As pessoas idosas têm mais fatores de risco para instabilidade postural e quedas que as outras na população, além de consequências mais sérias sobre os acidentados.
De acordo com o Tratado de Geriatria e Gerontologia (Freitas, 2016),” a queda pode ser definida como um evento descrito por vítima ou testemunha, em que a pessoa inadvertidamente vai de encontro ao solo ou outro local em níveis baixo que o anteriormente ocupado, consciente ou inconsciente, com lesão ou nao.”
Fatores Relacionados
Quando falamos de quedas em idosos, podemos identificar alguns fatores que aumentam a probabilidade de acidente, como:
- Mulheres, viúvos, solteiros ou desquitados;
- Mais que duas comorbidades associadas;
- Maior dependencia funcional;
- Queda prévia e impulsividade;
- Visão ejudicada e/ou distúrbio de marcha;
- Uso de medicações (como benzodiazepínicos e antidepressivos);
- Comorbidades específicas (como epilepsia e parkinson).
As quedas aumentam a fragilidade do idoso, a mortalidade, o grau de dependência e favorece o declínio funcional. Contudo, causas violentas, síncope, convulsão e trauma esportivo não se encaixam como possíveis causas já que são condições específicas.
Classificações da queda
Conforme os aspectos do acidente, a queda pode ser dividida em baixa energia ou alta energia:
Baixa Energia | Alta Energia |
Queda da propria altura | Queda, quando em pé no assento |
Queda do assento | Queda em rampa |
Queda em escada, com altura maior 3 degraus | |
Presença de TCE ou FCC em face | |
Ferimento grave |
O que fazer no atendimento clínico?
A primeira conduta a ser tomada perante o paciente é a avaliação das circunstâncias em que ele se encontra:
- Há perda de consciência?
- Há tontura e/ou fraqueza súbita?
- Há causas cariogênicas/neurogênicas?
- O ambiente está favorável?
Então, seguimos para o exame físico, avaliando presença de arritmias, como está a pressão arterial (3 medidas), exame dos pés e a marcha. Para avaliação do risco existem várias escalas (26 no total), porém a mais utilizada é a TUGT (time up and go test), feita assim:
- Com o paciente sentado na cadeira, inicia-se a contagem do tempo para uma caminhada de 3 metros e retorno à posição anterior.
Por meio dela, podemos avaliar força no quadríceps, como está a marcha e o equilíbrio dinâmico, interpretando o tempo do movimento:
- Até 10 segundos = não caidores
- Mais do que 14 segundos = tendência a queda
- Mais que 32,6 segundos = caidores
Prevenção
As medidas possíveis que reduzem a probabilidade de quedas entre aqueles idosos já favoráveis ao acidente são:
- Reposição de Vit. D (em casos de deficiência);
- Correção de distúrbio de força, marcha e equilíbrio, além dos problemas auditivos;
- Revisão dos medicamentos (evitar danos colaterais);
- Revisão da segurança da casa (barras de suporte e objetos substancialmente de risco).
Curiosidade: Síndrome do Imobilismo
De acordo com o tratado de Geriatria e Gerontologia (Freitas,2016), essa síndrome se caracteriza pelo “conjunto de sinais e sintomas resultantes da supressão de todos os movimentos articulares, que, por conseguinte, prejudica a mudança postural, compromete a independência, leva a incapacidade, a fragilidade e a morte.” Por isso, podemos identificar a duplicidade relação dela com as quedas: fator causador e consequência. Além das fraturas e lesões possíveis quando a acidente, a síndrome também pode ser causada por AVE, hidrocefalia, Parkinson, ELA e outras condições sistêmicas. Devido a imobilidade, o idoso pode desenvolver consequências como atrofia, osteoporose, edema, trombose e aumentar as chances de depressão e delirium.
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