dos casos de hipertensão de infância conseguem ter controle com a mudança do estilo de vida, entretanto há alguns casos que necessitam da terapia medicamentosa para controle da PA.

Geralmente, na infância, as melhores respostas são com IECA ou BRA, entretanto é necessário individualizar cada caso e levar em consideração as doenças de base, quando presentes.

Quando iniciar?

  • Falha do tratamento não medicamentoso;
  • Hipertensão sintomática;
  • Hipertrofia de ventículo esquerdo;
  • HAS em paciente com Doença Renal Crônica;
  • HAS estágio 2 sem fator modificável identificado;
  • HAS em paciente com Diabetes mellitus 1 ou 2;

Na infância as melhores respostas é com IECA e BRA.

Dá uma olhada de como deve estabelecer e escalonar a terapia medicamentosa:

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