Saiba as últimas atualizações sobre Infecções do Trato Urinário (ITU), abordadas no último IDSA 2023.
Sumário
Em outubro de 2023, ocorreu mais um evento da Infectious Disease Society of America (IDSA), que trouxe várias atualizações sobre avaliação, classificação e manejo de doenças infectocontagiosas. Nessa publicação, vamos abordar sobre as atualizações relacionadas às Infecções do Trato Urinário (ITU). Pronto para ver o que mudou?
O que são as Infecções do Trato Urinário?
Uma das atualizações de 2023 que merece destaque está na definição e classificação das Infecções do Trato Urinário (ITU).
ANTES do novo documento, havia uma classificação em ITU não complicada (cistite sem outras manifestações ou comorbidades), ITU complicada (pacientes do sexo masculino, infecções em pacientes com comorbidades e/ou sintomas sistêmicos) e pielonefrite.
AGORA, o consenso simplificou em duas classificações:
- ITU não complicada: doença limitada à bexiga, incluindo a população masculina.
- ITU complicada: todos os demais casos que não envolvam somente a bexiga.
Tratamento de Infecções do Trato Urinário
Antibioticoterapia empírica
O documento também apresenta orientações para o momento da escolha do antibiótico. Deve-se levar em conta:
- Condição clínica;
- Presença de comorbidades;
- Fonte provável de infecção – uso de dispositivos invasivos ou submissão a procedimentos;
- Estado imunológico;
- Epidemiologia local e risco de infecção de microorganismo multirresistente. Deve-se, avaliar, portanto:
- Histórico prévio de infecções no último ano;
- Uso de antibióticos nos últimos 30 dias;
- Epidemiologia local e padrão de resistência antimicrobiana.
- Epidemiologia local e risco de infecção de microorganismo multirresistente. Deve-se, avaliar, portanto:
Também foram apresentadas no documento algumas orientações:
Tratamento da ITU em pacientes SEM sepse:
- 1° Linha: Quinolonas, cefalosporinas de terceira ou quarta geração ou piperacilina-tazobactam.
- Alternativa: Betalactâmicos com novos inibidores de betalactamases, aminoglicosídeos, plazomicina, cefiderocol ou carbapenêmicos.
Tratamento da ITU em pacientes COM sepse (com ou sem choque):
- 1° Linha: Quinolonas, cefalosporinas de terceira ou quarta geração, piperacilina-tazobactam ou carbapenêmicos
- Alternativa: Betalactâmicos com novos inibidores de betalactamases, aminoglicosídeos, plazomicina ou cefiderocol.
Duração da terapia e transição para terapia oral
De acordo com as últimas atualizações de 2023 sobre Infecções do Trato Urinário, ainda não há um consenso bem estabelecido para a duração da terapia, pois também dependerá dos fatores apontados anteriormente.
Como recomendações gerais sobre esse tópico tem-se que:
- A duração da terapia deve ser contabilizada a partir do momento em que for iniciado o antibiótico ativo para o germe identificado na urocultura.
- Portanto, se a urocultura apontar que o antibiótico escolhido empiricamente é resistente, deve-se alterar para uma antibioticoterapia ativa e a partir disso estabelecer a duração.
- Mas, se ocorreu a melhora clínica diante de um quadro de ITU não complicada, não é necessário fazer a troca do fármaco.
- A duração da terapia deve ser contabilizada a partir do momento em que for iniciado o antibiótico ativo para o germe identificado na urocultura.
- Em geral, o tratamento tem duração média de 7 dias (5 dias para o uso de quinolonas).
- Antes de suspender o tratamento, deve-se avaliar resposta clínica e estado imunológico do paciente.
- Deve-se sempre que possível fazer a transição para terapia oral quando:
- For demonstrada suscetibilidade a um antibiótico oral apropriado;Paciente encontra-se hemodinamicamente estável;Medidas de controle da fonte foi realizada (ex. troca de sonda);Não há distúrbios de absorção intestinal.
- Deve-se sempre que possível fazer a transição para terapia oral quando:
Residência Médica: dica para seus estudos
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