As Afecções mamárias são um conjunto de condições que podem afetar as mamas das mulheres. Elas podem variar bastante, desde as benignas (não cancerígenas) até às malignas (câncer). Como estamos no Outubro Rosa, precisamos identificar sinais e sintomas orientadores dos exames mamários. Vamos nos aprofundar na identificação de nódulo, dor e fluxo papilar.
Nódulo
A maioria dos nódulos mamários é benigna, porém não devemos descartar a malignidade! Normalmente, eles são causados por cistos e fibroadenomas, e menos comumente, por câncer. Os diagnósticos são mais frequentes nas seguintes faixas etárias:
- Até 30 anos: fibroadenoma;
- de 30 a 50 anos: cistos;
- A partir dos 40: risco aumentado para malignidade.
Para identificarmos os nódulos, recorremos ao exame físico, de imagem e anatomopatológico. Por meio deles podemos classificar as causas acima citadas.
Cisto
Essa causa pode ser classificada em simples (benignos) ou complexos (interior com vegetações ou debris). Os simples não são palpáveis, mas os complexos são grandes e podem incomodar a paciente. Nos do tipo complexo, podemos utilizar da PAAF para análise de malignidade: se, durante a punção do cisto, houver esvaziamento completo e saída de conteúdo citrino, não há necessidade de citologia. O tratamento deve ser focado na retirada do cisto se ele for de natureza suspeita.
Fibroadenoma
Esse se caracteriza como circunscrito, regular, fibroelástico e com superfície lisa ou lobulada. Ele é o tumor benigno mais comum da mama e, normalmente, estabiliza com 2-3 cm. Porém, o tamanho pode alterar conforme a fase do ciclo menstrual, aumentando na gestação e amamentação e diminuindo na menopausa. Ele não aumenta o risco de câncer e o tratamento ocorre apenas com acompanhamento clínico. Todavia, se o tamanho exceder o valor acima, aparecer sintomas e/ou alterações radiológicas, retira-se por exérese cirúrgica.
Alterações funcionais benignas
Essas podem ser identificadas por dor (geralmente no quadrante superior lateral), espessamento, nódulos palpáveis e sintomas que melhoram após a menstruação. Elas acometem mais as mulheres no período de menacme e os cistos encontrados são identificados por USG. Uma forma bastante comum desses cistos é a Hamartoma, que é benigno e identificado pelo encapsulamento de uma área de tecido mamário normal.
Fluxo Papilar
Acontece quando há exteriorização do fluxo pela papila fora do ciclo gravídico-puerperal. O fluxo fisiológico é normal e pode ocorrer em mais da metade das não-lactantes, principalmente após estímulo excessivo. Porém, devemos nos atentar ao patológico, associado a lesões proliferativas e carcinoma. Dentre os casos analisados, a maioria (até 95%) tem origem benigna, porém o risco de malignidade aumenta em idosas. O fluxo patológico divide-se assim:
Galactorreia | Telorrea |
Secreção láctea | Secreção não láctea |
Causado, normalmente, por medicamentos supressores de dopamina | Causado, normalmente, por lesão no epitélio do ducto (central ou periférico) |
Condicionantes não medicamentosos: lesões no SNC, na parede torácica e doenças sistêmicas. | Paciente apresenta fluxo sanguinolento e exame citológico com células atípicas (levando o risco para metaplasia). |
Tratamento para casos suspeitos: cirurgia. | Tratamento com atipias: Excisão cirúrgica |
Tratamento para causa identificada: específico | Tratamento sem atipias: Se houver lesão remanescente, recomenda-se excisao (apesar de ser um posicionado controverso) |
Tratamento sem causa identificada: depende do desejo da mulher – quer amamentar? Ressecção do ducto específico. Não quer amamentar? Ressecção dos ductos principais. |
Dor
As principais causas para dores mamárias são a Mastalgia e Mastite, por isso vamos caracterizá-las com detalhes abaixo:
Mastalgia
A nomenclatura caracteriza literalmente dor nas mamas, mas as causas para ela são variadas, dependendo das características da dor:
Cíclica | Aciclica | Mamária | Extra-mamaria |
Sintomas menstruais | Ectasia ductal, hipertrofia mamária, macrocistos, trauma e síndrome de Mondor | Sintomas menstruais e associados a forma acíclica | Síndrome de Tietze, herpes-zoster, angina, relacionada ao TGI, bursite escapular, neurite intercostal e musculoesqueléticas |
Além disso, alguns medicamentos podem ocasionar a mastalgia, como aqueles hormonais (estrogênio e progesterona), antidepressivos e anti hipertensivos. O tratamento não medicamentoso visa orientar a paciente quando sintomas do ciclo menstrual, efeitos de alguns medicamentos e uso de sutiã adequado. Já o medicamentoso uso de analgésicos, ansiolíticos e antidepressivos (se tiver efeitos psicológicos da dor) e tamoxifeno em casos extremos.
Mastite
Nomenclatura para infecção na mama, ela se apresenta normalmente, na forma puerperal. Nessa forma, o neonato transmite, pela flora oral durante a sucção, bactérias por meio das fissuras na papila. As principais bactérias são: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Streptococcus sp. Elas são mais comumente transmitidas em condições de má higiene, mas podem aparecer em condições adequadas também, manifestando, além da dor, hiperemia da mama, febre, mama túrgida e abscesso mamário.
O tratamento envolve antibioticoterapia com Cefalexina quanto a amamentação é mantida. Se houver abscesso, ainda podemos indicar a drenagem.
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