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Câncer de cabeça e pescoço: saiba como o câncer nessa região afeta o corpo humano

O câncer de cabeça e pescoço abrange um conjunto diversificado de neoplasias que podem afetar áreas como a nasofaringe, orofaringe e outras regiões adjacentes. Como essas regiões estão intrinsecamente relacionadas a diversas funções do corpo, como fala, respiração e deglutição, é importante entender como as neoplasias podem afetar a saúde do paciente. Vamos revisar as principais características clínicas, diagnósticas e opções de tratamento para esses tipos de câncer, com base em dados epidemiológicos e avanços recentes na compreensão dessas patologias.

Fonte: https://icbs.ufal.br/grupo/mco/sistemas/faringe/naso.html 

Epidemiologia e Etiologia

O câncer de nasofaringe apresenta uma distribuição geográfica peculiar, com alta incidência no sul da China e baixa nos Estados Unidos e Europa Ocidental. Os fatores de risco para essa neoplasia incluem predisposição genética, consumo de alimentos conservados, tabagismo, etilismo e infecção por vírus Epstein-Barr (EBV). No Brasil, a incidência é de aproximadamente 0,33 casos por 100.000 habitantes.

Já o câncer de orofaringe tem sido associado ao vírus do papiloma humano (HPV), especialmente os subtipos 16 e 18. Este tipo de câncer tende a apresentar um melhor prognóstico em comparação com os casos relacionados ao tabagismo e etilismo. Um fato marcante é que homens são mais afetados que mulheres, com uma relação de 4:1, e a idade média ao diagnóstico é entre 30 e 55 anos.

Exemplo de câncer de orofaringe. Fonte: Acervo de Aulas do Grupo

Características Clínicas

Os tumores de nasofaringe frequentemente se apresentam com sintomas como cefaleia, obstrução nasal, epistaxe, otite média e, em muitos casos, metástase linfonodal cervical ao diagnóstico. O câncer de orofaringe pode se manifestar como uma massa cervical assintomática, disfagia, odinofagia, otalgia e perda ponderal. A presença de lesões ulceradas e friáveis na orofaringe também é comum.

Fonte: Radiopaedia. http://www.rb.org.br/detalhe_artigo.asp?id=1116&idioma=Portugues 

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é crucial para o manejo eficaz desses cânceres. A biópsia do tumor primário é a abordagem preferencial, enquanto a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é utilizada para linfonodos cervicais. A imuno-histoquímica para pesquisa de p16 é essencial para diferenciar os casos relacionados ao HPV dos negativos. Exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) de cabeça, pescoço e tórax, complementam a avaliação diagnóstica.

Estadiamento

O estadiamento dos tumores é fundamental para o planejamento terapêutico. A 8ª edição do TNM reflete a biologia distinta dos cânceres HPV positivo e negativo. Tumores HPV positivos geralmente apresentam um estadiamento mais favorável devido ao melhor prognóstico.

Tratamento

O tratamento do câncer de nasofaringe, frequentemente relacionado ao EBV, é predominantemente baseado em radioterapia (RT), devido à dificuldade de acesso cirúrgico. A cirurgia de resgate é considerada quando necessário. Para o câncer de orofaringe, especialmente os casos HPV positivos, o tratamento pode incluir cirurgia, RT e quimioterapia (QT), dependendo do estágio e características do tumor.

Nos casos de câncer primário oculto, onde o tumor primário não é identificável, o manejo envolve pesquisa detalhada com exames de imagem e PAAF. O tratamento pode variar entre abordagens cirúrgicas e RT/QT combinadas, dependendo do estadiamento linfonodal.

Prognóstico

O prognóstico varia significativamente entre os tipos de câncer e está intimamente ligado ao estágio da doença no momento do diagnóstico. Tumores HPV positivos tendem a ter um prognóstico mais favorável, com taxas de sobrevida a longo prazo superiores a 80% em casos avançados. Em contraste, os cânceres associados ao tabagismo e etilismo apresentam taxas de sobrevida global mais baixas.

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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