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sexta-feira, 22 novembro
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A importância da comunicação para o médico

comunicação médico

 

“Amamos o médico não pelo seu saber, não pelo seu poder, mas pela solidariedade humana que se revela na sua espera meditativa. E todos os seus fracassos (pois não estão, todos eles, condenados a perder a última batalha?) serão perdoados se; no nosso desamparo, percebermos que ele, silenciosamente, permanece e medita, junto conosco”.

 

A poética descrição do escritor Rubem Alves do quadro “O Médico” (Sir Samuel Lukes Fildes, 1891) enaltece uma das mais belas características do médico: o poder da comunicação verbal e visual.

Por meio dela, conseguimos expressar não apenas a estima e a empatia pelo paciente, mas também estar disponível a ouvir a história do paciente. Ali na sua frente, é o momento em que você tem a oportunidade de entender toda a trajetória da pessoa que fez com que ela chegasse a tal ponto de sua vulnerabilidade para procurar ajuda.

 

A comunicação, nesse cenário, também torna-se essencial para que o médico expresse a sua segurança diante do diagnóstico em que se chegou e mostra estar disponível para auxiliar o paciente com o tratamento.

 

Outra relação central que exige uma boa conversa é a entre você e seu chefe. Saber expor as suas ideias de forma não prepotente, dar retorno sobre as suas funções cumpridas e, quem sabe, até fazer exigências sobre uma situação que não está sendo sustentável no ambiente do trabalho, demonstra a necessidade de saber articular de forma adequada e, principalmente, entender o momento certo de falar.

 

Antes mesmo de entrarmos neste mundo profissional, as obrigações da comunicação se estabelecem já nas nossas salas de aulas com nossos colegas. Compreender como dar um feedback certeiro, em que a mensagem chegue ao seu parceiro de modo construtivo e, ao mesmo tempo, efetivo, é fundamental para que a dinâmica do grupo funcione, seja nas práticas, nas aulas ou no internato. Assim, tentar evitar esta conversa traz prejuízos para a qualidade do aprendizado, já que você não terá uma dinâmica boa com a sua dupla, e da sua qualidade de vida, pois o estresse da relação vai te consumir aos poucos.

 

Por fim, como o médico está inserido cada vez mais em uma equipe multiprofissional, saber reconhecer os limites de seu conhecimento e como abordar determinado assunto em uma discussão de caso, torna-se cada vez mais relevante e um diferencial na escolha de um profissional em um posto no mercado de trabalho.

Veja você, então, que sairmos da nossa zona de conforto e estabelecermos uma comunicação valiosa é vantajoso em todos os sentidos, sendo que apenas assim será possível atingir o melhor nível de relação entre o médico e o paciente ou seus colegas de profissão ou sua equipe.

 

 

Por Luana Perrone Camilo

 

 

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