Visão geral
Globalmente, o número de casos de AVC aumentou 70% entre 1990 e 2021, segundo a pesquisa feita pela Revista de neurologia, Lancet. No Brasil, quase 35 mil pessoas perderam a vida em razão do AVC somente no primeiro semestre de 2024, de acordo com o Portal de Transparência do Registro Civil (ARPEN Brasil). Esses números nos mostram a importância de estudar essa condição neurológica com efetividade, já que ela é uma emergência médica que requer diagnóstico e tratamento rápidos para minimizar danos cerebrais e melhorar o prognóstico.
Epidemiologia
O AVC hemorrágico intracerebral é o segundo tipo mais comum de AVC, representando cerca de 15-20% dos casos. É mais prevalente em homens e está associado a uma alta taxa de mortalidade, com até 59% dos pacientes falecendo no primeiro ano após o evento. Além disso, até 80% dos sobreviventes ficam com sequelas significativas, impactando a qualidade de vida.
Fatores de Risco e Etiologia
Os principais fatores de risco para o AVC hemorrágico incluem:
- Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): Considerada o principal fator de risco, especialmente quando o sangramento ocorre em regiões como núcleos da base, tálamo, tronco cerebral ou cerebelo.
- Ruptura de Microaneurismas de Charcot-Bouchard: Associados à hipertensão crônica.
- Uso de anticoagulantes: Medicamentos como Varfarina aumentam o risco de hemorragia.
- Malformações Arteriovenosas e Trombose Venosa Cerebral: São causas menos comuns, mas importantes.
- Angiopatia Amilóide: Comum em idosos, resultando em depósitos de peptídeo beta-amiloide nos vasos, levando a hemorragias lobares.
Diagnóstico
O diagnóstico do AVC hemorrágico é geralmente feito por meio de uma tomografia computadorizada (TC) de crânio, que é o exame de escolha em situações de emergência. Na TC, a hemorragia aparece como uma área hiperdensa (branca). Outros sinais que podem ser observados incluem o “spot sign”, que indica extravasamento de contraste dentro do hematoma, sugerindo um possível aumento da hemorragia.
Quadro Clínico
Os sintomas do AVC hemorrágico variam conforme a localização do sangramento:
- Tálamo: Pode causar hemiparesia, hemianestesia e paralisia do olhar conjugado vertical.
- Cerebelo: Resulta em ataxia e paralisia do olhar conjugado horizontal.
- Hipertensão Intracraniana (HIC): Manifesta-se com cefaleia, náuseas, vômitos e rebaixamento do nível de consciência.
Diferenciar entre AVC hemorrágico e isquêmico apenas pelos sintomas clínicos é desafiador, tornando a TC de crânio essencial para o diagnóstico!
Tratamento
O manejo do AVC hemorrágico envolve várias abordagens, como o controle da pressão arterial (manter a pressão arterial sistólica em torno de 140 mmHg é crucial e reduções excessivas (<130 mmHg) devem ser evitadas, pois podem ser prejudiciais), reversão de anticoagulantes (já que, em pacientes que usam anticoagulantes, é necessário reverter seus efeitos rapidamente), tratamento cirúrgico (indicado em casos de hemorragias cerebelares grandes (>3 cm ou volume >14 mL) devido ao risco de compressão do quarto ventrículo, e em casos de hidrocefalia aguda) e medidas suplementares (que incluem o manejo da hipertensão intracraniana, controle de crises convulsivas e suporte intensivo em unidade de terapia intensiva).
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