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quinta-feira, 21 novembro
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Acidentes com Idosos: Como atender essas demandas na Clínica Médica

As pessoas idosas têm mais fatores de risco para instabilidade postural e quedas que as outras na população, além de consequências mais sérias sobre os acidentados.

De acordo com o Tratado de Geriatria e Gerontologia (Freitas, 2016),” a queda pode ser definida como um evento descrito por vítima ou testemunha, em que a pessoa inadvertidamente vai de encontro ao solo ou outro local em níveis baixo que o anteriormente ocupado, consciente ou inconsciente, com lesão ou nao.”  

Fatores Relacionados 

Quando falamos de quedas em idosos, podemos identificar alguns fatores que aumentam a probabilidade de acidente, como:

  • Mulheres, viúvos, solteiros ou desquitados;
  • Mais que duas comorbidades associadas;
  • Maior dependencia funcional;
  • Queda prévia e impulsividade;
  • Visão ejudicada e/ou distúrbio de marcha;
  • Uso de medicações (como benzodiazepínicos e antidepressivos);
  • Comorbidades específicas (como epilepsia e parkinson).

As quedas aumentam a fragilidade do idoso, a mortalidade, o grau de dependência e favorece o declínio funcional. Contudo, causas violentas, síncope, convulsão e trauma esportivo não se encaixam como possíveis causas já que são condições específicas.  

Classificações da queda

Conforme os aspectos do acidente, a queda pode ser dividida em baixa energia ou alta energia: 

Baixa EnergiaAlta Energia
Queda da propria altura Queda, quando em pé no assento
Queda do assentoQueda em rampa
Queda em escada, com altura maior 3 degraus
Presença de TCE ou FCC em face
Ferimento grave 

O que fazer no atendimento clínico? 

A primeira conduta a ser tomada perante o paciente é a avaliação das circunstâncias em que ele se encontra: 

  • Há perda de consciência?
  • Há tontura e/ou fraqueza súbita?
  • Há causas cariogênicas/neurogênicas? 
  •  O ambiente está favorável? 

Então, seguimos para o exame físico, avaliando presença de arritmias, como está a pressão arterial (3 medidas), exame dos pés e a marcha. Para avaliação do risco existem várias escalas (26 no total), porém a mais utilizada é a TUGT (time up and go test), feita assim:   

  • Com o paciente sentado na cadeira, inicia-se a contagem do tempo para uma caminhada de 3 metros e retorno à posição anterior. 

Por meio dela, podemos avaliar  força no quadríceps, como está a marcha e o equilíbrio dinâmico, interpretando o tempo do movimento:

  • Até 10 segundos = não caidores
  • Mais do que 14 segundos = tendência a queda
  • Mais que 32,6 segundos = caidores

Prevenção 

As medidas possíveis que reduzem a probabilidade de quedas entre aqueles idosos já favoráveis ao acidente são: 

  • Reposição de Vit. D (em casos de deficiência);
  • Correção de distúrbio de força, marcha e equilíbrio, além dos problemas auditivos;
  • Revisão dos medicamentos (evitar danos colaterais);
  • Revisão da segurança da casa (barras de suporte  e objetos substancialmente de risco).

Curiosidade: Síndrome do Imobilismo

De acordo com o tratado de Geriatria e Gerontologia (Freitas,2016), essa síndrome se caracteriza pelo “conjunto de sinais e sintomas resultantes da supressão de todos os movimentos articulares, que, por conseguinte, prejudica a mudança postural, compromete a independência, leva a incapacidade, a fragilidade e a morte.”  Por isso, podemos identificar a duplicidade relação dela com as quedas: fator causador e consequência. Além das fraturas e lesões possíveis quando a acidente, a síndrome também pode ser causada por AVE, hidrocefalia, Parkinson, ELA e outras condições sistêmicas. Devido a imobilidade, o idoso pode desenvolver consequências como atrofia, osteoporose, edema, trombose e aumentar as chances de depressão e delirium.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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