A segurança do uso do Aspartame, adoçante artificial presente em diversos alimentos, voltou a ser pauta após a usa recente adição à lista de substâncias possivelmente cancerígenas pela OMS.
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Aspartame: adoçante artificial é desaconselhado pela OMS
Pesquisa realizada por 25 especialistas independentes de 12 países associados à Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), instituição parceira da Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorre após possíveis evidências científicas sobre o aumento do risco do uso de aspartame. Ademais, a OMS desaconselhou o uso de adoçantes
não nutritivos para dietas com restrição de açúcar.
Apesar disso, o Comitê Misto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA, na sigla em inglês) também integrante da OMS e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), afirma que não há necessidade de alterar a recomendação diária que varia entre 40 e 50mg/kg.
De acordo com o órgão regulador, para ultrapassar o limite recomentado seria necessário, por exemplo, que um indivíduo de 70kg ingerisse por dia cerca de 9/14 latas de refrigerante com 200 ou 300g de aspartame.
Quais alimentos contém aspartame?
Descoberta por acaso enquanto o químico James Schlatter tentava desenvolver um remédio para úlcera, a substância Aspartame é uma derivação de dois aminoácidos, a fenilalanina e o ácido aspártico.
Assim, tratando-se de um dipeptídeo, o composto foi amplamente utilizado em produtos denominados “diets”/ “lights” ou “sem adição de açúcares” devido seu teor altamente doce em pouca quantidade, sendo 200 vezes mais doce do que os açucares comuns.
Apesar do aspartame ser um edulcorante (classificação feita pela Agência nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa) por ter o sabor doce, o composto também é utilizado para realçar o sabor de determinados alimentos.
Ademais, o composto é normalmente indicado para diabéticos ou pessoas que têm restrições ao consumo de açúcar para perda de peso.
Dessa forma, o aspartame comumente encontra-se em alimentos como:
- Refrigerantes
- Sucos prontos e em pó
- Chás industrializados.
- Chicletes.
- Iogurtes.
- Gelatinas.
- Pães.
- Barras de cereal.
Pastilhas efervescentes de vitamina C.
Afinal, o aspartame é seguro ou não?
Não é de hoje que se fazem estudos sobre o uso do aspartame. Pesquisas realizadas na índia e em países europeus como França e Itália relataram a constatação do risco ligeiramente maior de desenvolvimento de câncer ligados ao consumo de adoçantes artificiais, incluindo o aspartame.
Além disso, também alertava-se o uso em grupos considerados mais suscetíveis a efeitos colaterais como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e trombose. Assim, poderiam compor o grupo de risco indivíduos como: gestantes e lactantes, diabéticos ou pacientes com casos de epilepsia.
Entretanto, além das contestações relacionadas as metodologias aplicadas, ainda não há dados concretos que o uso do composto é a causa do aumento de chances de desenvolvimento de câncer. Dessa forma, o aspartame entra na classificação de “possivelmente cancerígeno” devido às limitações de evidências sobre o tema.
Por fim, embora o uso de aspartame ainda seja seguro, o Comitê Misto da JECFA mantém o composto na lista de prioridade de avaliação até a divulgação de novos resultados.
Anvisa sobre o uso de aspartame
Aqui no Brasil a Anvisa determinou alguns limites a depender do uso de açucares na composição de alimentos, veja abaixo:
- substituição parcial de açúcares: 560 mg/kg para alimentos e bebidas;
- substituição total de açúcares: 750 mg/kg para alimentos e bebidas, exceto gomas de mascar e micropastilhas de sabor intenso;
- gomas de mascar com alegações nutricionais: 10.000 mg/kg para de substituição total de açúcares;
- micropastilhas de sabor intenso: 6.000 mg/kg com alegações nutricionais de substituição total de açúcares.
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