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quarta-feira, 09 outubro
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Câncer de ovário: Diagnóstico, tratamento e mais

O câncer de Ovário, com risco de acometimento de 1 para 78 no Brasil (de acordo com o Instituto Oncoguia) é uma condição com efeitos sérios para a saúde da mulher, uma vez que interfere na saúde física e mental ao inviabilizar a fertilidade dela.  O mês de conscientização desse câncer é março,  o que tem elevada importância pois auxilia no diagnóstico precoce e na redução dos fatores de risco. Por isso,  devemos saber o que fazer quando encontramos uma paciente com diagnóstico positivo para o adenocarcinoma. Vamos explorar um pouco desse conteúdo!

Tumoração retirada durante cirurgia, de aspecto benigno. Fonte: Acervo pessoal – Dra. Marilia Bertolazzi

Diagnóstico

Como todo câncer, o diagnóstico é feito por meio histopatológico, porém as biópsias devem ser excisionais. Além disso, podemos utilizar os métodos de exame de imagem (RNM e TC), análise dos marcadores tumorais (CA-125, CEA, CA 19-9, CA 15.3,  AFP, Beta-HCG, DHL e estradiol) e as doses de AFP em jovens. 

Tumor ovariano sólido em exame de imagem. Fonte: Acervo pessoal – Dra. Marília Bertolazzi.

Tipos Histologicos

Como os exames histopatológicos são os mais utilizados, precisamos saber identificar os tumores e lesões do ovário. O órgão apresenta origem em 3 linhagens celulares: epitelial, estromal e germinativa. As lesões podem ser decorrentes em qualquer uma dessas e podem ser classificadas como benignas, borderlines e malignas. 

Benignas: não provoca metástases

Borderline: há proliferação epitelial atípica mas sem destruição estromal invasiva

Maligno: de baixo ou alto grau

De acordo com o estudo CONCORD-2 há prevalência de quase 70% de casos do tipo epitélio 2 (AdenoCA seroso de alto grau), mas podemos encontrar os tumores da linhagem epitelial (seroso>mucinoso>endometrioide>células claras>células transicionais), de linhagem germinativa (como disgerminoma, teratoma cístico imaturo, placenta-like, saco gestacional e mistos), de cordão sexual e de neoplasias metastáticas.

Fatores de Risco 

O histórico familiar ou pessoal de neoplasia de mama ou ovário e o fator mais evidente para essa condição, mas podemos incluir as mutações dos genes BRCA 1 e/ou BRCA2 e neoplasia de cólon hereditária não polipoide (síndrome de Lynch). A endometriose é uma condição que causa estado inflamatório crônico e infertilidade, por isso é um grande fator de risco para tumores de células claras e adenocarcinoma. Assim como em outros tipos de câncer, podemos citar a obesidade, tabagismo e idade avançada como contextos gerais que ampliam o risco para o câncer.

Fatores de Proteção

Mais propagados no mês de conscientização do outubro rosa, os meios de proteção que podem ser citados são: amamentação, métodos anovulatórios, salpingooforectomia para pacientes com mutação de BRCA 1 e laqueadura tubária.

Disseminação e Estadiamento 

A principal área de disseminação do adenocarcinoma tem localização peritoneal, linfática (nos linfonodos para-aórticos e pélvicos)e hematógena (como no fígado, pulmão e cérebro). Para reduzir as probabilidades de disseminação, realizamos o estadiamento por meios cirúrgicos, que incluem citologia/lavado peritoneal; avaliação visual do abdome superior, do mesentério, do intestino delgado e grosso; pan-histerectomia; linfadenectomía pélvica y paraaórtica e omentectomía infracólica. Se não houver diagnóstico histológico antes da cirurgia e existir suspeita de malignidade, é indicado o congelamento do anexo carcinoso. 

Esquema simplificado do estadiamento. Fonte: material de estudo FlashCard do grupo MedCof.

Tratamento

A cirurgia e a ação mais indicada caso seja possível, mas as alternativas que podem ser incluídas são a citorredução (com avaliação por meio de exames de imagem ou laparoscopia se necessário) e quimioterapia neoadjuvante (quando há doença extra-abdominal avançada ou paciente sem status-performance).  

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Kiara Adelino
Kiara Adelino
Estudante do 2º semestre de Medicina. Adoro qualquer atividade que envolva mexer o corpo e aprender coisas novas.
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