As cardiopatias congênitas são uma das principais causas de anomalias congênitas e está associada a alta morbimortalidade, e por isso cada vez mais esse assunto vem sendo cobrado nas provas de residência em todo país.
Leia abaixo
Importância Clínica
As cardiopatias congênitas são uma condição de alta prevalência, representando 6 a 9 casos a cada 1.000 nascidos vivos, desses 25% dos casos são de cardiopatias graves.
Além disso, é uma condição de altíssima morbimortalidade, visto que 20% das crianças morrem no primeiro ano de vida, e que a sobrevida em 15 anos é de 77% (a depender do tipo de cardiopatia, do diagnóstico e do tipo de tratamento)
Anatomia
Para entendermos algumas das cardiopatias congênitas mais prevalentes é importantes lembrarmos que a circulação fetal intraútero depende da placenta para troca de gases e nutrientes, visto que ainda não há respiração pulmonar.
Para que o bebê se desenvolva adequadamente é necessário que alguns shunts estejam patentes, como podemos ver no esquema abaixo.
A transição dessa circulação intraútero para a extraútero acontece na maioria das vezes ainda durante o parto sem necessidade de assistência especial, entretanto, a manutenção desses shunts podem tanto provocar uma alteração patológica dessa circulação, como agravar outras malformações cardíacas que ocorreram surante o desenvolvimento fetal (como veremos nos próximos posts)
Classificação
Quanto ao fluxo
- Hiperfluxo pulmonar:
- Refere-se a cardiopatias que sobrecarregam a circulação pulmonar, provocando: Congestão pulmonar, especialmente no hilo, levando a manifestações de desconforto respiratório, com dispneia, estertores, fígado palpável abaixo do rebordo costal;
- Hiperfluxo pulmonar:
- Normofluxo: Apesar da cardiopatia é mantido o fluxo dentro da normalidade.
- Hipofluxo:
- Refere-se a cardiopatias que levam à hipoxemia, muitas vezes por um shunt direita esquerda, e por isso, apresenta-se com cianose e queda de saturação
Quanto às manifestações
- Cardiopatias cianóticas;
- Lesões obstrutivas;
- Lesões com shunt esquerda-direita;
- Miscelânea: são cardiopatias complexas que se manifestam com arritmia, isquemia e lesões associadas, como coronária anômala, janela aortopulmonar, transposição corrigida de grandes artérias e anomalia de ebstein.
No dia 14 de junho de 2023, foi sancionada a Lei N°14.598, que inclui no Protocolo de Assistência Pré-Natal o ECOCARDIOGRAMA FETAL e pelo menos 2 USGTV durante o primeiro quadrimestre da gestação, visando diagnosticar precocemente algumas dessas malformações que levam a vida do bebê em risco.
Sinais de Alerta
Apesar dos cuidados perinatais, muitas das cardiopatias só são diagnosticadas após o nascimento do bebê, e portanto o pediatra precisa está atento a sinais que levem a necessidade de uma investigação mais detalhada, como:
- Cianose: especialmente quando o bebê está calmo ou durante a alimentação, pode ser um sinal de má oxigenação sanguínea e deve despertar suspeita;
- Desconforto respiratório;
- Dificuldade na amamentação ou ganho de peso insuficiente: dificuldades na alimentação, fadiga durante a mamada e ganho de peso insatisfatório podem estar relacionados a cardiopatias congênitas que afetam o fluxo sanguíneo pulmonar ou sistêmico;
- Alteração no pulso: pulso arterial rápido, lento, fraco ou irregular pode ser indicativo de anormalidades cardíacas.
- Sopro cardíaco: embora nem todos os sopros cardíacos indiquem cardiopatia congênita, a sua detecção durante o exame físico deve levar a uma avaliação mais aprofundada;
A identificação precoce de cardiopatias congênitas é uma peça-chave na garantia de um futuro saudável para os recém-nascidos afetados. Conhecer os sinais de alerta e compreender quando suspeitar dessas condições é uma habilidade fundamental para profissionais de saúde.
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