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sábado, 23 novembro
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Anemias Hipoproliferativas: Sinais, sintomas, tratamento e mais

Quando é anemia?

Anemia é uma condição em que o sangue não possui glóbulos vermelhos suficientes ou saudáveis para transportar oxigênio adequadamente para os tecidos do corpo. Isso pode levar a sintomas como fadiga, fraqueza e palidez. As possíveis causas para a anemia incluem:

  • Perda de sangue: Ferimentos, menstruação abundante e problemas gastrointestinais podem causar perda de sangue e, consequentemente, anemia.
  • Produção insuficiente de glóbulos vermelhos: Problemas na medula óssea, onde os glóbulos vermelhos são produzidos, podem levar à anemia.
  • Destruição excessiva de glóbulos vermelhos: Algumas doenças podem causar a destruição prematura dos glóbulos vermelhos.

Diagnóstico de acordo com a OMS

  1. Gestantes: Hb < 11 g/dL 
  2. Mulheres: Hb < 12 g/dL
  3.  Homens: Hb < 13 g/dL Lorem ipsum dolor sit amet, consectetuer adipiscing elit. 

O que são as anemias Hipoproliferativas

As anemias hipoproliferativas são um tipo de anemia caracterizada por uma redução na produção de novas células vermelhas (glóbulos vermelhos) pela medula óssea. Isso significa que o corpo não está produzindo células sanguíneas suficientes para transportar o oxigênio adequadamente para os tecidos.

Para realizar o diagnóstico, é possível analisar as diferentes respostas da medula óssea através dos reticulócitos e diferenciar os tamanhos das células (VCM). 

  • Se os reticulócitos estiverem normais ou reduzidos, é identificada uma anemia hipoproliferativa. 
  • As possíveis causas são: carências (Fe, B12e AF), deficiência EPO ou distúrbios medulares (por invasão ou insuficiência). 

Observação: é muito importante não esquecer de fazer a correção do valor de reticulócitos!

Analise do VCM 

Os possíveis valores dele vão nos guiar nas causas da condição anêmica! 

  • Menores que 80fL

Classificada como Microcítica (por causas ferroprivas, talassemia ou sideroblástica).

  • Entre 80 e 100 fL

Classificada como Normocítica (o que configura doença crônica).  

  • Maiores que 100 fL

Classificada como Macrocítica ( com causas megaloblástica, SMD ou anemia aplástica). 

Sinais e sintomas 

Esses dependem da velocidade de instalação,  por isso os casos mais agudos apresentam mais sintomas. Podemos listar entre eles: Fadiga, astenia, dispneia, taquicardia e hipotensão postural, palidez e icterícia. 

Anemia Ferropriva 

Sendo a principal causa de anemia no mundo, essa é um grande problema de saúde pública. O metabolismo do Ferro é fundamental na formação dos glóbulos vermelhos, por fazer parte da produção de hemoglobina. Outros estoques importantes de ferro que podem ser citados são os macrofagos no baço, medula óssea e no fígado.

Hepcidina

A hepcidina é uma pequena proteína produzida principalmente pelo fígado que desempenha um papel crucial na regulação do metabolismo do ferro em nosso corpo. Ela atua como um hormônio, controlando a quantidade de ferro disponível para ser utilizada pelas células.

Como a Hepcidina Funciona?

  • Ligação à Ferroportina: A hepcidina se liga a uma proteína chamada ferroportina, que é responsável por liberar o ferro das células para a corrente sanguínea.
  • Degradação da Ferroportina: Ao se ligar à ferroportina, a hepcidina induz a degradação dessa proteína, reduzindo assim a quantidade de ferro liberada.
  • Redução da Absorção Intestinal: A hepcidina também inibe a absorção de ferro pelos intestinos, diminuindo a quantidade de ferro que entra no organismo através da dieta.

Em casos de anemia e hipóxia, encontramos menos Hepcidina disponível. Quando há excesso de ferro e inflamação, as quantidades dela são maiores. 

Redução Absoluta ou funcional do Metabolismo

Na infância e na gestação, há um grande aumento da demanda por Fe, o que muda em outras faixas etárias. Com a diminuição da ingestão (por desnutrição ou vegetarianismo) também há uma redução absoluta desse micronutriente. Além disso, a cirurgia bariátrica, gastrite atrófica e sangramento que causem perdas crônicas podem ser incluídos nas causas para redução absoluta. Já com o aumento da hepcidina, causando sequestro de Fe nos estoques funcionais, se enquadra em uma redução funcional. observação: é muito importante ressaltar que ambas as técnicas de cirurgia bariátrica (by-pass e sleeve) causam diminuição na absorção de ferro!

Quadro Clínico

Essa condição apresenta sinais e sintomas marcantes no paciente, como: 

  • Queilite Angular 
  • Coiloníquia 
  • Síndrome de Plummer-Vinson

Investigação e Tratamento

A investigação se dá por meio de exames quantificativos do ferro sérico, da ferritina, da saturação de transferrina, TIBC, RDW e mielograma (o padrão ouro). Como o sangramento é um fator de bastante repercussão em adultos, eve ser feita uma avaliação do TGI, avaliação do fluxo menstrual feminino e colonoscopia (em caso de neoplasia). O tratamento é feito via administração (oral na maioria dos casos) em doses diárias. A depender da demanda, pode ser administrado de 60 a 200 mg de Fe elementar em tomada única diária ou mais do que 100mg em dias alternados ( regulando os níveis de hepcidina).

O tratamento pode levar a alguns efeitos colaterais, como náuseas e constipação, mas precisa ser feito corretamente, já que consiste em duas importantes fases: 1 – correção da anemia, 2 – reposição dos estoques.

Anemia de Doença Crônica

O aumento do IL-6 é causado por alguma inflamação. Por isso, aumenta a produção de Hepcidina e diminui a de ferroportina (levando à deficiência funcional do ferro por bloqueio dos estoques). Além disso, causa saturação de transferrina e Fe sérico baixos. Ainda mais, as doenças cronicas podem resultar em ativação do sistema reticulo endotelial, reduzindo a sobrevida das hemácias.

Por meio de uma correta anamnese, exame de TIBC e Ferritina ajudarão a diferenciar a anemia da doença crônica da anemia ferropriva.

Anemia de DRC 

Nesse caso, há baixa produção de EPO, já que a medula óssea não estimula a produção. Pode-se registrar tambem em pacientes DRC com cinética do Ferro normal.

Anemia Megaloblástica 

A anemia megaloblástica é um tipo de anemia caracterizada por glóbulos vermelhos maiores que o normal (macrocíticos) e imaturos (megaloblastos). Ela apresenta como principais sintomas: Fadiga, Fraqueza, Palidez, Falta de ar, Taquicardia, Tontura, Perda de apetite, Perda de peso, Alterações intestinais (diarreia ou constipação) e Problemas neurológicos (em casos mais graves)Essa condição geralmente é causada por:

  1. Macrocitose

Resultante de alterações o metabolismo do DNA (deficiência de B12 ou de ácido fólico), má administração de Medicamentos (como Metotrexato, Azatioprina, Hidroxiuréia e AZT), produção aumentada de células imaturas (por reticulocitose, aumento de EPO e leucemias agudas), doenças primárias da medula óssea ( Síndrome Mielodisplásica e Anemia Aplástica). Outras causa marcantes são a doença hepática, hipotireoidismo e alcoolismo. 

  1. Hipoproliferativa (com reticulócitos menores que 100.000)
  2. Deficiência de cianocobalamina (B12) ou folato (B9) 

Quando falamos de B12, temos o ácido metilmalônico aumentado. Mas quando nos referimos a ambas, a homocisteína está aumentada. Dentre as causas que podem ser citadas estão a disabsorção, veganismo sem suplementação e deformidades medicamentosas. Por meio da hematoscopia, os neutrófilos hipersegmentados e ovalócitos podem ser observados. A B12 é de origem animal e a absorção ocorre no íleo terminal. Na falta desta última, há manifestações de queilite e atrofia de papilas. As causas envolvem anemia perniciosa, baixa ingesta, medicações como (MTX, Metformina, AZT e IBP), doença de Crohn, infecção por tênia do peixe e super crescimento bacteriano. 

  1. Ácido fólico 

Esse micronutriente pode ser encontrado em vegetais, carnes e frutas e a ausência dele gera sintomas neurológicos, além de queilite e atrofia de papilas. As causas que podem ser citadas são o alcoolismo, anorexia, ingestão única de leite de cabra e demanda excessiva. Na gravidez, é primordial suplementar para evitar anemias hemolíticas, dermatites esfoliativas e necessidade de hemodiálise. Além disso, a má absorção pode acontecer pela síndrome do intestino curto, uso de anticonvulsivantes e de sulfassalazina.

Anemia Sideroblástica

Também nomeada anemia microcítica (VCM menor que 80 fL) acontece por falha na incorporação do erro a protoporfirina, causando um acúmulo de Fe nas mitocôndrias e eritropoiese ineficaz. As causas podem ser genéticas (ligadas ao X), adquiridas por álcool, deficiência de cobre e toxicidade por zinco. O manejo perpassa a correção das causas reversíveis, administração de piridoxina, suporte transfusional e quelante de ferro. 

Anemia Aplástica

Causada por falência medular, reações autoimunes, pancitopenia em jovens e ausência de esplenomegalia. O diagnóstico é feito por biópsia de medula óssea e o tratamento por imunossupressores. Essa condição apresenta diferentes classificações, por isso a administração dos imunossupressores depende dela.Se classificada como grave, apresenta Reticulócitos < 60.000, Neutrófilos < 500 cél/mm3 ou Plaquetas < 20.000. Se for muito grave os Neutrófilos são < 200 cél/mm3. O tratamento dessas condições são tais que 

  • < 40 anos

Doador aparentado HLA-compatível?

  • Sim → Transplante de medula óssea
  • Não → Terapia imunossupressora
  • >= 40 anos

Terapia inmunosupresora.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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