Conceitos base
Dezembro foi o mês escolhido para a conscientização acerca da infecção em HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. A importância dessa conscientização é embasada na continuação de marcantes índices de infecção apesar das modernizações na prevenção, além dos sérios problemas advindos das manifestações oportunistas nas pessoas infectadas.
O que é o HIV?
HIV é uma sigla para Human Immunodeficiency Virus (Vírus de Imunodeficiência Humana) que se caracteriza pela invasão do vírus envelopado de RNA aos linfócitos TCD4+. A infecção se dá por contágio sexual (em todas suas modalidades), transfusão de hemocomponentes (como hemácias, plaquetas e leucócitos), transmissão vertical (durante a gestação, parto ou amamentação) e transmissão percutânea (como acidentes com materiais biológicos).
Diagnóstico
Seguindo os estudos da História Natural da Doença, sabemos que após o contato o vírus pode se manter incubado por um período de 7 a 15 dias (diferente do eclipse viral, onde nenhum teste é positivo).
Após isso, podemos nos deparar com a SRA (Síndrome Retroviral Aguda), quando a manifestação é aguda e dura em média de 2 semanas (acomete apenas 50% das pessoas infectadas pelo HIV e não houve reconhecimento do vírus pelo sistema imune ainda). Essa síndrome apresenta como principais achados clínicos a febre, fadiga, adenomegalia generalizada, rash cutâneo e outros sintomas. Por fim, vale ressaltar a latência clínica com queda anual de cerca de 50 CD4 ao ano.
Desse modo, a infecção pode culminar a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Para esse caso, o período de latência clínica dura de 3 a 4 semanas após o contágio. Os testes sorológicos possíveis podem ser do tipo rápido (demora 1 a 3 meses para positivas depois do contágio), imunoensaio (ELISA, que demoram até 20 dias para positivar) e de terceira geração (que demoram de 24 a 28 dias para positivas, mas não identificam a proteína de membrana p24). A AIDS se caracteriza por uma manifestação generalizada de infecções oportunistas.
Tratamento
Como dito, a importância da conscientização reside na permanência de níveis marcantes de infecção entre a população, mesmo diante das técnicas de tratamento dos doentes e prevenção. Por isso, vamos explorar mais a fundo os tipos de tratamento.
O alvo molecular de tratamento é a terapia combinada, já que o vírus do HIV utiliza-se da transcriptase reversa. Atuando sobre a integrase, temos o Raltegravir, Dolutegravir e Cabotegravir. Outras são inibidores de protease como o Darunavir, Atazanavir e Lopinavir (que podem causar icterícia e estão sempre associados a booster de ritonavir). Além disso, existem uma série de medicações nucleotídicas ou não que atuam sobre a transcriptase diretamente, como Tenofovir (TDF), Nevirapina (NVP), Lamivudina (3TC) e Efavirenz (EFZ).
O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico, com exceção dos casos em que o paciente também é simultaneamente diagnosticado com tuberculose e outras infecções oportunistas.
Novidades no tratamento
Atualmente, temos um novo conceito acerca do tratamento do HIV: a terapia dupla. Esse tratamento é feito com Lamivudina (3TC) e Dolutegravir (DTG), sendo que o paciente não pode ter hepatite B, tuberculose, falha prévia e precisa apresentar 2 cargas virais indetectáveis por mais de 6 meses de intervalo (1 ano de tratamento).
Vacinação e co-infecção
A vacina é a maneira mais eficaz de prevenir o HPV, por isso deve ser promovida a toda a população a partir dos 9 anos de idade em meninas e 11 em meninos.
A co-infecção por HIV+tuberculose é a principal causa de morte no mundo de pacientes soropositivos. Nesses casos, fazemos screening anual com IGRA/ PPD+RX de tórax se CD>350.
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