Considerada a falta de menstruação nas mulheres em idade fértil, a amenorreia ocorre por uma série de fatores, como disfunções orgânicas, malformações anatômicas e outras condições.
Nesse texto você entenderá o conceito, as causas e o tratamento, além de ver questões que podem aparecer na sua prova de residência médica.
Conceito
O distúrbio classifica-se em primário e secundário.
Na condição primária há ausência da primeira menstruação nos primeiros 15 anos de idade, além de déficits no desenvolvimento mamário em pacientes com características sexuais secundárias normais, ou seja, quando não ocorre a menarca até a idade de 15 anos.
A amenorreia secundária está ligada a ausência de menstruação por 3 meses em pacientes com ciclos menstruais regulares ou durante mais de 6 meses em pacientes com menstruações irregulares.
Causas da amenorreia
Por ser uma condição complexa, as causas dela podem ser mentais (transtornos alimentares), hormonais (hipogonadismo ou hipogonadotrófico), genéticas (Síndrome de Turner ou deficiência na produção de GH) ou morfológicas (obstrução do trato genital). Dada essa complexidade, uma anamnese bem administrada será crucial para um diagnóstico correto.
Anamnese
Quando fatores como gravidez, amamentação, uso de anticoncepcionais e ambiguidade sexual são excluídos, o profissional deve, primordialmente, avaliar a idade e a presença de caracteres sexuais na paciente, a fim de distinguir os tipo de amenorreia, visto que já houve a menarca. Após isso, é preciso avaliar alterações corporais secundárias (tamanho, peso, dores incomuns) para reconhecer síndromes genéticas ou comportamentais.
Sinais ou sintomas diferenciais na região pélvica e mamária podem indicar hipoestrogenismo, ovário policístico ou até hiperplasia adrenal congênita.
Exames
Exame físico
O índice de massa corporal alterado pode ser indicativo de alguma condição adversa , por exemplo anorexia, obesidade e desnutrição, já que há alteração dos níveis hormonais. A presença de estigmas genéticos podem indicar estágios de Síndrome de Turner, Malformação mulleriana, Síndrome de Asherman. Além disso, o exame genital pode indicar hímen imperfurado, vagina curta e atrofia genital.
Avaliação laboratorial
Por meio desta é possível analisar as quantidades de FSH e prolactina. Com alterações nesses níveis, podemos analisar causas como SOP, HAC, tumores e adenomas. Se o TSH estiver alterado, é possível especular disfunção tiroidiana.
Amenorreia: Tratamentos
Tratamento Clínico
A amenorreia é um diagnóstico sindrômico, ou seja, é sintoma de diversas doenças ou afecções, por isso, o tratamento está articulado a sua etiologia e as expectativas da paciente, o que demanda sensibilidade do cuidador.
Na hiperprolactinemia, o tratamento é feito com agonistas dopaminérgicos.
No caso de Hipoestrogenismo, o tratamento é variável. Se classificada como primária, inicia-se com pequenas doses de estrogênio, e posterior aumento com inclusão de progesterona.
Em anovulações hiperandrogênicas, cessa-se o uso da substância desencadeante.
Em deficiência enzimática, usa-se a prednisona.
Na síndrome do ovário policístico, o tratamento é feito com ministração de progestagênios cíclicos ou anticoncepcional hormonal combinado com oral.
Tratamento Cirúrgico
- Indicado em neoplasias ovarianas e de suprerrenal, bem como na síndrome de Cushing com presença de tumor.
- Malformações Mulleriana têm tratamento dependente da malformação.
- Cirurgias outras dependem da condição encontrada.
Amenorreia nas provas de residência médica
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